11 de novembro de 2014

Entre o devaneio e o bolo de farinha

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Encontramos basicamente três definições para a palavra sonho. A primeira diz respeito ao “Conjunto de imagens ou pensamentos, frequentemente disparatados e confusos, que se apresentam à mente durante o sono”. A segunda refere-se a “utopia, imaginação sem fundamento ou a uma ideia absurda: um devaneio”. A terceira faz alusão ao “bolo muito fofo feito de farinha e ovos, passado em açúcar e quase sempre recheado de creme”. Justamente na segunda, encontra-se, meio perdida, a definição motriz da vida humana. Sonho: “Desejo intenso e constante, aspiração”.

Para Cristóvão Colombo, chegar às Américas não era um devaneio, era uma certeza. Para Santos Dumont, o avião não era uma ilusão, era uma questão de tempo. Para Thomas Edison, a lâmpada elétrica não era uma ficção, era um aprendizado. “Eu não falhei 10 mil vezes. Eu não falhei uma vez. Eu tive sucesso em provar 10.000 maneiras que não vai funcionar”, disse o inventor da lâmpada.

No livro do profeta Joel lemos: “E há de ser que, depois derramarei o meu Espírito sobre toda a carne, e vossos filhos e vossas filhas profetizarão, os vossos velhos terão sonhos, os vossos jovens terão visões” (Jl 2,28). Ou, “sonharão sonhos”, numa tradução mais literal.

Para que os sonhos se realizem é preciso desejar ardentemente e também se esforçar sem nunca desistir. Sonhar sonhos significa confiar mesmo quando tudo parece dizer o contrário, mesmo que o sonho pareça um devaneio. Certamente existem sonhos que são apenas quimeras, mas sonhar faz parte da vida. No texto de Joel os sonhos vêm do Espírito de Deus, exatamente o mesmo que ao soprar nas narinas do homem deu-lhe o fôlego da vida “e o homem foi feito alma vivente.” (Gn 2,7).

Entre o devaneio o bolo de farinha existe o desejo ardente e intenso de realizar. Essa forte aspiração, também chamada de sonho, é que move pessoas como Colombo, Dumont, Edison, eu e você. Sonhe! Sonhar coisas boas sempre é algo inspirado por Deus. – Leonardo Martins.

2 de outubro de 2014

A igreja do futuro é velha

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O Brasil está envelhecendo













Os gráficos mostram aquilo que já vem sendo anunciado nos últimos anos: a população brasileira está envelhecendo. O número de pessoas com mais de 60 anos saltou de 8,6% da população brasileira, em 2000, para 10,8%, em 2010. No outro extremo houve grande queda no número de jovens até 19 anos. No total, houve um acréscimo de  21 milhões de pessoas em 2010.

Comparando este acréscimo nas faixas etárias percebe-se uma redução de 5,3 milhões de pessoas (-21%) entre os jovens de até 19 anos e, ao mesmo tempo, um aumento de 6,1 milhões de pessoas (41,7%) entre os mais idosos.

Estima-se que o grupo com 60 anos ou mais será maior que o grupo de crianças com até 14 anos em 2030 e, em 2055, irá superar o grupo de jovens com até 29 anos. Com o crescimento cada vez menor na base da pirâmide etária, em 2043, pela primeira vez, o número de mortes superarão os de partos em 2%. Esse percentual vai aumentar gradualmente até 2060 quando o número de idosos será três vezes maior do que hoje (em relação a 2013).

A longevidade é um dos fatores influenciadores deste fenômeno mundial. A expectativa de vida do brasileiro que era de 69,8 anos, em 2000, deve chegar a 81,2 anos em 2060 graças aos avanços da medicina e das políticas públicas adotadas pelos governos.

Expectativa de vida ao nascer - 2000/2060



As crianças estão diminuindo
Mas, para o pesquisador Gabriel Borges a longevidade não é o fator mais importante para o envelhecimento dos brasileiros. “O envelhecimento da população acima dos 65 anos tem a ver com a diminuição da fecundidade. Você diminui o número de jovens e tem o aumento relativo dos idosos. Mesmo sem o avanço da expectativa de vida, os idosos aumentariam”. Estudos mostram que as brasileiras hoje têm um terço dos filhos da década de 1940. Mesmo os estados do Norte/Nordeste registram uma forte queda no número de bebês (2,47% e 2,06% em média respectivamente). Esses números tornam-se ainda mais significativos quando considera-se a forte queda da mortalidade infantil nessas regiões. Ou seja, se há uma redução na mortalidade infantil então há de fato uma redução no número de bebês.























Os problemas sociais 
Esse perfil mais maduro do brasileiro representa mudanças na estrutura das cidades. No Amazonas, por exemplo, faltam asilos. Para a vice-presidente da Fundação Dr. Thomas, Ana Lúcia Araújo, “o melhor acolhimento para o idoso ainda é no seio da família”. De modo geral o acesso ao lazer e a saúde são as maiores demandas sociais dos idosos do país.

Os problemas econômicos
A economia é o setor mais afetado por esse desequilíbrio: força produtiva versus aposentados. Segundo Ana Lúcia Saboia “Hoje em dia a população de idosos que recebe benefícios é muito expressiva, grande parte recebe contribuições de transferência de renda. Os trabalhadores (que irão se aposentar no futuro e em tem carteira assinada) têm mais garantias. O sistema previdenciário tem que estar atento ao envelhecimento”.

Enquanto o número de aposentados vem crescendo a população ativa vem caindo. Ora, grande parte dos  recurso que pagam as aposentadorias (um direito) vem da força de trabalho dos mais jovens (em queda) e, como se diz na economia, a conta não fecha. É por isso que a partir de 1998 os governos vem alterando as regras para o recebimento integral do benefício. A contribuição dos aposentados para INSS e o valor proporcional (e não integral) do salário foram tentativas de equacionar o problema. Outra medida adotada foi a criação do Fator Previdenciário (FP) apelidado de fórmula 95/85. Para ter direito à aposentadoria integral o trabalhador precisa somar o tempo de contribuição com a idade (95 para os homens e 85 para as mulheres). Entretanto considerando-se a realidade atual, já se fala em 47 anos de contribuição para os homens e 42 para as mulheres.

A questão econômica é tão séria que hoje existem vários processos de desaposentadoria, o que, em linhas gerais, vem a ser o retorno do aposentado ao trabalho a fim de completar os anos necessários para aposentadoria integral.

A questão do Estatuto
Cumprindo seu papel legislativo o Estado aprovou o Estatuto do Idoso em 2003 (Lei 10.741/03) e a partir dele, estados e prefeituras vêm criando normas, procedimentos e adequações que visam atender a pessoa com mais de 60 anos.

Os problemas do Estatuto
Duas críticas são frequentes ao Estatuto. A primeira: pequeno avanço desde 2003. Políticas públicas não implementadas, direitos não respeitados e a assistência do Estado pouco presente. A segunda: A idade da pessoa idosa. Alguns analistas entendem que 60 anos, conforme os padrões da ONU, não é a idade mais adequada para se considerar uma pessoa idosa e sugerem a mudança para 65 anos.

Onde vivem os idosos
O estado de São Paulo comporta o maior número de idoso do país (5,4 milhões) e o Rio de Janeiro é a unidade da federação em que o grupo da terceira idade é mais expressivo em relação à população total (15%). Na lista dos dez bairros do Brasil com maior proporção de idosos, a capital fluminense possui nove segundo Censo 2010 do IBGE.

O problema da mobilidade urbana
A mobilidade urbana é um problema comum às grandes cidades e nos municípios com grande concentração de pessoas com mais de 60 anos o desafio torna-se ainda maior.

O acesso à informação
Outro desafio às prefeituras destes lugares é o acesso à informação. Muitos serviços não são usados pelo desconhecimento por parte dos usuários.  Num Brasil que envelhece cada vez mais, a sociedade precisa participar da discussão de como tratar os idosos dos país suas demandas e seus direito porque essa é uma questão posta inexoravelmente a cada brasileiro mais cedo ou mais tarde.

A falta de preparo para velhice
Após uma longa pesquisa, Paul Tournier afirma em sua obra, É Preciso Saber Envelhecer, que a falta de preparo é a principal causa da baixa qualidade de vida na aposentadoria e na velhice. Para o autor é preciso planejar a aposentadoria entre os 40 e 50 anos porque, em geral, a aposentadoria apresenta-se como um momento muito angustiante para homens e mulheres.

“É terrível ... estou aposentado há três meses! Nunca pensei que fosse tão duro.”, confessa um velho amigo de Paul. No segundo encontro, ele torna a perguntar: “E então, como vão as coisas?”  “Muito bem! O banco que eu trabalhava precisa organizar um trabalhinho de classificação, então me pediram para ir algumas horas por dia. É uma grande sorte”, responde o amigo. Conclui então o autor “... esse homem, capaz de encontrar tão facilmente novo impulso para um trabalho que, há pouco, deixaria para outro mais jovem ... contentava-se com uma modesta possibilidade de brilho; pouca coisa bastava para transfigurá-lo”.

Essa também é uma realidade no Brasil. Impulsionados pela necessidade de completar a renda ou de refrear a angústia da aposentadoria muitos voltam a mercado de trabalho e, na maioria dos casos, exercendo funções tidas como menores por eles a pouco tempo. Em fevereiro deste ano A Folha de São Paulo destacou: “Emprego para mais velhos é o que mais cresce no país”. Na mesma época o portal da União Geral dos Trabalhadores (UGT) publicou matéria sob o título “A contratação de idosos é dez vezes maior que de jovens.”

Em seu livro, Tournier também aborda a questão da aposentadoria da mulher. Numa entrevista, a esposa de Leon Zitrone declara-se feliz no seu papel de ajudar o marido famoso. “Quando está em casa é absorvente. Sempre precisa de uma coisa.” E logo a seguir, confessa: “Levamos uma vida muito dinâmica; se meu marido morresse, eu afundaria por completo.”

A perda de sentido da vida após a viuvez não privilégio de mulheres bem-sucedidas como ela. “Muitas mulheres sacrificam de bom grado sua vida pessoal, para satisfazer os caprichos do marido ... E subitamente, após a viuvez, a mulher se vê em meio a um deserto.” Esta é a realidade de grande número de viúvas (e viúvos) no Brasil.

Um destaque necessário: Paul Tournier começa pelo tema aposentadoria porque, em suas próprias palavras: “Se aposentadoria anuncia a velhice, esta anuncia a morte”, razão pela qual o último capítulo do livro trata da questão da fé.

A visão da igreja
Para Tournier há um ponto comum entre estes dois termos: “o indivíduo que busca o sentido da vida, ou o ancião que busca o sentido da velhice, no fundo questiona o sentido da morte ... no entanto o sentido da morte é um problema religioso por excelência.” O papel da igreja é fundamental neste contexto. “Se minha vida tem um sentido, se posso vivê-la olhando para frente e não para trás ... é porque ela caminha para além da morte”, afirma serenamente o autor. Tema imperativo, mas que exige enfoque diferente, naturalmente. “É preciso reconhecer que todas as nossas igrejas cristãs exploraram por séculos, e de forma abusiva, o medo natural dos homens diante da morte, para assegurar domínio sobre eles.”

A visão romântica do idoso
A obra de Tournier, feita sobre encomenda nos idos dos anos 70 e no contexto europeu, se apresenta bastante atual quanto a visão romântica sobre a pessoa idosa. “Manter falatórios joviais com um ancião, cuidando-nos para não nos referimos ao tema da morte, pode converter-nos em cúmplices desse artifício ingênuo, que deixará o velho sozinho à mercê de sua angústia”. Por vezes a igreja se deixa levar pelos modismos da sociedade e, de forma ingênua, adota termos como “melhor idade”, “boa idade”, entre outros. No fundo tais recursos, constituem, em certa medida, uma fuga dos temas que angustiam a pessoa idosa (termo politicamente correto para velho. Será?)

A visão decaída do velho
No prefácio do livro, o psiquiatra Joel Tibúrcio de Sousa - membro do Corpo de Psicólogos e Psiquiatras Cristãos destaca que “Os tempos são outros. Envelhecer hoje não é como envelhecer nos dias de Paul Tournier.”, referindo-se ao grande valor da obra apesar da diferença no contexto em que ela foi escrita, há 4 décadas. “Daí a provável estranheza de alguns exemplos do autor”, conclui.

Se por um lado a sociedade (e a igreja) ainda mantém uma visão romântica a respeito dessa fase da vida intitulada de melhor, maior, boa idade etc., por outro, a ideia de uma velhinha sentada numa cadeira de balanço fazendo crochê está longe de ser 100% verdadeira. Em 2103, nos EUA, a participação de usuários acima de 65 anos no Facebook cresceu 10%. No Brasil O Globo publicou matéria semelhante: “Idosos internautas compõem grupo que mais cresce nas redes. Presença nas redes é alternativa para fugir do isolamento do mundo real”. Assim como os avanços da medicina, a tecnologia e as ferramentas de interatividade tem ajudado o idoso a “fugir do isolamento”.

A chamada terceira idade não é tanto nem tão pouco como são mostrados na maioria dos casos. Há que se buscar um equilíbrio ou realismo, eu diria. Envelhecer é uma arte que pode ser aprendida e “É Preciso Saber Envelhecer é um livro urgente para ainda jovem igreja brasileira.” Numa combinação entre “conhecimento bíblico e psicologia, Paul Tournier aborda importantes questões, como tédio, solidão, saúde, aposentadoria, aceitação e morte. Um livro tão importante como este deveria ser lido por aqueles que estão na casa dos vinte, e para aqueles que estão chegando aos quarenta deveria ser leitura obrigatória”, cometa a revista cristã The Christian Century

Prólogo
Neste artigo busquei sintetizar e ao mesmo tempo extrair o máximo do material pesquisado visando alcançar três objetivos: 1) Informar: Organizando da forma mais clara possível as informações sobre o perfil dos brasileiros nos próximos anos (alguns dados nos surpreenderam); 2) Refletir: Oferecendo elementos a uma reflexão mais fundamentada na realidade do idoso e sua vida no seio da igreja; 3) Agir: Aguçando nos leitores o desejo de avaliar com maior profundidade o que foi aqui exposto no sentido de encontrar as resposta para realidade de cada igreja. (todas as referências usadas estão no rodapé).

Por exemplo, informar. A partir dos números e gráficos um líder do Rio de Janeiro pode planejar o espaço do tempo oferecendo acesso e cuidados aos idosos porque sabe que o crescimento da terceira idade na capital fluminense tende a ser maior do que média nacional. Noutra cidade, consciente desse movimento migratórios dos aposentados, o líder dedicará maior atenção a questão da lidrança da igreja.

Com base na leitura do livro de Tournier e os recentes contatos com grupos afins de algumas igrejas (poucas, confesso) a sensação é de que a igreja está menos contextualizada a respeito da situação do idoso do que a sociedade civil. O recente Estatuo e as políticas públicas adotadas em poucas cidades de forma ainda modesta constituem avanços maiores do que os movimentos das igrejas sob o mesmo tema. A economia, em particular, já entendeu o potencial produtivo do idoso enquanto a igreja parece não ter percebido a fortes mudanças no seu rol de membros em 2030, 2043 e 2060, por exemplo. Com isso não quero ressaltar o aspecto econômico em si mesmo ou o número de membros friamente. O destaque econômico é quanto às angústias e dissabores financeiros que levam os idosos a abandonarem as merecidas férias (a aposentadoria) e voltar ao trabalho sendo explorados ou não. Quanto ao número de membros refiro-me ao maior cuidado necessário ao crescente número de idosos das/nas igrejas.

A igreja do futuro é velha
Esses dados devem servir de alerta porquanto a igreja reflete a sociedade (neste caso). Olhando a evolução das últimas décadas é possível prever com grande margem de certeza os próximos quarenta anos. Não serão as crianças a igreja do futuro, mas os longevos. A igreja do futuro será uma igreja velha composta de pessoas com conflitos, limitações e capacidades próprias à sua idade. A igreja precisa ficar atenta e agir o quanto antes.

Referências
Gráficos
Pirâmide etária (IBGE)
Nascimentos e óbitos (IBGE)

Notícias
Brasileira tem um terço dos filhos da década de 1940 (R7)
Número de nascimentos no Brasil cai 10% em 8 anos (VEJA)
Segundo IBGE mortalidade vai ultrapassar nascimento em alguns anos no Brasil (EPOCH TIMES)
Idosos são grupo que mais cresce no facebook (Estadão)
Idosos internautas compõem grupo que mais cresce nas redes (O Globo)
Brasil vai se tornar um país de idosos já em 2030, diz IBGE (Terra)
Cresce o número de idosos e faltam asilos no Amazonas (Diário do Amazonas)
Dados do IBGE apontam redução da natalidade no Amazonas (Diário do Amazonas)
Proporção de idosos no Brasil deve ser três vezes maior em 2060, diz IBGE (UOL)
Rio de Janeiro é capital brasileira com mais idosos (R7)
Rio tem 9 dos 10 bairros com mais idosos do Brasil, diz Censo 2010 do IBGE (R7)
Em 2040, população idosa vai superar número de jovens (R7)
Tempo de contribuição para aposentadoria pode aumentar (VEJA)
Fórmula 95/85 (A Tribuna)
Acolhimento e Envelhecimento (Área temática-Saúde do Idoso: SP - Texto em PDF)
Número de idosos dobrou nos últimos 20 anos no Brasil, aponta IBGE (UOL)
Emprego para mais velhos é o que mais cresce no país (Folha de São Paulo)
Contratação de idosos é dez vezes maior que de jovens (União Geral dos Trabalhadores - UGT)

Livro
É Preciso Saber Envelhecer (Paul Tournier)
Ano: 2014
Editora: Ultimato
ISBN: 978-85-7779-110-1
Páginas: 280
Assunto: Aconselhamento, Liderança, Vida Cristã


27 de agosto de 2014

Quando eu era menino ...

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Graças dou ao Senhor pelo sábado, 23 de agosto, em Teresópolis. Poderia listar alguns pontos que não foram como o planejado, mas como não sou mais menino ... Gente madura é assim. Quantas coisas aprendi num único dia.

Gente madura aproveita as coisas boas da vida como o lindo dia de sol de temperatura amena. Graças a Deus! Gente madura não se apavora quando alguma coisa sai diferente do planejado. Antes, confia na liderança mesmo com menos experiência de vida. Gente madura não critica, oferece ajuda. Gente madura é segura e oferece segurança. Gente madura tem sempre uma boa palavra, um bom conselho ou um bom silêncio quando é preciso. Gente madura fala o que pensa porque antes já pensou o que falar. Gente madura é grata. E como foi agradável o passeio! Foi bom pelo lugar, pelo dia e, principalmente, pelas pessoas maduras com quem tive o privilégio de passar o dia. Um dia que ficou com gosto de “quero mais”.

 “Quando eu era criança, falava como criança, pensava como criança, raciocinava como criança; mas, assim que cheguei à idade adulta, acabei com as coisas de criança.” (1 Co 13,11)

Ou em outras palavras: quando eu era criança, minhas palavras eram de uma criança, minha compreensão era de uma criança e minha razão de uma criança; mas quando me tornei adulto deixei estas coisas (falar, compreender e pensar) de criança.

A essa gente madura que tem edificado a minha vida a cada dia a minha sincera gratidão. Porque, além de tudo, me ensinou com suas palavras, sentimentos e atitudes como é ser um cristão maduro.

19 de agosto de 2014

Ninguém ficará só

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“Porque, assim como o corpo é uma só unidade e tem muitos membros, e todos os membros do corpo, ainda que muitos, formam um só corpo, assim também acontece com relação a Cristo.” (1 Co 12,13). Às vezes as vicissitudes da vida nos surpreendem. Fazemos tudo certo, mas aquilo que era óbvio nos assalta de modo surpreendente. Olhando friamente, o fato era esperado desde o início, ainda assim apagamos da nossa mente o que é inexorável, a solidão.

Viúva, aquela mãe de três meninos se vê, hoje, sozinha na sonhada casa própria. Mas a Palavra de Deus nos confronta: “o corpo é uma só unidade”, por isso o termo família de Deus nos cai muito bem. O desafio, no entanto, é ainda maior, porque “ainda que muitos” somos “todos os membros do corpo”. E que desafio! Uma família com tantos membros não encontra nenhuma justificativa para que alguém viva isolado, pelo contrário.

Mas não fossem estes motivos bastantes a Palavra nos exorta: “assim também acontece com relação a Cristo”. Cristo é a razão maior da unidade que temos uns com os outros; por Ele “também somos herdeiros, herdeiros de Deus e coerdeiros de Cristo” (Rm 8,17); nele somos justificados; e, “todas as coisas são dele, por ele e para ele.” (Rm 11,36).

Portanto na família de Cristo, a qual chamamos de igreja, ninguém está ou ficará só. “Pois todos fomos batizados por um só Espírito para ser um só corpo, quer judeus, quer gregos, quer escravos, quer livres [quer viúvas, quer órfãos]*
; e a todos nós foi dado beber de um só Espírito.” (1 Co 12,13)

* inserção nossa baseada em Tiago 1,27

30 de julho de 2014

Quem vai cuidar?

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Naquele contexto onde a mulher tinha pouco valor, uma viúva dependia do filho ou da sociedade, nem sempre tão justa com ela como no caso da “viúva pobre”.

Aquela viúva acabara de perder o seu único filho e só ela sabia o tamanho da angústia e da tristeza do seu coração. E agora, quem iria cuidar? Mas Jesus estava em seu caminho e sentiu a sua dor. “E, vendo-a, o Senhor moveu-se de íntima compaixão por ela, e disse-lhe: Não chores.” (Lc 7,13).

É isso que o Senhor espera de nós, seus discípulos. Que sejamos movidos de íntima compaixão e cuidemos uns dos outros, principalmente dos que mais precisam. “Não chores! Você não está só, eu estou aqui”. Portanto, não esperemos que ele venha cuidar, façamos, nós, como ele fez.

20 de julho de 2014

Tempo que foge! E foge depressa

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“Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para frente do que já vivi até agora. Sinto-me como aquele menino que ganhou uma bacia de jabuticabas. As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.”1

Em seu conhecido texto: Tempo que foge, o pastor Ricardo Gondim:2 1) Se dá conta que o tempo que falta viver é menor do que o aquele que viveu até agora; 2) Deseja aproveitar ao máximo o tempo que lhe resta: “faltam poucas”. Pensar sob essa perspectiva costuma realinhar o modo ver e viver a vida cristã. Normalmente ajuda a redefinir com o que vale ou não a pena gastar o tempo.

Para o autor, algumas coisas perderam a importância. “Já não tenho tempo para projetos megalomaníacos ... para reuniões intermináveis para discutir estatutos, normas, procedimentos parlamentares e regimentos internos ... para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturos ... para debater vírgulas, detalhes gramaticais sutis, ou sobre as diferentes traduções da Bíblia. ‘As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos’. Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos. Já não tenho tempo para ficar dando explicação aos medianos se estou ou não perdendo a fé, porque admiro a poesia do Chico Buarque e do Vinicius de Moraes ...”

Por outro lado, ele se encanta com outras pessoas que valem cada segundo do seu tempo. “Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita para a ‘última hora’; não foge de sua mortalidade, defende a dignidade dos marginalizados, e deseja andar humildemente com Deus. Caminhar perto dessas pessoas nunca será perda de tempo.”

Tomado por essa mesma sensação penso no Senhor Jesus. Ele veio ao mundo em forma humana e, decidiu andar, ensinar e acreditar nas pessoas. Num ato esplêndido de amor, aceitou morrer em favor dos redimidos, mesmo sabendo que nem todos o aceitariam. “Porque o Filho do homem também não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos” (Mc 10,45). Foi humilhado, traído e abandonado, inclusive por seus maiores amigos. Foi insultado, incompreendido pela religião dura e fria e, finalmente, foi açoitado e morto injustamente. Então; será que valeu a pena?

“Ele verá o fruto do trabalho da sua alma, e ficará satisfeito; com o seu conhecimento o meu servo, o justo, justificará a muitos; porque as iniquidades deles levará sobre si.” (Is 53,11). Sim, por amor valeu. Valeu a pena ser pisado e espremido (Getsêmani)3. Por “causa dos eleitos que escolheu” (Mc 13,20) valeu a pena gastar seu tempo e acreditar nas pessoas. Nossa vida cristã precisa valer a pena e, de modo geral, a finitude nos ajuda a realinha as prioridades e a valorizar aquilo que realmente tem valor: gente.

Portanto, precisamos remir o tempo de modo a produzirmos frutos dignos de arrependimento enquanto há tempo. Porque, pensando bem, o tempo foge e foge depressa.


1GONDIM, Ricardo. Eu creio, mas tenho duvidas (Tempo que foge). Viçosa: ed. Ultimato, 2007. p. 102.
2Alguns atribuem, por engano, a autoria desse texto a Rubem Alves.
3Lugar onde se espremiam as azeitonas para se retirar o azeite.

11 de julho de 2014

O que você está fazendo?

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O pastor se aproximou da senhora que cuidava das crianças durante o culto e perguntou.  – O que você está fazendo? A mulher parou por alguns instantes, olhou para pastor e disse.  – Que pergunta estranha pastor, qualquer um pode ver que estou cuidando deste bebê. – E se eu lhe dissesse que você não está trocando as fraldas?  Com olhar curioso a mulher observava o pastor, que continuou.  – Você está tornando possível a uma jovem mãe confiar seu filho aos cuidados de outra. E por causa disso, ela é capaz de ouvir a mensagem do Evangelho sem se distrair com as necessidades constantes de seu bebê. No final de culto, quando ela abrir seu coração ao Senhor, não serei eu a levá-la a Cristo ... Nós fizemos isso juntos!  Então, ela sorriu. – Obrigado por seu trabalho em ajudar a levar pessoas Cristo.1

A primeira coisa que Jesus fez em seu ministério, imediatamente após ser tentado, foi anunciar o reino de Deus. “Desde então começou Jesus a pregar, e a dizer: Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus.” (Mt 4,17) Na verdade, cada milagre, cada frase, cada ação, cada olhar, tudo, absolutamente tudo, estava comprometido com  o objetivo de levar pessoas a conhecerem o Pai. Mesmo a escolha dos apóstolos visava à continuidade dessa mensagem. Jesus nasceu, cresceu, viveu e morreu para que muitos tivessem a possibilidade de encontrar o caminho que leva ao seu reino. Na igreja de Jesus não há nada mais importante do que isso!

No passado, quando membro da comissão de indicação senti na pele a dificuldade em encontrar pessoas dispostas a colaborarem em cargos considerados menos importantes. Faltava a estes irmãos a visão de reino porque, na igreja de Jesus, todos os cargos são igualmente importantes.

Sou educador por profissão e atuei como professor de EBD nos últimos anos. É um dom e uma paixão. Mas como me sinto profundamente feliz em ser aluno na classe. Entendi que este é um tempo de aprender e reaprender. Para mim está muito claro que eu devo ser útil noutra área onde é mais necessário para Ele e o seu reino. Foi a partir da história acima que eu pude perceber o que o Senhor queria de mim. A pergunta do autor “o que você está fazendo?” foi escrita diretamente para mim, penso cá com os meus botões.

A felicidade não está em se fazer o que se gosta ou o que se sabe com mestria. Tão pouco está em ter um conhecimento profundo da Escritura. Tudo isso é bom e prazeroso, admito. Mas o que move o meu coração é ser útil no reino de Deus. É saber que de alguma maneira sou instrumento nas mãos dele. É saber que de alguma forma posso ser bênção para os outros. O que estou fazendo? Ajudando a levar pessoas aos pés de Jesus Cristo.

1 Adaptado de uma história do livro A igreja irresistível  de Wayne Cordeiro.

25 de junho de 2014

Apenas uma luz

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“A história conta sobre uma expedição da Segunda Guerra Mundial com seis aviões que decolaram de um navio cargueiro. Eles lançaram seus explosivos e, sob a mortalha da noite, iniciaram seu caminho de volta.

Conectado pelo rádio ao navio, eles solicitaram que luzes fortes iluminassem as perigosas ondas do mar, de modo que pudessem aproximar-se do deck flutuante. A resposta foi que era preciso manter o blecaute absoluto por causa dos aviões inimigos que vigiavam os navios aliados.

Os pilotos enviaram de volta uma solicitação de socorro porque, sem as luzes, eles seriam incapazes de encontrar o navio no oceano tingido de negro. O operador rejeitou seus apelos.

– Pelo menos uma luz – o piloto-chefe implorou. – Apenas uma luz na proa, e nós teremos uma chance!
– Estamos apenas seguindo ordens – o operador retornou. – Sinto muito. Sinto muito mesmo – e as linhas de comunicação da torre se calaram.

Todos os seis aviões se perderam”.1

Apenas uma luz e teremos uma chance ...

“Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo.” (Jo 9,5). O Senhor Jesus tinha muito claro o sentido de urgência. Ele sabia que a noite viria quando ninguém mais poderia trabalhar (v. 4).

Ao longo da vida muitas são as oportunidades de sermos luz para aqueles que precisam de uma palavra, um gesto, um abraço, um silêncio. Uma luz, ao menos uma, para que as pessoas tenham uma chance: de recomporem o casamento; de encontrarem uma saída melhor que o suicídio; de retornarem do caminho das drogas etc. Uma luz, ao menos uma.

“As pessoas sofridas não precisam de um novo clichê religioso ... de um novo jargão eclesiástico. Precisam apenas de alguém que fale em nome de Deus.”2 Alguém, ao menos um, que tenha intimidade com o Senhor. E, para isso, não é preciso ser um teólogo, um líder religioso, ou alguém “especial”. A única coisa necessária é viver aos pés de Cristo de tal forma que o falar, o pensar e o agir sejam iguais aos Dele.

“Então eles, vendo a ousadia de Pedro e João, e informados de que eram homens sem letras e indoutos, maravilharam-se e reconheceram que eles haviam estado com Jesus.” (At 4,13)

Se essas pessoas encontrarem um cristão, ao menos um, elas terão uma chance, ao menos uma de se salvarem.

Apenas uma pessoa e teremos uma chance ...

Querido Pai, que eu seja essa pessoa. Que eu tenha o mesmo sentido de urgência de Jesus, que eu nunca perca uma oportunidade de ser luz, e, principalmente, que eu tenha sempre intimidade contigo para poder falar em teu nome.

CORDEIRO, Wayne. Mentores segundo o coração de Deus (The Divine Mentor). Taubaté: ed. Vida, 2008. p. 201-202.
ibidem.

21 de junho de 2014

Emoções são más conselheiras

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Direto da sala da EBD. A pergunta desconcertante era: “Hananias cria mesmo na profecia que ele fez?”

Em primeiro lugar, os títulos da Bíblia (de todas) foram criados depois dela estar pronta (depois do Cânon). Portanto, chamá-lo de falso profeta é título e não texto bíblico.

Em segundo lugar, a pergunta era temporal, isto é, não anacrônica. A leitura e interpretação da bíblia costuma ser quase que 100% vezes anacrônica. Ou seja, o leitor, já conhecedor dos resultados, analisa os erros dos envolvidos quando eles não tinham a menor certeza do que iria acontecer.

Ora, Hananias repetiu a profecia de Jeremias, mas ... sutilmente divergiu dele quanto aos anos de cativeiro. Enquanto Jeremias havia profetizado setenta anos de cativeiro na Babilônia, Hananias falou em dois anos.

Jeremias: “Acontecerá, porém, que, quando se cumprirem os setenta anos, visitarei o rei de babilônia, e esta nação, diz o SENHOR, castigando a sua iniqüidade, e a da terra dos caldeus; farei deles ruínas perpétuas.” (Jr 25,12)

Hananias: “Depois de passados dois anos completos, eu tornarei a trazer a este lugar todos os utensílios da casa do SENHOR, que deste lugar tomou Nabucodonosor, rei de babilônia, levando-os a babilônia.” (Jr 28,3).

Antes de julgarmos o segundo profeta como falso, termo que, repito, não está na Bíblia, é preciso atenção à resposta do próprio Jeremias. “Disse, pois, Jeremias, o profeta: Amém!” (Jr 28,6). Amém quer dizer, assim seja, portanto Jeremias está concordando com a profecia de Hananias e não o desmentido.

O contexto de Judá sob quem a profecia se refere, era péssimo. O Reino do Norte já havia sido destruído e o Reino do Sul (Judá) estava sob o controle do rei da Babilônia, Nabucodonosor (cap. 25-27).

Jeremias não é conhecido como o “profeta chorão” por acaso. Ele tinha grande tristeza em seu coração por causa do grande sofrimento de seu povo. Ver duas gerações no exílio, 70 anos, era muito triste e certamente ninguém desejava isso; nem o rei, nem o povo, nem os profetas Jeremias e Hananaias. Por outro lado, muitas vezes o Senhor “mudou de ideia” diante do arrependimento de seu povo e até de outros povos, como os Ninivitas, por exemplo (livro de Jonas). Além disso, recentemente o Senhor havia livrado Judá da destruição certa de uma forma milagrosa (2 Rs 19) e todos sabiam disso. Mas havia uma diferença, Jeremias era prudente:

“Os profetas que houve antes de mim e antes de ti, desde a antiguidade, profetizaram contra muitas terras, e contra grandes reinos, acerca de guerra, e de mal, e de peste. O profeta que profetizar de paz, quando se cumprir a palavra desse profeta, será conhecido como aquele a quem o Senhor na verdade enviou.” (Jr 28,8-9).
Ora, todos os profetas antes dele profetizaram de males e pestes, agora Hananias profetizava de prosperidade, então somente se a profecia se cumprisse era vinda do Senhor.

Infelizmente, aquela notícia boa, a qual todos queriam ouvir e trazendo alegria aos corações era apenas movida pelos sentimentos e percepções do profeta Hananias. Suas emoções o levaram a mentir em nome de Deus e trazer grande sofrimento ao povo. Ao quebrar jugo de madeira, que o Senhor mesmo havia mandado, acabou por piorar a situação de Judá.

“E agora eu entreguei todas estas terras na mão de Nabucodonosor, rei de babilônia, meu servo; e ainda até os animais do campo lhe dei, para que o sirvam. E todas as nações servirão a ele, e a seu filho, e ao filho de seu filho ... E acontecerá que, se alguma nação e reino não servirem .. e não puserem o seu pescoço debaixo do jugo do rei de babilônia, a essa nação castigarei com espada, e com fome, e com peste, diz o SENHOR, até que a consuma pela sua mão” (Jr 27,6-8).

E foi isso que fez Hananias, rejeitou o jugo: “Então Hananias, o profeta, tomou o jugo do pescoço do profeta Jeremias, e o quebrou.” (Jr 28,10).

E disse ainda, “Assim diz o SENHOR: Assim, passados dois anos completos, quebrarei o jugo de Nabucodonosor, rei de babilônia, de sobre o pescoço de todas as nações.” (Jr 28,11).

Diante destas palavras e sem a certeza de qual seria o veredito do Senhor Jeremias decidiu ir embora. Jeremias não contendeu com Hananias, antes foi prudente e, ao ser confrontado, fez silêncio. Mas a dúvida não ficaria em seu coração, o Senhor não mudaria de ideia, não desta vez. Agora o jugo seria de ferro, a morte e a peste viriam por causa da desobediência do povo que decidiu dar ouvidos a Hananais, ou melhor, às suas próprias emoções.

Ainda que tenha dito amém preferiu ouvir o Senhor a ouvir o seu coração. Por mais dura ainda que fosse a mensagem de Deus, Jeremias ficou com ela. (Jr 28,13-14).

Hananias fez com que o “...povo confiasse em mentiras.” (Jr 28,15). Mentira, essa é a palavra descrita na Bíblia e não “falso”.

Numa sociedade tão embrutecida como a nossa, é claro que emoções (boas) são mais que bem vindas. Mas quando se trata da Palavra de Deus, as emoções não são boas conselheiras. No caso de Hananias custou-lhe a vida. “E morreu Hananias, o profeta, no mesmo ano, no sétimo mês.” (Jr 28,17).

Quanto à pergunta “Hananias cria mesmo na profecia que ele fez?” a resposta está diluída no corpo do texto. Examine a Bíblia e o texto com cuidado e encontre você mesmo a resposta.

Nossa gratidão ao professor Walmir da igreja do Méier por suas considerações.

2 de junho de 2014

Discipulado em família, o papel dos avós

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Na vida em família é natural que os pais sonhem com o melhor para seus filhos. Os pais cristãos desejam ardentemente que seus filhos tenham uma fé genuína em Jesus. Em outras palavras, desejam que os filhos possam gozar da mesma felicidade, mesma paz, mesma graça e mesma certeza de vida eterna que eles têm. Mas de quem é a responsabilidade de levar os filhos aos pés de Cristo? Dos pais, naturalmente.

Gravem estas minhas palavras no coração e na mente; amarrem-nas como símbolos nas mãos e prendam-nas na testa. Ensinem-nas a seus filhos, conversando a respeito delas quando estiverem sentados em casa e quando estiverem andando pelo caminho, quando se deitarem e quando se levantarem” (Dt 11,18-19 - NVI).

O problema é o tempo. Nossa sociedade parece viver a maior falta de tempo da história. Falta tempo para estar juntos em família. Falta tempo para compartilhar de Jesus. Falta tempo! Por isso, muitos acabam transferindo à igreja local e ao pastor a responsabilidade de fazer dos filhos discípulos de Cristo. Mas será que as dificuldades e desafios de hoje justificam essa terceirização da fé em Jesus? Qual o papel dos pais neste processo de discipulado? E qual a participação dos avós neste contexto?

Discípulo? O que é isso? Segundo a concordância de James Strong “Discípulo (mathetes): 1) um aluno; um discípulo, um seguidor de Cristo que aprende as doutrinas da Escritura e o estilo de vida de que necessita; 2) alguém catequizado com instrução adequada da Bíblia com acompanhamento necessário através de aplicações (de vida)”.

Recordo-me da sua fé não fingida, que primeiro habitou em sua avó Lóide e em sua mãe Eunice, e estou convencido de que também habita em você.” (2 Tm 1,5)

Timóteo vivia com mãe em Listra, fora das terras de Israel e a muitos quilômetros de Jerusalém. Além disso, teve dificuldades na sua formação por causa de seu pai grego (At 16,1). Ora, uma fé não fingida, ou autêntica, baseia-se nas experiências vividas com o Senhor. Discipular, o ato de fazer discípulos, não tem a ver com conhecimento de grego e hebraico, não tem a ver com ler dezenas de livros sobre o assunto, não tem a ver com métodos ou fórmulas. Elas podem contribuir, mas não são fundamentais. Discipular tem a ver com compartilhar essas experiências (no plural) de modo a levar outros a terem vida plena em Deus.

Eunice superou todas as dificuldades e encontrou um modo de transmitir ao filho aquilo que aprendeu de sua mãe e também o que viveu, ela mesma, com o Senhor. Isto é, Eunice fez de seu filho um discípulo. E que discípulo! Entre os jovens daquela região Timóteo foi o escolhido pelo apóstolo Paulo para caminhar com ele (At 16,3). Foi escolhido porque os irmãos davam bom testemunho do rapaz, tanto em Listra como em Ícono (At 16,2). Mas ao que parece não estava só na sua tarefa.

O que chama a atenção no texto de Paulo é a citação ao nome da avó de Timóteo, Lóide. Ao considerarmos que a fé não fingida “primeiro habitou em sua avó Lóide”, podemos pensar que sua avó teve participação ativa no processo de discipulado do neto. O exemplo de Timóteo mostra que não foram os tratados teológicos, os muitos livros ou os altos conhecimentos intelectivos que o levaram a desenvolver sua fé. Ela nasceu, cresceu e se desenvolveu dentro de casa nos momentos vividos entre mãe e filho, entre avó e neto. A mesma fé que habitava nelas, afirma o apóstolo “...estou convencido de que também habita em você”.

Como cristãos precisamos pensar nas experiências com Deus que temos deixado de compartilhar com nossos filhos e netos. Talvez no afã de “poupá-los” das dificuldades vividas por causa das escolhas que fazemos ao lado de Cristo, acabamos por não compartilhar, com quem tanto amamos, o conhecimento do Deus vivo que agiu e continua agindo na história. Nesses dias apressados que vivemos até achamos algum tempo para estar juntos em família, mas para falar de outras coisas, talvez mais “agradáveis” ao coração. Quando, na verdade, o que aquece de fato o coração é saber/viver um relacionamento íntimo com Deus. Isso é discipulado, vida na vida. Ou como diz o título do livro de Howard Hendricks “Ensinando para transformar vidas” (recomendo fortemente a leitura).

O Novo Testamento está repleto de exemplos de vidas transformando vidas. Jesus transformou a vida de seus discípulos compartilhando com eles as experiências vividas com o Pai, bem como os comissionou a fazerem o mesmo, ensinar a outros “a guardar todas as coisas” (Mt 28,20). Em Jerusalém o comportamento exemplar dos crentes fazia com que caíssem na graça do povo e assim “todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar” (Atos 2,47). Em Antioquia, cuja fama chegou até Jerusalém, os discípulos eram tão parecidos com o Mestre que “foram pela primeira vez chamados cristãos” – ou xingados de cristinhos. (Atos 11,26).

Portanto, é responsabilidade dos pais levar nossos filhos aos pés de Cristo. Incentivá-los a viver as suas próprias experiências com Deus. Conduzi-los ao crescimento na graça do Pai. Incentivá-los a confiar no Senhor desenvolvendo uma fé autêntica. Mostrar-lhes, pelos próprios exemplos, que a verdadeira adoração não depende de nenhum local em particular, seja um monte em Samaria, seja um templo em Jerusalém, seja em Listra, seja na igreja local. Por outro lado, os avós devem cooperar com a família neste propósito, como nos mostra o exemplo de Timóteo.

Talvez a pergunta não seja “de quem é a responsabilidade?”, talvez sejam outras. O que temos experimentado de Deus em nossas vidas? Qual o nosso grau de dependência, confiança e obediência ao Senhor? O que temos a oferecido a nossos filhos/netos para que eles se sintam motivados e encorajados a também depender, confiar e obedecer a Deus? O apóstolo Paulo lapidou o diamante que já existia no futuro pastor da igreja de Éfeso. Quantos “Timóteos” estão por aí carecendo de mães como Eunice e avós como Lóide. Mulheres que a despeito de todas as dificuldades de gênero, geografia ou de relacionamentos pessoais souberam fazer de Timóteo um legítimo discípulo de Jesus.

27 de maio de 2014

“A viuvinha pôs na caixinha ... o seu melhor”

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A história da viúva pobre (Mc 12,41-44) demonstra o tipo de oferta agradável a Deus. Segundo a Lei, os “muitos ricos” que “depositavam muito” (v. 41) deveriam sustentá-la. “Quando acabares de separar todos os dízimos ... os darás ao levita ... ao órfão e à viúva, para que comam ... e se fartem” (Dt 26,12). Ora, todas as moedas ficaram na terra, logo Jesus está indo além do aspecto social.

As duas moedas, de pouco valor, são a parte visível do que realmente agradou o coração do Pai: o coração da viúva. O Senhor também se agradava de Jó que, sendo muito rico, ofertava com alegria. Portanto, não se trata de pobreza, riqueza ou moedas, mas do coração sincero do ofertante. “E quem oferta com alegria / Junta o tesouro muito maior” (A oferta da viuvinha - Aline Barros)


7 de maio de 2014

A Boa Nova tem que ser boa

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A carta de Tiago trata de um evangelho vivo, isto é, aquele que se reflete na prática do cristão. “Sejam praticantes da palavra, e não apenas ouvintes,” (Tg 1,22a). Toda a carta está focada no agir daqueles que um dia receberam a Jesus Cristo como Senhor e Salvador. Tiago não nega a graça de Cristo, pelo contrário. Ele exorta os crentes a uma nova vida na graça.

Os ouvintes são todos quantos guardam e dão crédito à Palavra, contudo uns são praticantes outros não. A este dirige a sua crítica. Portanto, a boa nova, se é verdadeiramente boa na vida do crente, precisa ser boa também nas suas ações na sociedade senão, será um cristianismo do autoengano. Ou os crentes vivem a Palavra ou vivem “enganando-se a si mesmos” (Tg 1,22b).

28 de abril de 2014

Evangelho é Boa Nova

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Claro, não existe cristianismo sem cruz, mas o Evangelho (a boa nova) é: Jesus ressuscitou. Portanto, o Evangelho não é DA cruz, mas vencer a morte PELA cruz de Cristo.

“Também vos notifico, irmãos, ... que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras, E que foi sepultado, e que ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras ... Ora, se se prega que Cristo ressuscitou dentre os mortos, como dizem alguns dentre vós que não há ressurreição de mortos? E, se não há ressurreição de mortos, também Cristo não ressuscitou. E, se Cristo não ressuscitou, logo é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé ... somos também considerados como falsas testemunhas de Deus, pois testificamos de Deus, que ressuscitou a Cristo, ... Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens.” (1 Co 15,1-19)

26 de abril de 2014

O que é adoração segundo a Bíblia

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Adoração é uma palavra cada vez mais presente no meio evangélico. Nos cultos, nos musicais, nos congressos etc., ela sempre aparece. Mas, qual o significado de adoração? Qual a relação dela com as músicas e com as mãos estendidas? Afinal, qual o significado de adoração à luz da Bíblia?

A palavra adoração aparece 278 vezes no AT sendo a palavra שָׁחָה (xarrá) é a mais usada.  Adorar (שָׁחָה) significa: curvar-se em adoração, inclinar-se para baixo, fazer homenagem, ajoelhar-se em reverência a, deitar-se, prostrar-se, adorar etc.


Abraão foi o primeiro a citar adoração na Bíblia. “... Ficai-vos aqui com o jumento, e eu e o moço iremos até ali; e havendo adorado (וְנִֽשְׁתַּחֲוֶ֖ה), tornaremos a vós.” (Gn 22,5). Decidido a obedecer à ordem recebida do Senhor, ele levou o seu próprio filho para ser sacrificado. Abraão reconhecia a autoridade e a soberania do Senhor sobre qualquer pessoa ou circunstância por isso, apesar da ordem ser “oferece-o ali em holocausto” (Gn 22,2), Abraão declara “... iremos ... e havendo adorado, tornaremos ...”. Ele não disse “e havendo sacrificado, tornaremos”, mas sim, “havendo adorado”. O sacrifício, em si, não era a adoração, mas fazia parte dela.

A confiança de Abraão no Senhor era tanta que ele foi capaz de afirmar “tornaremos”, no plural. “Pela fé ofereceu Abraão a Isaque, quando foi provado; sim, aquele que recebera as promessas ofereceu o seu unigênito. Sendo-lhe dito: Em Isaque será chamada a tua descendência, considerou que Deus era poderoso para até dentre os mortos o ressuscitar;” (Hebreus 11,17-18). Segundo essa carta, Abraão 1) confiava na promessa que lhe fora feita pelo Senhor; 2) sabia que Deus tinha poder até mesmo sobre a morte por isso, não havia dúvidas em seu coração quanto a oferecer a vida de seu filho em sacrifício a alguém tão justo e poderoso.

Das 100 palavras traduzidas como adoração no Novo Testamento mais de 60% delas têm a sua origem em προσκυνέω (proscuneó) cujo significado é: beijar o chão, prostrar-se diante de um superior, adoração, pronto “para cair / prostrar-se a adorar de joelhos”, fazer uma reverência, metaforicamente “o beija-terra”. Adorar (προσκυνέω) sugere a vontade de fazer todos os gestos físicos necessários de reverência.

Nas palavras de Jesus, segundo o Evangelho de João, “Deus é Espírito, e importa que os que o adoram (προσκυνηταὶ) o adorem (προσκυνήσουσιν) em espírito e em verdade.” (Jo 4,24). Jesus está explicando a mulher samaritana que a adoração a Deus não está ligada a um local porque Deus não se faz presente em lugares ou construções feitas por mãos humanas, seja no monte, em Samaria, ou no templo, em Jerusalém. “... nem neste monte nem em Jerusalém adorareis o Pai.” (João 4,21).

Para Jesus, a adoração também não está na liturgia ou nos ritos dos cultos. “Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem.” (Jo 4,23) A expressão “verdadeiros adoradores” sugere haver adoradores não verdadeiros. Isto é, o servo se curva (em adoração) diante do seu Senhor, mas o curvar-se, símbolo de submissão, é consequência de um coração submisso daquele que adora. 

Ora, Deus é espírito, portando a verdadeira adoração vem do espírito, ou da alma, do adorador. (Jo 4,25). “A verdadeira adoração deve ser espiritual” (Charles J. Ellicott), porque a “espiritualidade da natureza divina está fundamentada à necessidade da espiritualidade do culto ... a adoração ...  deve participar de sua natureza: como sua natureza é espiritual, sua adoração, para ser aceitável, deve ser também espiritual”. (Joseph Benson). Ou nas palavras de Matthew Henry: “O espírito ou a alma do homem, influenciada pelo Espírito Santo, deve adorar a Deus e ter comunhão com ele”.

Seja no Antigo ou no Novo Testamento, o ato de adorar vai muito além da manifestação externa de prostrar-se e de colocar o rosto no pó. O ato é, na realidade, uma reação natural de quem reconhece a autoridade do Senhor e submete-se a ela. O cair de joelhos revela o desejo, do servo, de humilhar-se diante daquele que tem todo poder sobre si, o seu Senhor.

Resumindo: adoração envolve três elementos. 1) O adorado; 2) O adorador; 3) A forma de adorar. Desses três elementos o terceiro é o menos relevante. Deus deve ser adorado pelo que ele é. O adorador deve adorá-lo porque reconhece e se submete aquele a quem adora. O cair de joelhos é consequência do primeiro (Deus) sobre o segundo (o homem). Se, por outro lado, este não se submete àquele ou não o reconhece como soberano não há adoração genuína.

Abrão adorou porque confiou no poder de Deus. Moisés adorou porque não podia contemplar a glória do Senhor (Êx 3,6). Simeão adorou porque viu a promessa de Deus se cumprir na pessoa do menino Jesus (Lc 2,29-30). Tomé foi o primeiro a reconhecer ser Jesus, Deus. “E Tomé respondeu, e disse-lhe: Senhor (Κύριός*meu, e Deus meu!” (João 20,28). Finalmente, segundo a revelação dada a João, no dia do reencontro com o Senhor Jesus “os vinte e quatro anciãos, e os quatro animais, prostraram-se e adoraram a Deus”. (Ap 19,4).

Conclusão: A adoração cristã, dos verdadeiros adoradores, faz parte da nova vida em Cristo. Começa no dia em que o redimido encontra com seu Redentor, Jesus, permanece durante toda a vida terrena e prossegue por toda eternidade.

* Κύριός: aquele a quem uma pessoa ou coisa pertence, sobre o qual ele tem o poder de decisão.

8 de abril de 2014

Como entender o salmo 23

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1 - Salmo de Davi: O Senhor me pastoreia, de nada terei falta.
Isso é título. Tudo mais é referência a ele.

2 - Deitar-me faz em verdes pastos, guia-me mansamente a águas tranquilas.
3 - Refrigera a minha alma; guia-me pelas veredas da justiça, por amor do seu nome.
4 - Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam.
5 - Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges a minha cabeça com óleo, o meu cálice transborda.
6 - Certamente que a bondade e a misericórdia me seguirão todos os dias da minha vida; e habitarei na casa do Senhor por longos dias.

2 de abril de 2014

O retrato da paz

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Certa vez ouvi uma história sobre uma competição onde cada artista deveria pintar um quadro retratando 'paz'.

Um artista muito respeitado produziu a pintura de uma forte e  assustadora tempestade marinha com relâmpagos e ondas batendo furiosamente contra os rochedos. Um pouco confuso, o organizador do competição perguntou se ele havia entendia o tema do concurso.


O artista calmamente apontou para uma pequena fenda na face do penhasco, onde uma havia uma gaivota abrigada em seu ninho tendo um filhote sob as suas asas. Apesar de toda a agitação da tempestade ao redor, a pequena ave estava tranquila, segura e em paz, aninhada sob a proteção de seu pai.

Fonte: http://www.kingsnews.org.uk/knmagazine/KN38/KN38%20for%20web.pdf

Olhando a situação ao redor parece não existir paz na sociedade atual. Quem a busca nos muros e grades, nas armas, no isolamento dos condomínios vigiados etc., jamais a terá de fato. A paz oferecida por Jesus é muito diferente da paz proposta ou imaginada pelas instituições e sociedades.

Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize. (João 14,27)

Entendendo:
1) Jesus entrega a sua paz como doação;
2) Não é a paz que a sociedade concebe ou imagina;
3) Com ela não há razão para se ficar sobressaltado ou temeroso.

Conclusão: A paz que Jesus oferece é gratuita, não segue a lógica humana e traz absoluta tranquilidade a quem o recebe em seu coração.

4 de março de 2014

Mohandas Karamchand Gandhi

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Mohandas Karamchand Gandhi, Mahatma Gandhi, advogado, pacifista da humanidade, principal personalidade da independência da Índia e defensor da revolução por meio da não violência (Satyagraha) influenciou outros ativistas como Martin Luther King Jr. e Nelson Mandela.

Filho do primeiro-ministro do minúsculo principado onde vivia foi estudar direito na University College, Inglaterra, contrariando os regulamentos de sua casta. De volta à Índia, em 1891, Gandhi não teve sucessos como advogado (era muito tímido) e acabou representando uma firma hindu na África do Sul local de notória discriminação racial o que acabou por despertou sua consciência social

Gandhi nasceu em 2 de outubro de 1869, Porbandar, na Índia ocidental, hoje estado de Gujarat, e foi assassinado em 30 de janeiro de 1948, Nova Déli, União da Índia, aos 78 anos. Seu funeral foi digno de um chefe de Estado.

A Canção Celestial, escritura hindu, e o “Sermão da Montanha”, do Evangelho de Mateus, se tornaram, mais tarde, suas “bíblias” e guias de viagens espirituais.
Eu seria cristão, sem dúvida, se os cristãos o fossem vinte e quatro horas por dia.

Indicado cinco vezes ao Nobel, Gandhi nunca recebeu o prêmio. No entanto, quando o Dalai Lama Tenzin Gyatso recebeu o prêmio em 1989, o presidente do comitê disse que o prêmio era “em parte um tributo à memória de Mahatma Gandhi”.

Mahatma Gandhi levou as últimas consequências o princípio da não violência.
Possuo a não-violência do corajoso? Só a morte dirá. Se me matarem e eu conseguir ter, uma oração nos lábios pelo meu assassino e o pensamento em Deus, ciente da sua presença viva no santuário do meu coração, então, e só então, poder-se-á dizer que possuo a não-violência do corajosos.

17 de fevereiro de 2014

Martin Luther King Jr

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Martin Luther King Jr, advogado, pastor e ativista político, tornou-se um dos mais importantes líderes do movimento dos direitos civis dos negros nos Estados Unidos, e no mundo. Por sua campanha de não violência e de amor ao próximo tornou-se a pessoa mais jovem a receber o Nobel da Paz em 1964 aos 35 anos.

Filho de um agricultor e uma pastora, King foi um dos líderes do boicote aos ônibus de Montgomery depois que uma mulher negra foi presa por se negou a dar seu lugar para uma mulher branca.
Eu tenho um sonho que meus quatro pequenos filhos um dia viverão em uma nação onde não serão julgados pela cor da pele, mas pelo conteúdo do seu caráter. Eu tenho um sonho hoje.

Luther King nasceu em 15 de janeiro de 1929 em Atlanta, GA, EUA e foi assinado no dia 4 de abril de 1968 em Memphis, TN, EUA, aos 39 anos.

Algumas de suas conquistas: 1) A suprema Corte Americana em tornou ilegal a discriminação racial em transporte público; 2) organizou, liderou marchas a fim de conseguir o direito ao voto, o fim da segregação, o fim das discriminações no trabalho e outros direitos civis básicos; 3) agregados mais tarde, à lei estadunidense: Lei de Direitos Civis (1964) e Lei de Direitos Eleitorais (1965).

De vida breve e intensa, King encontrou uma razão para sua existência.
O homem que não está disposto a morrer por uma causa não é digno de viver.

Fontes: http://pt.wikipedia.org/wiki/Martin_Luther_King_Jr
http://www.trabalhosfeitos.com/ensaios/Martin-Luther-King/689834.html
http://anoticia.clicrbs.com.br/sc/mundo/noticia/2013/08/confira-a-traducao-na-integra-do-discurso-feito-por-martin-luther-king-ha-50-anos-4248603.html

16 de fevereiro de 2014

Anjezë Gonxhe Bojaxhiu

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Anjezë Gonxhe Bojaxhiu, Madre Teresa de Calcutá, foi a missionária católica fundadora congregação religiosa Missionárias da Caridade presente em mais de 133 cujo objetivo único é viver a caridade no dia-a-dia, de modo a assistir e auxiliar os mais desvalidos e mais pobres.

Em meados de 1950 Madre Teresa, seu nome católico, foi autorizada pelo Papa Pio XII a iniciar uma congregação religiosa que deveria se chamar Congregação Diocesana de Calcutá, na cidade que acabou por completar o nome da religiosa.

Madre Teresa nasceu em 26 de agosto de 1910 em Üsküp, então capital de Vilayet de Kosovo, subdivisão do Império Otomano - atual Skopje, capital da República da Macedônia - e faleceu 5 de setembro de 1997 aos 87 anos em Calcutá, Índia. De etnia albanesa, foi naturalizada indiana em 1950.

A vida dedicada aos pobres acabou por conceder-lhe o prêmio Nobel da Paz de 1979 e causar certo desconforto à líderes e religiosos.
O senhor não daria banho a um leproso nem por um milhão de dólares? Eu também não. Só por amor se pode dar banho a um leproso.”

Morreu de ataque cardíaco, quando preparava um serviço religioso em memória da princesa Diana de Gales. Apesar da vida simples, a Índia quebrou a tradição lhe concedendo um funeral de chefe de Estado. Morreu como viveu, trabalhando.

Dê ao mundo o melhor de você. Mas isso pode não ser o bastante. Dê o melhor de você assim mesmo. Veja você que, no final das contas, é tudo entre VOCÊ e DEUS. Nunca foi entre você e os outros.

Fontes: http://pt.wikipedia.org/wiki/Mission%C3%A1rias_da_Caridade
http://en.wikipedia.org/wiki/Mother_Teresa
http://www.motherteresa.org/
http://www.washingtonpost.com/wp-srv/inatl/longterm/teresa/stories/funeral0915.htm

15 de fevereiro de 2014

Nelson Rolihlahla Mandela

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Nelson Rolihlahla Mandela, advogado, político, filantropo e maior líder político da África do Sul contra o Apartheid. Libertado em 1990, após 27 anos na prisão, tornou-se o primeiro presidente negro Sul-Africano em 1994 um ano depois de receber o Nobel Paz (1993).

Nelson foi o nome dado a Mandela por sua professora quando ele tinha nove anos de idade.
Ninguém na minha família nunca havia frequentado a escola [ ...] No primeiro dia de aula minha professora, senhorita Mdingane, deu a cada um de nós um nome Inglês . Este era o costume entre os africanos naqueles dias e foi, sem dúvida , devido à viés britânica de nossa educação. Naquele dia, senhorita Mdingane me disse que o meu novo nome era Nelson. Porquê este nome particular, eu não tenho nenhuma ideia .

Mandela nasceu em 18 de julho de 1918 em Mvezo, Cabo Oriental, na antiga União Sul-Africana e morreu em 5 de dezembro de 2013, aos 95 anos, em Joanesburgo, Gauteng, África do Sul, país que ajudou a refundar. Dedicou a sua vida ao ideal de construir uma nação justa com igualdade entre todas as pessoas.

Nós, o povo da África do Sul, declaramos por todo o nosso país e para o mundo a saber: Que a África do Sul pertence a todos os que vivem nela , negros e brancos, e que nenhum governo pode afirmar autoridade a menos que seja baseado na vontade do povo.

Viveu e morreu por esse ideal. “Estimo o ideal de uma sociedade democrática e livre na qual todas as pessoas possam viver juntas em harmonia e com oportunidades iguais. ... Mas, meu Senhor, se preciso for, é um ideal pelo qual estou preparado para morrer.”

Fontes: http://en.wikipedia.org/wiki/Nelson_Mandela
Fundação Nelson Mandela: http://www.nelsonmandela.org/

31 de janeiro de 2014

Chega de Reclamar

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Por - Jeremias Pereira da Silva

Reclamar é com frequência uma forma de chamar atenção para si. “Ninguém merece”, “aff”, “tudo é difícil para mim” e outras frases semelhantes a estas. Todos desejam ser reconhecidos, mas as pessoas que reclamam muito podem estar sofrendo isso por baixa estima, dizem os terapeutas.

A reclamação também serve para legitimar limites que impomos a nós mesmos e justificar nossos medos e inseguranças. Reclamar e queixar podem ser desculpas, tentativas de explicar porque não nos expandimos, crescemos ou conseguimos dar uma boa melhorada em nós mesmos, na família, na vida profissional e até mesmo no contexto ao nosso redor.

Reclamação atrai reclamação. Uma das maneiras de sair desse ciclo vicioso é parar de reclamar e manifestar gratidão pelas bênçãos maravilhosas que o Eterno tem nos doado. Pode ser que você teve pais difíceis e durões ou foi abandonado por eles. Pode se concentrar em o quanto eles foram ruins, ou pode escolher agradecer porque eles fizeram algo exponencial: geraram você. E você está vivo cheio da graça de Cristo, com um coração guerreiro que pode dar a volta por cima e finalmente tornar-se um abençoador destes mesmos pais quando os mesmos envelhecerem.

Fofoqueiros atraem fofoqueiros; maledicentes sempre encontram uma roda de escarnecedores onde tem um lugar reservado para si; pessoas gratas e entusiasmadas sempre encontram uma cadeira onde se assentar ou alguém se colocará em pé e lhe oferecerá um lugar.

A vida muda de dentro para fora. O lugar onde começa a mudança é dentro do nosso coração. Sobre tudo o que deve guardar, guarde o seu coração porque dele procedem as fontes da vida. Se quisermos tempos novos e melhores devemos primeiramente curar a discórdia dentro de nós mesmos, com a Graça de Cristo. Quando paramos de verbalizar a reclamação, obrigamos nossa mente a gerar um pensamento bom e abençoador.

Não temos como evitar pessoas, negativas, críticas, fofoqueiras, maledicentes e ingratas, mas podemos impedir que elas sejam nossos maiores influenciadores. Podemos nos tornar influenciadores para o bem. Não podemos sair por aí tentando consertar todo “reclamão”. Se com a graça de Cristo experimentarmos uma mudança visível, outros receberão esta iluminadora e surpreendente influência: viver perto de alguém que aprendeu – ou está aprendendo - a ser grato e grato por tudo.

Toda mudança de impacto tem que ser intencional e também exige disciplina e perseverança. Como diziam os pregadores dos anos 80: “Tem que pagar o preço, irmão”.

Cada um de nós cria ou pode criar um alto e positivo impacto ao nosso redor. Este impacto pode se tornar até mesmo global. No passado seu impacto pode ter sido muito negativo.

Mas hoje é um novo dia. Espalhe a gratidão, boas palavras, exalte a divina e soberana providência. Exalte a Cristo Senhor de tudo e soberano sobre os detalhes de nossa vida.

13 de janeiro de 2014

Pastores Psicopatas

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Por: Hermes C. Fernandes

Uma das profissões que mais atraem psicopatas é a de pastor. Pelo menos, segundo os estudos do psicólogo Kevin Dutton, autor do livro “A Sabedoria dos Psicopadas: O que santos, espiões e assassinos em série podem nos ensinar sobre o sucesso”. Dutton conta que psicopatas nem sempre são pessoas conturbadas como muitos acreditam. “Quando psicólogos falam sobre o termo psicopatia, eles se referem às pessoas que têm um conjunto distinto de características de personalidade, que incluem itens como destemor, crueldade, capacidade de persuasão e falta de consciência e empatia”.


Geralmente, os psicopatas são dotados de charme, simpatia, carisma, capazes de impressionar e cativar qualquer pessoa com invejável destreza. Ninguém imagina que por trás de seu jeito educado, inofensivo e gentil se esconde alguém desprovido de consciência, capaz de atitudes cruéis e desumanas.

Um pastor psicopata assume uma personagem performática quando sobe ao púlpito. É capaz de encenar os papéis mais dramáticos como se estivesse num teatro. Em questão de segundos, transita entre a tragédia e a comédia, provocando lágrimas e gargalhadas com a mesma desenvoltura. Mas tudo não passa de fachada para disfarçar sua astúcia.

Não se trata de um louco varrido, mas de alguém que vive na fronteira entre a sanidade e a loucura, mas sem perder o controle.

Suas maiores habilidades são mentir, enganar, ludibriar, trair, sem sequer sentir-se culpado ou envergonhado. Trapaceiam, difamam, traem, abusam de autoridade, roubam, e sentem-se confortáveis com isso. A única coisa que não admitem é serem desmascarados. Não pela vergonha que passariam, mas porque isso os impediria de continuar enganando.

Cinicamente, se aproveitam da dor alheia para se locupletar. São verdadeiros predadores soltos na sociedade à procura de pessoas vulneráveis que caiam em sua lábia.

Psicopatas gostam de ser o centro das atenções. Por isso, sempre buscam oportunidade para roubar a cena. Querem estar em evidência a qualquer custo. Ainda que isso custe o sofrimento de outros.

Algumas das principais características do psicopata são:

1 – Carisma: Tem facilidade em lidar com as palavras e convencer pessoas vulneráveis. Por isso, torna-se líder com frequência. Seja na política, na igreja, no trabalho ou até na cadeia.

2 – Inteligência: O QI costuma ser maior que o da média: alguns conseguem passar por médico ou advogado sem nunca ter acabado estudado para isso.

3 – Ausência de culpa: Não se arrepende nem tem dor na consciência. É mestre em botar a culpa nos outros por qualquer coisa. Tem certeza que nunca erra.

4 – Vanglória: Vive com a cabeça nas nuvens. Mesmo que a sua situação seja de total miséria, ele só fala de suas supostas glórias. É do tipo que come sardinha e arrota caviar.

5 – Habilidade para mentir: Não vê diferença entre sinceridade e falsidade. É capaz de contar qualquer lorota como se fosse a verdade mais cristalina. Algumas vezes acredita em sua própria mentira.

6 – Egoísmo: Faz suas próprias leis. Não entende o que significa “bem comum”. Se estiver tudo bem para ele, não interessa como está o resto do mundo.

7 – Frieza: Não reage com sinceridade ao ver alguém chorando ou sofrendo.

8 – Parasitismo: Quando consegue a amizade de alguém, suga até a medula.

Infelizmente, algumas destas características têm sido fartamente encontradas em líderes religiosos, vitimando milhares de pessoas com suas artimanhas.

Os pastores psicopatas se apresentam como líderes atenciosos, polidos, cheios de amor, porém, sua intenção é a pior possível. Por fora, sempre impecavelmente vestidos, beirando ao narcisismo. Por dentro, um trapo imundo. Por trás de seu carisma sedutor, um mentiroso contumaz, um manipulador calculista. Sempre agem prevendo a reação de quem pretendem vitimar. Para eles, a vida não passa de um tabuleiro de xadrez. Se alguém se puser em seu caminho, passam como rolo compressor, sem dó nem piedade.

Quem os vê chorar em suas performances de púlpito, não imaginam o ser frio que se esconde por trás daquela capa. Se flagrados, jogam com as palavras e os gestos para tentar inverter o jogo a seu favor. Sabem como se passar de vítima sem deixar rastro. Estão sempre cercados de cúmplices que se deixam ludibriar por seus convincentes argumentos, sendo capazes de colocar sua mão no fogo por seus líderes.

Cerque-se de todos os cuidados necessários. E não seja negligente com a sua família e aqueles a quem você ama. Todos podem estar correndo perigo. Ninguém jamais imaginou que Jim Jones fosse um psicopata que levaria mais de 900 fiéis ao suicídio de uma só vez. Portanto, antes de submeter-se a uma liderança, verifique seu histórico. Veja se tem o respaldo de sua família. Se não é adepto do emocionalismo barato e manipulador.

Uma palavra aos líderes: seja prudente e não se precipite em ordenar alguém ao ministério. Observe-o exaustivamente. Verifique sua conduta em casa e fora da igreja. Cuidado para não colocar uma bomba relógio em posição de liderança na igreja. As estatísticas dizem que um em cada 25 brasileiros se enquadra neste perfil psicológico. Então, não custa nada redobrar a vigilância.

Aviso aos pais: adolescentes são sempre mais vulneráveis a este tipo de liderança extremamente carismática, mas sem escrúpulo e compromisso com a ética. Procure saber a quem seus filhos estão seguindo. Há casos em que pastores jogam os filhos contra os pais, exigindo deles absoluta obediência.

Não seja cúmplice de um pastor psicopata. Se verdadeiramente se importar com ele e seu séquito, tente convencê-lo a buscar ajuda psicológica. Se ele se recusar, denuncie-o. Antes que seja tarde demais...

Fonte: http://vigiai.net/articles.php?article_id=5940

12 de janeiro de 2014

Tempo que foge! - Por Ricardo Gondim

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Não, não é do Rubem Alves (explicações no final)

Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para frente do que já vivi até agora. Sinto-me como aquele menino que ganhou uma bacia de jabuticabas. As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.

Já não tenho tempo para lidar com mediocridades. Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados. Não tolero gabolices. Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.

Já não tenho tempo para projetos megalomaníacos. Não participarei de conferências que estabelecem prazos fixos para reverter a miséria do mundo. Não vou mais a workshops onde se ensina como converter milhões usando uma fórmula de poucos pontos. Não quero que me convidem para eventos de um fim-de-semana com a proposta de abalar o milênio.

Já não tenho tempo para reuniões intermináveis para discutir estatutos, normas, procedimentos parlamentares e regimentos internos. Não gosto de assembléias ordinárias em que as organizações procuram se proteger e perpetuar através de infindáveis detalhes organizacionais.

Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturos. Não quero ver os ponteiros do relógio avançando em reuniões de “confrontação”, onde “tiramos fatos à limpo”. Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário do coral.

Já não tenho tempo para debater vírgulas, detalhes gramaticais sutis, ou sobre as diferentes traduções da Bíblia. Não quero ficar explicando porque gosto da Nova Versão Internacional das Escrituras, só porque há um grupo que a considera herética. Minha resposta será curta e delicada: – Gosto, e ponto final! Lembrei-me agora de Mário de Andrade que afirmou: “As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos”. Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos.

Já não tenho tempo para ficar dando explicação aos medianos se estou ou não perdendo a fé, porque admiro a poesia do Chico Buarque e do Vinicius de Moraes; a voz da Maria Bethânia; os livros de Machado de Assis, Thomas Mann, Ernest Hemingway e José Lins do Rego.

Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita para a “última hora”; não foge de sua mortalidade, defende a dignidade dos marginalizados, e deseja andar humildemente com Deus. Caminhar perto dessas pessoas nunca será perda de tempo.

Soli Deo Gloria.

Explicação: Clique aqui
Livro citado (pág 102): Clique aqui
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