28 de novembro de 2012

Grandes coisas fez o SENHOR por nós, pelas quais estamos [muito felizes]

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O dia 17 de novembro de 2012 ficará gravado para sempre em nossa memória. A formatura das meninas de pedagogia foi marcada pela simplicidade e profunda emoção que a todos nós contagiou. Conquanto seja esta a última turma de Pedagogia do Seminário do Sul, a formatura constitui uma vitória pessoal, uma vitória da nossa família e uma vitória de todos os batistas brasileiros.

Certamente foi Deus quem deu a visão de criar um curso de Pedagogia com “visão missionária”. O único do Rio de Janeiro, quiçá do Brasil, com “Ênfase em Educação Cristã”. Nada mais estrategicamente missionário: professores cristãos lecionando nas escolas brasileiras.

Certamente não foi em uma simples reunião que tudo aconteceu. Foram meses de trabalho árduo reunindo, estudando, elaborando e reelaborando o projeto a ser apresentado e reapresentado nas Assembleias. Custou o empenho de muitos voluntários apaixonados por educação e missão, capazes de resistir as mais duras críticas dos convencionais em prol de uma causa: a visão do Senhor em suas mentes e corações.

Não foi menor a luta e resistência dos batistas em busca do reconhecimento do curso frente ao MEC. Qualquer reconhecimento começa no projeto avançando para muito além deste. São várias as visitas da Comissão e a cada uma delas novas exigências são feitas. O comprometimento não é suficiente para alcançar um alvo desta envergadura. São necessárias, também, pessoas competentes, muito competentes.

O investimento financeiro não foi menor. Desde a entrada no processo até o reconhecimento foram muitas as mãos generosas a custear cada etapa, cada visita,  cada cumprimento de uma exigência. Batistas brasileiros investindo dinheiro e orações em prol desta nobre causa missionária. A Educação Cristã.

De fato, Deus ouviu nosso clamor. Como justificar mais um curso de Pedagogia tão próximo a outros também reconhecidos? De um modo surpreendente o diferencial (a Educação Cristã) pesou na decisão da comissão do MEC. Contudo, que o Senhor quebrantou os corações dos membros da Comissão disso não há dúvidas.

O reconhecimento veio duplamente: do curso, pelo MEC e da qualidade do mesmo, conforme classificou o ENADE na época.

Mas foi somente neste ano que a visão tornou-se real. A oportunidade ímpar de termos nossos irmãos aprovados, por concurso público, como “Professores de Ensino Religioso”. Pessoas tementes a Deus ensinado a verdadeira Educação Cristã aos brasileirinhos das escolas públicas. Tudo dentro da mais absoluta legalidade. Quem poderia imaginar que seria justamente o Estado a abrir uma porta como essas? O Senhor já sabia por isso nos deu a visão lá atrás.

Como batista sinto-me feliz e profundamente grato por todos quantos doaram seu tempo, talentos e dinheiro nesta causa. Pela visão, pelas orações e pela perseverança dos batistas sem a qual não poderíamos colher, hoje, os frutos. Ao ver minha amada esposa entre as nove formandas do Curso de Pedagogia só posso declarar: “Que darei eu ao SENHOR, por todos os benefícios que me tem feito?”.

Grandes coisas fez o SENHOR por nós, pelas quais estamos [muito felizes]!

26 de novembro de 2012

Falar com Deus ou contra Ele?

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Por que?
Após as dez pragas, o mar se abrir e sair água da pedra, entre outros milagres, por que o povo ainda murmurava? Parece não fazer nenhum sentido, mas faz.

Havia uma razão para murmuração: a sede, a fome, o temor, ansiedade etc. Sempre houve um motivo legítimo à murmuração. Ninguém reclamava de “barriga cheia”. A questão era a forma. Ao invés de pedir, confiar e buscar a face de Deus, o povo murmurava. Ou seja, o povo não falava com Deus, mas contra Ele (murmuravam). “Até quando sofrerei esta má congregação, que murmura contra mim? Tenho ouvido as murmurações (queixas) dos filhos de Israel, com que murmuram contra mim.” (Números 14,27).

Na língua original a palavra aparece duas vezes tendo o sentido de persistência. Não se tratava de uma reclamação corriqueira, era algo sistemático e insistente. Uma reclamação infundada considerando tudo aquilo que o povo já havia experimentado de/com Deus.

Certamente "Parã" existe ainda hoje. Quantos crentes experimentam maravilhas de/com Deus e logo a seguir, na primeira dificuldade real, começam a murmurar? A vida cristã é um processo. Esta atitude vinda de um novo convertido é algo até compreensível, mas crentes antigos tendo altos e baixos é de se desconfiar.

Talvez estes crentes não estejam realmente maduros, por isso suas vidas com Deus são “aos soluços”. Surge um problema e logo reclamam e esperneiam como uma criança mimada. Em sua bondade o Senhor responde (mesmo que não precise) e então “fica tudo bem”. Mas só até o próximo problema. A solução para este tipo de atitude infantil/inconstante é simples. Leia a Bíblia e ore todos os dias. A vida com Deus não feita de sobressaltos e surpresas. Ela e feita de constância e disciplina.

Outra possibilidade é de se tratar de crestes nominais. Pessoas que não passaram pela experiência radical e inconfundível com o Senhor. Neste caso a solução é mais difícil. Será preciso parar de racionalizar Deus, porquanto se Deus for racional não é realmente Deus. Será preciso buscá-lo como quem deseja encontrar. Será preciso, sobretudo, crer Nele e não em si mesmos.

Em ambos os casos trata-se de egoísmo: ser satisfeito o tempo todo ou confiar em si. Se Deus prova o homem não é para reprová-lo. Ora, a vida é cheia de altos e baixos para crentes ou não. A diferença é que no deserto (de Parã, em Cades) Deus não deixa ninguém morrer. Mas para Ele há um limite para com os murmuradores.

“Dize-lhes: ... Neste deserto cairão os vossos cadáveres, como também todos os que de vós foram contados segundo toda a vossa conta, de vinte anos para cima, os que dentre vós contra mim murmurastes;” (Números 14,28-29).

8 de novembro de 2012

O meu cálice transborda

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Sem grandes preocupações exegéticas, hermenêuticas, históricas etc., apenas o texto pelo texto. Chame como quiser: insight, sensibilidade, revelação ou de pura intuição.

“...  unges a minha cabeça com óleo, o meu cálice transborda.” (Salmos 23,5b)

Debruçando-me sobre este pequeno trecho a questão sempre foi a mesma: Por quê? Por que o cálice transborda?
1 – Temos dois elementos (substantivos) centrais: óleo e cálice
2 – O segundo, o cálice, transborda
3 – O primeiro, o óleo, é transbordado.
Por que o cálice transborda?

Inferência sobre o cálice. 1 – Tem formato definido; 2 – Tem um volume mensurável; 3 – Pode estar no máximo cheio e no mínimo vazio; 4 – Não pode reter mais que sua capacidade.
Inferências sobre o óleo. 1 – Não tem formato definido; 2 – Não tem volume mensurável (não no texto); 3 – Não conhecemos o seu máximo ou mínimo; 4 – Não pode ser retido pelo cálice.

Perguntas movem as mentes e esta estava equivocada. Porque não é o cálice quem transborda. É o óleo que extrapola o cálice! No início ele se amolda ao primeiro – até o limite da borda – depois o ultrapassa para além dos limites e definições até assumir seu real formato (sem forma definida). Ora, se transborda é porque preencheu totalmente o cálice por dentro e, agora, o recobre por fora. Mais, ele ganha um novo espaço. Ele, o óleo, se derrama. Começa por se derramar dentro até chegar o momento de se derramar também fora dele.

O cálice, visto de fora, – se for opaco – não se pode saber se está cheio, vazio ou em processo. Somente o próprio cálice sabe a quantidade de óleo nele contida. Contudo, ele não consegue reter todo o óleo porquanto seu volume é menor. Ele consegue, no máximo, reter o primeiro à sua própria medida e moldá-lo a seu próprio formato. Depois... depois o óleo lhe escapa, o envolve e se esvai. Trasborda sem controle, sem formato, sem medida.

Conclusão: O cálice só pode estar cheio/vazio, é limitado e tem forma definida. O óleo, não cabe no molde do cálice, é maior que ele e não tem forma definida. Além disso, é fluido, viscoso e antiaderente. É ele quem se faz transbordar e não aquele.

É só uma tese carecendo de aprofundamento, admito. Mas segundo o pressuposto, o texto pelo texto, é o que pude intuir. Claro, somente após mudar a pergunta para. Por que O ÓLEO transborda o cálice? Faz mais sentido, não?

7 de novembro de 2012

Reconhecimento do MEC, uma vitória e um sonho

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Hoje, após longos anos de luta e espera, um antigo sonho se realiza: o curso de Teologia está oficialmente reconhecido no MEC.

Muitos são os que ousaram sonhar com este dia e ele finalmente chegou.
Estamos todos felizes com mais esta conquista do Seminário do Sul e por que não dizer dos Batistas brasileiros.

Clique aqui para consultar o e-MEC















Clique aqui para ver a publicação no DOU

2 de novembro de 2012

A infantil busca de felicidade

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Por: Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

Uma característica muito forte na criança é a busca do prazer. Ela quer apenas o que é agradável. Um exemplo simples, banal mesmo: legumes e verduras não são agradáveis. Doces, sim. Também para o adolescente: fazer os deveres da escola não é agradável. Perder-se em banalidades pelo celular é.

De adultos espera-se noção de dever e senso de responsabilidade. Trocar fraldas e limpar bebês não é a coisa mais cheirosa do mundo. Mas as mães fazem isso. Ser adulto é saber que a vida é algo mais que buscar prazer. Por isso, uma das frases mais tolas que li é “Todo homem tem direito à felicidade”. O que é felicidade? Para o viciado, uma pedra de crack, uma picada, mais um gole. Para o sádico, causar dor a alguém. A felicidade do atacante é a dor do goleiro adversário.

O alvo da vida é ser feliz? Isso explica o caos do mundo: o egoísmo, a indiferença aos sofredores, o luxo sibarita diante da fome alheia. Um lar desfeito por que o marido acha que tem direito a ser feliz e larga a esposa e filhos para viver com uma sirigaita mais nova. Ou por que a moça não assume que é mãe e deve viver nova realidade; ainda quer ser “gatona” e “curtir a vida”. Avultam casos de bebês largados por mães que foram ao baile, no seu direito de felicidade. Esta postura infantil de tantos adultos tem produzido um mundo miserável, onde a piedade escasseia e a mesquinhez cresce.

Isso acontece no evangelho. As pessoas não consagram mais a vida ao serviço de Deus. Ele existe para torná-las felizes. Elas não mais servem à igreja nem se engajam nela para serem úteis. A igreja se torna um espaço social onde exibem sua vaidade e buscam reconhecimento. Se não os obtêm, passam a falar mal da igreja, alheiam-se ou buscam outra. Nunca vi um crítico contumaz de igreja exibir vida espiritual exuberante. Espalham mal estar por onde passam, cheias de ranço.

Ao lavar os pés dos discípulos, Jesus ensinou uma grande lição: mostrou-se como servo, realizando uma tarefa baixa, de escravo. E disse: “Se eu, Senhor e Mestre, lavei os vossos pés, também deveis lavar os pés uns dos outros” (Jo 13.14). Ele disse que “não veio para ser servido, mas para servir…” (Mc 10.45). E sinalizou a vida rica, abençoada e feliz: a que é útil, a que serve. Felicidade é um subproduto de utilidade. Quem tem uma vida útil, que beneficia aos outros, é uma pessoa realizada. Quem só quer receber é como as filhas da sanguessuga: “Dá! Dá” (Pv 30.15). Nunca se satisfará.

O reino de Deus carece de mais cristãos adultos e menos bebês espirituais. Carece de gente que queira ser útil e queira servir. Que critique menos, que não queira visibilidade e importância, mas que entenda a lição de Jesus: nós nos realizamos na autodoação à obra e aos outros.

“Ninguém busque seu próprio bem, e sim o dos outros” (1Co 10.24). Adultos espirituais e emocionais são felizes. Bebês espirituais não são engraçados e dão muito trabalho!

Fonte: http://www.isaltino.com.br/2012/11/a-infantil-busca-de-felicidade
Ilustração: Leonardo Martins

24 de outubro de 2012

Uma dose (cavalar) de realidade em apenas uma gota

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Domingo vivi uma experiência muito singela da realidade pastoral. Antes mesmo de terminar o culto de posse de um grande amigo de seminário fui ao sepultamento da mãe de um outro amigo. Ela era uma destas mulheres que são/falam/vivem coisas incríveis. Foram muitos os testemunhos da sua vida. Fico apenas com um deles. Sua resposta à pergunta: O que você faria se soubesse que tem mais trinta dias de vida? ... “Eu acho que seria muito pouco tempo para agradecer por todas as coisas que o Senhor fez por mim”. A cada testemunho crescia em mim a admiração por aquela mulher que não conheci.

A questão é o que dizer numa hora destas? O que dizer aos parentes? O que dizer ao meu amigo que sofria a perda de sua querida mamãe?

Comecei um “passeio” por todas as coisas que estudei na teologia. E, no final, senti certo desapontamento. Nessa hora fiquei aliviado por não ser eu o pastor a conduzir a cerimônia fúnebre. Então entendi que nenhum livro CLÁSSICO de teologia poderia me ajudar.

Depois comecei a folhear a Bíblia para trazer uma palavra de conforto à família. E, embora conhecesse certo número deles, nenhum parecia adequado. Folheei, folheei, folheei ... até que:
Descobri que na Bíblia não encontraria um versículo que pudesse ESPECIFICAMENTE amenizar aquela dor, mas encontrei um grande valor contido nela: o silêncio.

Antes dos amigos começarem a falar bobagem, julgando a vida de Jó, eles foram de uma profunda sensibilidade/sabedoria. Eles simplesmente se calaram:

Ouvindo, pois, três amigos de Jó todo este mal que tinha vindo sobre ele, vieram cada um do seu lugar [...] e combinaram condoer-se dele, para o consolarem. E, levantando de longe os seus olhos, não o conheceram; e levantaram a sua voz e choraram, e rasgaram cada um o seu manto, e sobre as suas cabeças lançaram pó ao ar. E assentaram-se com ele na terra, sete dias e sete noites; e nenhum lhe dizia palavra alguma, porque viam que a dor era muito grande.” (Jó 2,11-13).

Foi o melhor que pude fazer. Abraçar meu amigo e dizer-lhe “Conte comigo”. Qualquer coisa além disso me pareceu insano. Preferi o silêncio. Por alguns instantes vivi uma pequena amostra da rotina do ministério pastoral, algo quase esquizofrênico: alegria e tristeza profundas. Foi uma dose cavalar de realidade numa pequena gota de tempo. Vivi algo que nenhuma teoria pode dar conta. Algo, aí, bem presente e muito real na vida das pessoas.

15 de outubro de 2012

Ensinado o quê, para quem e para quê?

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Comemoramos, hoje, 15 de outubro, o dia do professor. Uma boa sugestão de leitura/prática é o livro Teaching to Change Lives do professor Howard G. Hendricks. Em poucas páginas, ricas em conteúdo, ele enumera sete leis do ensino. Um livro dialogal que impactou a maneira como vejo o ensino/aprendizagem.
Por exemplo: Sempre pensei ser impossível ensinar a quem não quer aprender, mas descobri que isso, com raras exceções, não é verdade.

Pouco depois que mudei para o Texas, citei um conhecido dito popular:  ‘Podemos levar um cavalo a um bebedouro, mas não podemos obrigá-lo a beber.’ E logo em seguida um vaqueiro texano, sujeito alto e forte, replicou:
‘Rapaz, você está enganado. Podemos dar sal para ele.’
Quero perguntar uma coisa ao leitor: aqueles que o ouvem saem dali tão sedentos que não vêem a hora de ‘beber’ da Palavra de Deus por si mesmos?
Então, todas as vezes que formos dar uma aula, devemos responder ás seguintes perguntas: O que é que sei e desejo que esses alunos saibam também? O que sinto, e desejo que eles sintam também? O que estou fazendo e quero que eles façam também?” (HENDRICKS, Howard G. Lei – 4: Comunicação, pg. 79)

Essas três perguntas sempre estão a ecoar na minha mente.

1 de outubro de 2012

Convite: Aniversário da Reforma (5 Solas).

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Dia 31 de outubro, aniversário da Reforma Protestante.
Saiba o que foi a Reforma e qual o seu significado para nós ainda hoje.



15 de setembro de 2012

Com raiva de quem? Do que?

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Nada de novo! A cena se repete todos os dias e em todo lugar. Todos nós conhecemos alguém que está de mal com a vida. Não falo de uma fase ruim pela qual todos nós passamos. Falo da amargura crônica de quem vive “na vida” e não vive “a vida”. Você conhece o tipo só de cumprimentar.  – Bom dia! E, ele/ela responde prontamente. – Bom?! O que pode ter de bom? Você está debochando de mim? São pessoas amargas com a vida as quais encontramos também nas igrejas.

Gente que vê defeito em tudo, nada a agrada. E, esse é o maior problema: querer ser agradado. Sobre isso (ser agradado) outros já falaram. Hoje, quero pensar nos motivos que levam a uma pessoa agir assim. Afinal ela está com raiva de quem? Ou do que?

1 – Ela tem raiva (de quem?) de si.
Trata-se de uma pessoa amargurada, consigo. Ela se sente infeliz com a pessoa que é com a vida que leva, com sua a aparência, sua família, com seu trabalho e seus os amigos (se é que os tem). Enfim, sua história parece caminhar para um final infeliz e macabro. Essa pessoa não gosta do que vê todos os dias no espelho. Não gosta da casa, não gosta da igreja, não gosta de nada, simplesmente porque não se gosta.

2 – Ela tem raiva (do que?) do mundo.
Para ela o mundo é responsável por sua infelicidade. – Se eu tivesse aquele emprego, aquele(a) esposo(a), se meus filhos fossem assim, se tivesse amigos, se minha igreja fosse dessa forma etc.; eu seria feliz. É deste modo que ela pensa/imagina o (seu) mundo.

O que podemos fazer?
Dificilmente estas pessoas vão sair sozinhas desta situação. Elas retroalimentam a suas frustrações com as suas próprias dores. Portanto:

1 – Elas precisam de amor.
Ame esta pessoa e tente quebrar o ciclo vicioso da sua mente: “ninguém me ama”. Ame mesmo que ela não queira ser amada. Demonstre compaixão mesmo que ela te rejeite. Como nos ensina o Mestre: “caminhe a segunda milha”.

2 – Elas precisam de ajuda.
Lamentavelmente, ainda existe quem pense que psicólogo é coisa para gente maluca. Na igreja é ainda pior: “crente não precisa de psicólogo”. Não é verdade. Doenças da modernidade como o stress, por exemplo, atinge a qualquer pessoa independente do seu credo. Portanto, pessoas com raiva de si e do mundo precisam de ajuda profissional.

Talvez, o mais difícil seja reconhecer o problema. Reconhecê-lo implica na responsabilidade de ajudar. E isso dá trabalho, muito trabalho. É mais fácil acusar, se afastar, isolar ou ignorar a pessoa. Ou ainda relativizar dizendo: “um dia ela cairá em si”. De fato, mas isso seria um milagre. Conquanto acredite em milagres, isso provavelmente não vai acontecer.

O certo é que veremos nosso(a) irmão(ã) definhando, ano após ano, na nossa frente até chegar o dia que de fato venha a morrer. Aí terá se perdido uma vida que de certo modo “pede socorro” todos os domingos sem que nós entendamos (ou queiramos entender).

Uma vida que, certamente, poderia abençoar tantas pessoas sendo útil ao Reino de Deus, contudo sofre e faz sofrer todos a sua volta. Uma vida preciosa aos olhos do Pai. Que assim como nós, é amada por Ele. Uma pessoa com raiva de tudo e de todos. Com raiva de si e do mundo.

22 de agosto de 2012

Líder forma líder

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Falando em liderança, em particular da liderança cristã, o modelo é um só: Cristo. Pensando nos vários aspectos desta palavra vamos tratar apenas de um: formar novos líderes.

Líder não é inseguro
Ora, formar líder requer segurança. O novo líder precisa ser capaz de substituir o atual. Quem está preso ao poder torna-se inseguro porque tem medo de perder a liderança, digo: o poder. Quando todos se maravilhavam com seu feitos, Jesus dizia a seus discípulos: “Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço, e as fará maiores do que estas, porque eu vou para meu Pai.” (Jo 14.2). Líder ensina, estimula, dá oportunidade e recua para que seus liderados possam crescer e seguir adiante. Se não é assim não é líder de verdade.

Líder protege
O líder também assume as suas responsabilidades não expondo os seus. Se algo dá errado ele é o responsável. “Jesus respondeu: Já vos disse que sou eu; se, pois, me buscais a mim, deixai ir estes;” (Jo 18.8). O líder acolhe e protege. “Desafiado” Jesus disse: “Vem. E Pedro, descendo do barco, andou sobre as águas para ir ter com Jesus.” (Mt 14.29). O líder sempre cuida até estarem prontos a fazer sozinhos.  Tomado pelo medo, Pedro começa a afundar. Mas, a PRIMEIRA atitude de Jesus fez foi ajudar. “E logo Jesus, estendendo a mão, segurou-o, e disse-lhe:” (Mt 14.31a).

Líder corrige
Ser líder é também ser firme quando necessário. Só quem acolhe e incentiva; só quem ensina e se entrega; só quem ama pode realmente “puxar as orelhas”. Porque também isso é um ato de amor. Só DEPOIS de resgatar a vida de Pedro Jesus disse: “Homem de pouca fé, por que duvidaste?” (Mt 14.31b). Às vezes o líder precisa ser muito duro sem preocupar-se se alguns/todos irão deixá-lo. Amar é dar liberdade até para partir quando/se quiserem. “Então disse Jesus aos doze: Quereis vós também retirar-vos?” (Jo 6.67)

Líder é claro
Ser líder é saber para onde vai. Logo, é preciso ser claro, estabelecer metas, dar diretrizes e mostrar o caminho. É preciso dizer diretamente o que se quer, sem rodeios. “Por que lhes falas por parábolas? Ele, respondendo, disse-lhes: Porque a vós é dado conhecer os mistérios do reino dos céus, mas a eles não lhes é dado;” (Mt 13:10b-11). Não há segredos entre o líder e seus liderados. “Já vos não chamarei servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho feito conhecer.” (Jo 15.15).

Líder parte
O líder percebendo que já estão prontos – e que é hora de sair de cena – dá-lhes missão de forma clara e direta: “Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém. (Mt 28.19-20).

Conclusão: Líder forma líder.
Líder inseguro, que não acolhe, é sempre bonzinho, que não é claro e, não sabe a hora de partir NÃO É LIDER. Não aos moldes da liderança de Jesus. Se não forma nova liderança trata-se de liderança egoísta, insegura, paternalista e obscura. No reino de Deus Jesus é o maior exemplo. Formou doze líderes – imperfeitos é verdade, mas – que levaram a missão do Pai adiante.

4 de julho de 2012

Quem é esse?

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Certamente, todos nós passamos/passaremos por momentos de profunda angústia/desespero em alguma etapa da vida. Não raro, há quem os passe com mais frequência. Momentos assim, nos fazem crescer, nos fazem mais experientes. Contudo, algumas circunstâncias parecem ainda mais aterradoras que todas as anteriores. Mas é só isso: elas parecem.

Nada de novo. Até hoje, no mar da Galileia, o tempo muda de repente formando uma forte tempestade. Nada de novo? Acontece que naquela tarde não houve pescador, por mais experimentado que fosse, que não temesse por sua própria vida. Mas ... Ele estava lá: dormindo...

Dormindo!? Sim. “E ele, despertando, repreendeu o vento, e disse ao mar: Cala-te, aquieta-te. E o vento se aquietou, e houve grande bonança.” (Mc 4.39). Após a calmaria houve um temor ainda maior. Eles “diziam uns aos outros: Mas quem é este, que até o vento e o mar lhe obedecem?” (Mc 4.41b).

De forma retórica, pergunto à minha alma angustiada: Quem é esse!?

30 de junho de 2012

Uma vida marcada por lutas e vitórias

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Ao pastor, professor e amigo José Avenas Filho.
Pastor porque com verdadeira humilde nos ajudava a encontrar o caminho. Professor porque, por tudo que sabia, preferia a irreverência como modo de ensinar e assim nós realmente aprendíamos. Amigo porque nunca se colocava acima dos seus alunos, mas ao lado ajudando na caminhada.

Agradeço a Deus por tê-lo conhecido e peço a Ele que esteja sempre com você por onde andar. Sua vida tem sido assim, marcada por lutas e vitórias. Você é um vencedor.

Haveria muito a dizer, mas esta é uma hora de silêncio.
Profundo, inquietante e o mais absoluto silêncio! chiiii!

"You can chain me, you can torture me, you can even destroy this body, but you will never imprison my mind."
"Você pode me acorrentar, você pode me torturar, você pode até mesmo destruir este corpo, mas você nunca vai aprisionar minha mente." (Mohandas Karamchand Gandhi: o Mahatma Gandhi)

27 de junho de 2012

Os Professores não merecem ...

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Os Professores não merecem ...
Não merecem ser tratados de modo indigno. Não merecem ser usurpados do fruto do seu labor, plantado e colhido com o suor dos seus rostos. Não merecem ficar sem o pão de cada dia. Pai dá-lhes o pão, hoje! Não merecem ser ignorados na sua dor. Não merecem sofrer calados como se nada estivesse acontecendo. Não, isso eles não merecem: choramos com os que choram.

Não merecem ser vilipendiados por ninguém. Não merecem ser instrumentalizados para eximir da culpa àqueles que deveriam assumir suas responsabilidades. Não merecem ser enganados falaciosamente fazendo-os crer que estão seguros e protegidos. Não, eles não merecem. Não merecem ser abandonados pelo mercenário quando vê vir o lobo.

Definitivamente, eles não merecem ...
Não merecem que injustiça prevaleça. Não merecem que os profetas se calem. Não merecem que os olhos se fechem. Não merecem o silêncio. Não merecem ser silenciados. Não merecem ser abandonados à beira do caminho na estrada para Jericó.

Merecem nosso cuidado, nosso respeito, nosso conforto e nossas lágrimas. Merecem nossas mãos e nossas ações. Merecem, principalmente, a nossa voz a gritar e clamar por justiça.  Até quando!? Eles merecem exercer seu ofício, seu sacerdócio, em paz.

A Verdadeira paz não é somente a falta de tensão, é a presença de justiça.” (Martin Luther King Jr.)

Aos mestres com carinho.

22 de junho de 2012

O Seminário do Sul não vai fechar!!!

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Por Davidson Pereira de Freitas 
Diretor-geral do Seminário do Sul

Meus amados membros da Comunidade Acadêmica do Seminário do Sul/FABAT e amigos desta Casa,

Alguns comentários têm sido veiculados nas redes sociais sobre o futuro do Seminário do Sul. Muitos irmãos que amam esta casa, como nós amamos, preocupados com as mudanças que já ocorreram e que vão ocorrer, tem perguntado sobre o futuro da nossa Instituição mais que centenária. Por isso, invisto este tempo para fornecer alguns esclarecimentos que podem sanar as dúvidas que tenho identificado. Peço desculpas pelo tamanho deste texto, mas procurei relacionar informações que julgo úteis para a compreensão de todos os interessados.

Louvo a Deus pela vida de cada um que tem se preocupado e se voluntariado para atravessar conosco este período repleto de desafios e emoções.

Vivemos em um contexto diferente daquele instalado quando esta casa foi criada há 104 anos. Os Seminários da Convenção Batista Brasileira, aqueles geridos pela estrutura denominacional, primeiramente o Seminário do Norte (Recife), do Sul (Rio de Janeiro) e posteriormente, o Equatorial (Belém), tinham uma conotação de seminários nacionais, que recebiam, em sua grande maioria, alunos de outras regiões do país. Especificamente em nosso caso, todos os prédios construídos para moradia dos alunos, inclusive o prédio localizado na área que hoje pertence ao Colégio Batista, ficavam lotados de alunos de todas as partes do país e do mundo. A lotação era completa. Atualmente, 38% dos alunos dos cursos regulares, com duração de 4 anos, residem no campus. Somente no Estado do Rio de Janeiro, são identificados cerca de 40 Seminários Batistas e com isso, mesmo alunos que residem na cidade do Rio de Janeiro, nas regiões mais distantes, cujo trajeto demanda longo período de tempo, estão optando por estudarem em outras instituições de ensino, mais próximas de suas residências, igrejas ou trabalho. Com o crescimento da obra batista ao redor do país e a organização das Convenções Estaduais, foram surgindo os Seminários Estaduais que atendem à necessidade de formação ministerial dos campos, mantendo os vocacionados em suas regiões se preparando e trabalhando nas igrejas locais. Em muitos campos, não é possível abrir mão do trabalho destes vocacionados enquanto estão vivendo o momento de formação ministerial, e portanto, não são enviados para instituições mais distantes. Obviamente que este fenômeno reduziu consideravelmente o número de vocacionados de outros estados que são enviados para o Seminário do Sul.

Além disso, grande parte dos alunos que hoje estudam em nossa Instituição tem suas ocupações profissionais ao longo do dia. A demanda pelo curso diurno é quase inexistente. Com o advento da internet e a grande disponibilidade de material via mídia eletrônica, o movimento de pesquisa na biblioteca vem sofrendo considerável redução ao longo do período.
As condições das instalações físicas também são muito limitadas, pois os prédios são antigos e sofreram o desgaste natural da utilização e do tempo. Com isso, o nível de conforto oferecido está aquém das expectativas daqueles que planejam residir no campus. Para que nossas instalações sejam elevadas aos níveis satisfatórios, no que se refere ao ambiente destinado para moradia de alunos, é preciso fazer significativos investimentos para reformas englobando reforma hidráulica, elétrica e de modernização de paredes, banheiros, copas e cozinhas.

Essa nova realidade leva à uma taxa de desocupação elevada das instalações que outrora recebiam alunos no internato. Este fato somado aos altos custos de manutenção da propriedade, impossibilidade de realização de investimentos para modernização das instalações, inclusive das salas de aula que, com pouquíssimas exceções, mantém as características originais de sua construção, nos leva à necessidade de alterações na forma de utilização da propriedade.
Somado a isso, a dívida da instituição com o fisco, com os professores e empregados, assim como com outras organizações da denominação, nos leva à necessidade de venda de parte da propriedade para que seja possível quitar todos os débitos hoje existentes.

A parte da propriedade que está sendo negociada, conforme já anunciado desde 2009, engloba os três prédios destinados à moradia dos alunos casados com filhos – prédios 24, 25 e 26, hoje ocupados somente por 5 famílias que serão transferidas para outras instalações que serão reformadas e adaptadas para recebê-las de maneira digna. A propriedade onde está instalado o Seminário do Sul está registrada em nome da Associação Denominada Batista. A instituição tem com aquela organização, um contrato de comodato que nos permite utilizar a propriedade para a realização de nossa atividade fim: a formação ministerial. Por isso, os recursos a serem pagos pela área a ser vendida, deverão ser depositados em conta bancária daquela organização, que é gerida por nosso Diretor Executivo – Pr Sócrates Oliveira de Souza, servo do Senhor, comprometido com a Obra Batista no Brasil, com reputação ilibada, com longa folha de serviços prestados à nossa denominação e que está completamente comprometido com o desafio de sanear as dívidas da nossa instituição. Além disso, a Assembleia Geral da Convenção Batista Brasileira, reunida na cidade de Foz do Iguaçu, em janeiro de 2012, determinou que os recursos oriundos da venda da propriedade do Seminário do Sul deverão ser utilizados prioritariamente para sanar as dívidas existentes. Vale esclarecer este ponto em função de comentários especulativos acerca da utilização dos recursos da venda da área em negociação.

Esta negociação deve ser definitivamente concluída nos próximos dias e teremos, então, um visão completa dos próximos passos que deveremos dar. Peço a todos que estejam em oração pela conclusão desta etapa da negociação, dando ao Pr Sócrates a direção necessária para as decisões que ele precisa tomar.

Com a subutilização de todo o espaço da propriedade, surgiu o entendimento da liderança denominacional no sentido de criar o tão sonhado Centro Batista que abrigará quase todas as organizações da denominação, à exceção da União Feminina que permanecerá em sua propriedade. Assim, teremos em um mesmo local, a sede da Convenção Batista Brasileira, as sedes das duas Juntas Missionárias – Missões Nacionais e Missões Mundiais e a sede da Juventude Batista Brasileira. Estas organizações virão juntar-se à União de Homens, à Ordem dos Pastores Batistas do Brasil, à Associação dos Músicos Batistas e Associação dos Diáconos Batistas, cujas sedes hoje já funcionam em nosso campus. Com isso, será criado um grande condomínio no qual todas as organizações assumirão a responsabilidade pela manutenção da propriedade, pela forma de rateio proporcional. Para os batistas brasileiros, será uma grande vantagem poder encontrar quase todas as organizações denominacionais em um mesmo espaço físico.

A estruturação do Centro Batista, seja pela construção de um novo prédio, seja pelo aproveitamento de espaços hoje existentes que demandam reformas, não vai, de forma alguma, impossibilitar o funcionamento do Seminário do Sul. Pelo contrário, vai facilitar ainda mais, pela redução dos custos de manutenção hoje completamente arcados pela instituição. Além disso, os alunos terão a possibilidade de contato direto e próximo com as organizações denominacionais e suas lideranças, o que é extremamente saudável para que se fortaleça os vínculos denominacionais daqueles que estão se preparando para a vida ministerial.

O Seminário do Sul, nestes últimos anos, passou por uma reestruturação, não somente administrativa, mas especialmente de direcionamento da formação que oferece aos alunos. As declarações de visão e missão sofreram alterações que direcionaram ajustes nos cursos oferecidos e nas disciplinas lecionadas, a fim de contribuir para a formação ministerial esperada pelas igrejas que enviam ou recomendam seus membros com vistas a tê-los atuando nos mais diversos ministérios.
Missão
Servir às igrejas batistas atuando na capacitação ministerial dos vocacionados e líderes por elas enviados, a fim de viabilizar sua missão evangelizadora e transformadora do ser humano de forma integral.

Visão
Ser uma instituição de educação ministerial batista, comprometida com a Palavra de Deus, com os princípios denominacionais, com a excelência de um ensino cristão firme e apologético, que  satisfaça às igrejas que desejarem capacitar seus líderes em consonância com nossa confissão de fé e princípios.

Valores
1.      Reconhecimento da soberania de Deus;
2.       Cooperação com a denominação Batista em todos os níveis;
3.      Lealdade aos princípios e doutrinas batistas, para assim vivenciar e difundir os valores e a ética cristã;
4.      Desenvolvimento de um ambiente de comunhão e unidade com o cultivo do convívio social em termos de respeito e cooperação mútuos e formação da consciência crítica em sociedade que preserve o ser humano e sua dignidade;
5.      Busca constante de melhoria da qualidade e da profundidade no ensino, sempre norteado pelos princípios e doutrinas batistas;
6.      Promover uma formação integral da pessoa humana com o desenvolvimento do senso crítico e a autocrítica, sem perda dos valores batistas e legítimos do cristianismo, com foco no aluno e na qualidade acadêmica;
7.      Ética, transparência e integridade em todos os nossos atos;
8.      Respeito à liberdade de pensamento;
9.      Priorização das pessoas em detrimento das coisas com foco no ser humano e sua qualidade de vida;
10.  Preocupação permanente com a satisfação das pessoas que fazem parte da Comunidade Acadêmica do Seminário do Sul;
11.  Qualidade e produtividade acima da média;
12.  Aprendizado contínuo;
13.  Excelência naquilo que fazemos

Atualmente, o STBSB tem recuperado a sua missão de servir às igrejas batistas atuando na capacitação ministerial dos vocacionados e líderes por elas enviados, a fim de viabilizar sua missão evangelizadora e transformadora do ser humano de forma integral. A partir da visão de ser uma instituição de educação ministerial batista, comprometida com a Palavra de Deus, com os princípios denominacionais, com a excelência de um ensino cristão firme e apologético, que satisfaça às igrejas que desejarem capacitar seus líderes em consonância com nossa confissão de fé e princípios. Com sua missão e visão em mente, o STBSB tem oferecido cursos que coadunem a visão ministerial com o alto nível acadêmico. Esta vocação tem trazido alunos ansiosos por formação/atualização ministerial. O ambiente de trabalho, em termos de cooperação mútua dos membros do corpo docente e equipe administrativa, tem contribuído para a continuidade de nossas atividades.

Na reestruturação administrativa os custos têm sido reduzidos significativamente. Contudo, como o nível de inadimplência tem se mantido alto, ainda não temos a capacidade de honrar com todos os compromissos financeiros inerentes à operação. Neste momento, temos quase três meses de salários em atraso, ao mesmo tempo que temos R$ 203 mil de mensalidades do ano de 2012 a receber. Caso tais valores tivessem sido pagos pelos alunos matriculados, estaríamos com nossos compromissos em dia. Se somarmos os R$ 158 mil de mensalidades de 2011 não recebidas no período, além da pontualidade em nossos pagamentos, ainda teríamos fôlego para investimentos de modernização de instalações. Em 18 meses, temos um valor de inadimplência de R$ 361 mil a receber. Significativo valor que teria mudado a nossa realidade. Vejam o gráfico:



Apesar destas dificuldades, não se cogita a hipótese de fechamento da instituição. Estamos aguardando a qualquer momento a publicação no Diário Oficial da União do reconhecimento do Curso de Teologia e poderemos então, oferecer a convalidação dos diplomas de alunos dos cursos livres, significando este fato uma oportunidade de aumento da receita operacional que levará a instituição ao superávit operacional tão sonhado.

Neste momento, precisamos das orações dos batistas brasileiros, precisamos de alunos que venham estudar conosco, precisamos da pontualidade no pagamento daqueles alunos que já estão caminhando conosco, precisamos da participação daqueles que desejarem contribuir para que possamos colocar em dia nossos compromissos.

Esperamos ainda, que neste segundo semestre de 2012, as dívidas mais criticas da instituição sejam sanadas. Isso somado ao fato de estarmos com a estrutura organizacional enxuta, despesas sob controle e novos cursos disponibilizados, nos leva à uma grande expectativa de um ano de 2013 de expansão, equilíbrio e desenvolvimento que viabilizem a longevidade da instituição que tem sido relevante para a formação ministerial.

É fato que temos problemas operacionais para serem resolvidos a curtíssimo prazo, como por exemplo o pagamento dos salários em atraso e a redução da inadimplência. É verdade que a solução do segundo, viabiliza a solução do primeiro. Para tanto, precisamos das orações e ação daqueles que amam esta casa e têm interesse em sua continuidade.

Crendo no poder de Deus, que é o verdadeiro proprietário do Seminário do Sul, olho para o futuro com esperança e gratidão, em primeiro lugar ao nosso Senhor, mas também gratidão a cada membro da equipe do Seminário do Sul que nestes três últimos anos, tem caminhado ao meu lado, com fé, parceria, amizade, determinação, fidelidade ao ministério da docência e amor a Deus e aos alunos que o Senhor nos tem confiado. É um privilégio para mim servir a Deus ao lado de vocês!

O conteúdo desta mensagem pode ser distribuído sem qualquer dificuldade a fim de dirimir dúvidas e evitar que a especulação pelo fechamento do Seminário do Sul tome grandes proporções.

Oremos e marchemos para a glória de Deus!

Em Cristo, o nosso Senhor,


19 de maio de 2012

Pastores Feridos

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Pastores que abandonam o púlpito enfrentam o difícil caminho da auto-aceitação e do recomeço.

Por Marcelo Brasileiro

Encontrar o equilíbrio no ministério não é tarefa fácil. Que o digam os ex-pastores ou pastores afastados do púlpito que passam a exercer outras atividades ou profissões depois de um período servindo à igreja.

Desânimo, solidão, insegurança, medo e dúvida. Uma estranha combinação de sensações passou a atormentar José Nilton Lima Fernandes, hoje com 41 anos, a certa altura da vida. Pastor evangélico, ele chegou ao púlpito depois de uma longa vivência religiosa, que se confunde com a de sua trajetória. Criado numa igreja pentecostal, Nilton exerceu a liderança da mocidade já aos 16 anos, e logo sentiria o chamado – expressão que, no jargão evangélico, designa aquele momento em que o indivíduo percebe-se vocacionado por Deus para o ministério da Palavra. Mas foi numa denominação do ramo protestante histórico, a Igreja Presbiteriana Independente (IPI), na cidade de São Paulo, que ele se estabeleceu como pastor. Graduado em Direito, Teologia e Filosofia, tinha tudo para ser um excelente ministro do Evangelho, aliando a erudição ao conhecimento das Sagradas Escrituras. Contudo, ele chegou diante de uma encruzilhada. Passou a duvidar se valeria mesmo a pena ser um pastor evangélico. Afinal, a vida não seria melhor sem o tal “chamado pastoral”?

As razões para sua inquietação eram enormes. Ordenado pastor desde 1995, foi justamente na igreja que experimentou seus piores dissabores. Conheceu a intriga, lutou contra conchavos, desgastou-se para desmantelar o que chama de “estrutura de corrupção” dentro de uma das igrejas que pastoreou. Mas, no fim de tudo isso, percebeu que a luta fora inglória. José Nilton se enfraqueceu emocionalmente e viu o casamento ir por água abaixo.  Mesmo vencendo o braço-de-ferro para sanar a administração de sua igreja, perdeu o controle da vida. A mulher não foi capaz de suportar o que o ministério pastoral fez com ele. “Eu entrei num processo de morte. Adoeci e tive que procurar ajuda médica para me restabelecer”, conta. Com o fim do casamento, perdeu também a companhia permanente da filha pequena, uma das maiores dores de sua vida.

Foi preciso parar.  No fim de 2010, José Nilton protocolou uma carta à direção de sua igreja requisitando a “disponibilidade ativa”, uma licença concedida aos pastores da denominação. Passou todo o ano de 2011 longe das funções ministeriais. No período, foi exercer outras funções, como advogado e professor de escola pública e de seminário.  “Acho possível servir a Jesus, independentemente de ser pastor ou não”, raciocina, analisando a vida em perspectiva. “Não acredito mais que um ministério pastoral só possa ser exercido dentro da igreja, que o chamado se aplica apenas dentro do templo. Quebrei essa visão clerical”. Reconstruindo-se das cicatrizes, Nilton casou-se novamente. E, este ano retornou ao púlpito, assumindo o pastoreio de uma igreja na zona leste de São Paulo. Todavia, não descarta outro freio de arrumação. “Acho que a vida útil de um líder é de três anos”, raciocina. “É o período em que ele mantém toda a força e disposição. Depois, é bom que esse processo seja renovado”. É assim que ele pretende caminhar daqui para frente: sem fazer do pastorado o centro ou a razão da sua vida.

Encontrar o equilíbrio no ministério não é tarefa fácil. Que o digam os ex-pastores ou pastores afastados do púlpito que passam a exercer outras atividades ou profissões depois de um período servindo à igreja. Uma das maiores denominações pentecostais do país, a Igreja do Evangelho Quadrangular (IEQ), com seus 30 mil pastores filiados – entre homens e mulheres –, registra uma deserção de cerca de 70 pastores por mês desde o ano passado. Os números estão nas circulares da própria igreja. Não é gente que abandona a fé em Cristo, naturalmente; em sua maioria, os religiosos que pedem licença ou desligamento das atividades pastorais continuam vivendo sua vida cristã, como fez José Nilton no período em que esteve afastado do púlpito. É que as pressões espirituais e as demandas familiares e pessoais dos pastores, nem sempre supridas, constituem uma carga difícil de suportar ao longo doa anos. Some-se a isso os problemas enfrentados na própria igreja, as cobranças da liderança, a necessidade de administrar a obra sob o ponto de vista financeiro e – não raro – as disputas por poder e se terá uma ideia do conjunto de fatores que podem levar mesmo aquele abençoado homem de Deus a chutar tudo para o alto.
A própria IPI, onde José Nilton militou, embora muito menor que a Quadrangular – conta com cerca de 500 igrejas no país e 690 pastores registrados –, teria hoje algo em torno de 50 ministros licenciados, número registrado em relatório de 2009. Pode parecer pouco, mas representa quase dez por cento do corpo de pastores ativos. Caso se projete esse percentual à dimensão da já gigantesca Igreja Evangélica brasileira, com seus aproximadamente 40 milhões de fiéis, dá para estimar que a defecção dos púlpitos é mesmo numerosa. De acordo com números da Fundação Getúlio Vargas, o número de pastores evangélicos no país é cinco vezes maior do que a de padres católicos, que em 2006 era de 18,6 mil segundo o levantamento Centro de Estatísticas Religiosas e Investigações Sociais. Porém, devido à informalidade da atividade pastoral no país, é certo que os números sejam bem maiores.


FERIDOS QUE FEREM

O chamado pastoral sempre foi o mais valorizado no segmento evangélico. Por essa razão, é de se estranhar quando alguém que se diz escolhido por Deus para apascentar suas ovelhas resolva abandonar esse caminho. Nos Estados Unidos, algumas pesquisas tentam explicar os principais motivos que levam os pastores a deixar de lado a tarefa que um dia abraçaram. Uma delas foi realizada pelo ministério LifeWay, que, por telefone, contatou mil pastores que exerciam liderança em suas comunidades eclesiásticas. E o resultado foi que, apesar de se sentirem privilegiados pelo cargo que ocupavam (item expresso por 98% dos entrevistados), mais da metade, ou 55%, afirmaram que se sentiam solitários em seus ministérios e concordavam com a afirmação “acho que é fácil ficar desanimado”. Curiosamente, foram os veteranos, com mais 65 anos, os menos desanimados. Já os dirigentes das megaigrejas foram os que mais reclamaram de problemas. De acordo com o presidente da área de pesquisas da Life Way, Ed Stetzer – que já pastoreou diversas igrejas –, a principal razão para o desânimo pode vir de expectativas irreais. “Líderes influenciados por uma mentalidade consumista cristã ferem todos os envolvidos”, aponta. “Precisamos muito menos de clientes e muito mais de cooperadores”, diz, em seu blog pessoal.

Outras pesquisas nos EUA vão além. O Instituto Francis Schaeffer, por exemplo, revelou que, no último ano, cerca de 1,5 mil pastores têm abandonado seus ministérios todos os meses por conta de desvios morais, esgotamento espiritual ou algum tipo de desavença na igreja. Numa pesquisa da entidade, 57% dos pastores ouvidos admitiram que deixariam suas igrejas locais, mesmo se fosse para um trabalho secular, caso tivessem oportunidade. E cerca de 70% afirmam sofrer depressão e admitem só ler a Bíblia quando preparam suas pregações. Do lado de cá do Equador, o nível de desistência também é elevado, ainda mais levando-se em conta as grandes expectativas apresentadas no início da caminhada pastoral pelos calouros dos seminários. “No começo do curso, percebemos que uma boa parte dos alunos possui um positivo encantamento pelo ministério. Mais adiante, já demonstram preocupação com alguns dilemas”, observa o diretor da Faculdade Teológica Batista de São Paulo, o pastor batista Lourenço Stélio Rega. Ele estima que 40% dos alunos que iniciam a faculdade de teologia desistem no meio do caminho. Os que chegam à ordenação, contudo, percebem que a luta será uma constante ao longo da vida ministerial – como, aliás, a própria Bíblia antecipa.

E, se é bom que o ministro seja alguém equilibrado, que viva no Espírito e não na carne, que governa bem a própria casa, seja marido de uma só mulher (ou vice-versa, já que, nos tempos do apóstolo Paulo não se praticava a ordenação feminina) e tantos outros requisitos, forçoso é reconhecer que muita gente fica pelo caminho pelos próprios erros. “O ministério é algo muito sério” lembra Gedimar de Araújo, pastor da Igreja Evangélica Ágape em Santo Antonio (ES) e líder nacional do Ministério de Apoio aos Pastores e Igrejas, o Mapi. “Se um médico, um advogado ou um contador erram, esse erro tem apenas implicação terrena. Mas, quando um ministro do Evangelho erra, isso pode ter implicações eternas.”

Desde que foi criado, há 20 anos, em Belo Horizonte (MG), como um braço do ministério Servindo Pastores e Líderes (Sepal), o Mapi já atendeu milhares de pastores pelo país. Dessa experiência, Gedimar traça quatro principais razões que podem ser cruciais para a desmotivação e o abandono do ministério. “Ativismo exagerado, que não deixa tempo para a família ou o descanso; vida moral vacilante, que abre espaço para a tentação na área sexual; feridas emocionais e conflitos não resolvidos; e desgaste com a liderança, enfrentando líderes autoritários e que não cooperam”, enumera. Para ele, é preciso que tanto os membros das igrejas quanto as lideranças denominacionais tenham um cuidado especial com os pastores. “Muitos sofrem feridas, como também, muitas vezes, chegam para o ministério já machucados. E, infelizmente, pastor ferido acaba ferindo”.

Quanto à responsabilidade do próprio pastor com o zelo ministerial, Gedimar é taxativo: “É melhor declinar do ministério do que fazê-lo de qualquer jeito ou por simples necessidade”. A rede de apoio oferecida pelo Mapi supre uma lacuna fundamental até mesmo entre os pastores – a do pastoreio. “É preciso criar em torno do ministro algumas estruturas protetoras. É muito bom que o líder conte com um grupo de outros pastores onde possa se abrir e compartilhar suas lutas; um mentor que possa ajudá-lo a crescer e acompanhamento para seu casamento e família e, por fim, ter companheiros com quem possa desenvolver amizades e relacionamentos saudáveis e sólidos”, enumera.


EXPECTATIVAS

Juracy Carlos Bahia, pastor e diretor-executivo da Ordem dos Pastores Batistas do Brasil (OPBB), sediada no Rio de Janeiro, conhece bem o dilema dos colegas que, a certa altura do ministério, sentem-se questionados não só pelos outros, mas, sobretudo, por si mesmos. Ele lida com isso na prática e sabe que o preço acaba sendo caro demais. “Toda atividade que envolve vocação, como a do professor, a do médico ou a do pastor, é vista com muita expectativa. Quando se abandona esse caminho, é natural um sentimento de inadequação”. Para Bahia, o desencantamento com o ministério pastoral é fruto também do que entende como frustrações no contexto eclesiástico. Há pastores, por exemplo, que julgam não ter todo seu potencial intelectual utilizado pela comunidade. “Às vezes, o ministro acha que a igreja que pastoreia é pequena demais para seus projetos pessoais”, opina. Isso, acredita Bahia, estimula muitos a acumularem diversas funções, além das pastorais. “Eu defendo que os pastores atuem integralmente em seus ministérios. Porém, o que temos visto são pastores-advogados, pastores-professores, enfim, pastores que exercem outras profissões paralelas ao púlpito”, observa.
No entender do dirigente da OPBB, esse acúmulo de funções mina a energia e o potencial do obreiro para o serviço de Deus. A associação reúne aproximadamente dez mil pastores batistas e Bahia observa isso no seio da própria entidade: “Creio que metade deles sofra com a fuga das atividades pastorais para as seculares”. Contudo, ele acredita que deixar o ministério não é algo necessariamente negativo. “A pessoa pode ter se sentido vocacionada e, mais adiante na vida, por meio da experiência, das orações e interação com outros pastores, é perfeitamente possível chegar à conclusão que a interpretação que fez sobre seu chamado não foi adequada e sim emotiva”.

Quando, já na meia idade, casado e com dois filhos, ingressou no Seminário Presbiteriano do Norte (SPN), na capital pernambucana, Recife, Francisco das Chagas dos Santos parecia um menino de tanto entusiasmo. Nem mesmo as críticas de parentes para que buscasse uma colocação social que lhe desse mais status e dinheiro o desmotivou. “A igreja, para mim, é a melhor das oportunidades de buscar e conhecer meu Criador para que, pela graça, eu continue com firmeza a abrir espaço em meu coração para que ele cumpra sua vontade em mim, inclusive no ministério pastoral”, anotou em sua redação para o ingresso no SPN, em 1998. Ele formou-se no curso, foi ordenado pastor em 2003 e dirigiu igrejas nas cidades de Garanhuns e Saloá.

Hoje, aos 54 anos, Francisco trabalha como servidor público no Instituto Agronômico de Pernambuco. Ainda não curou todas as feridas e ressentimentos desde que, em 2010, entregou seu pedido de desligamento da denominação. Ele lamenta o tratamento recebido pelos seus superiores enquanto foi pastor. “Minha opinião sobre igreja não mudou. Nunca planejei um dia pedir licença ou despojamento do ministério. Mas entendo que somos o Corpo de Cristo, e, se uma unha dói, todos nós estamos doentes”, pondera. “Não é possível ser pastor sem pensar em restaurar vidas – e existem muitas vidas precisando de conserto, inclusive entre nós, pastores”.

A vida longe dos púlpitos ainda não foi totalmente sublimada e Francisco sabe bem que será constantemente indagado sobre sua decisão de deixar o ministério. “A impressão é que você deixou um desfalque, que adulterou ou algo parecido”, observa. Ele não considera voltar a pastorear pela denominação na qual se formou, porém não consegue deixar de imaginar-se como pastor. “Uma vez pastor, pastor para sempre”, recita, “muito embora as pessoas, em geral, acreditem que seja necessário um púlpito.”


Porta de saída

Pesquisa realizada nos Estados Unidos traçou um panorama dos problemas da atividade pastoral...

70% dos pastores admitem sofrer de depressão e estresse
80% deles sentem-se despreparados para o ministério
70% afirmam só ler a Bíblia quando precisam preparar seus sermões
40% já tiveram casos extraconjugais
30% reconhecem ter reduzido as próprias contribuições às igrejas após a crise financeira

... e avaliou as consequências disso:

1,5 mil pastores deixam o púlpito todos os meses
5 mil religiosos buscavam emprego secular no ano de 2009, mais do que o dobro do que ocorria em 2005
2 a 3 anos de ministério é o tempo médio em que os pastores deixam suas igrejas, sendo em direção a outras denominações ou não

Fontes: Barna Group, Christian Post, The Wall Street Journal, Instituto Francis A. Schaeffer e Instituto Jetro


Rebanho às avessas

A maioria dos pastores que se afastam de suas atividades ministeriais não abandona a fé em Cristo. Cada um deles, a seu modo, mantém sua vida espiritual e o relacionamento pessoal com Deus. Mas há quem saia do púlpito pela porta dos fundos, renegando as crenças defendidas com ardor durante tantos anos de atividade sacerdotal. Para estes – e, é bom que se diga, trata-se de uma opção nada recomendável –, existe a Freedom from Religion Foundation (“Fundação para o fim da religião”), entidade criada por ninguém menos que o mais famoso apologista do ateísmo da atualidade, o escritor britânico Richard Dawkins, autor do best-seller Deus, um delírio. Ele e um grupo de céticos lançaram o Projeto Clero, iniciativa que visa a apoiar ex-clérigos – pastores, padres, rabinos – no reinício da vida longe das funções religiosas. “Sacerdotes que perdem sua fé sofrem uma penalização dupla. Eles perdem seu emprego e, ao mesmo tempo, sua família e a vida que sempre tiveram”, argumenta Dawkins, no site do projeto. Não se tem notícia confiável de quantos ex-líderes aderiram ao Projeto Clero, mas parece óbvio que a ideia do refúgio ateu não é apenas abraçar sacerdotes cansados da vida religiosa, mas também engrossar o rebanho crescente daqueles que repudiam a possibilidade da existência de Deus.


Mudança difícil

Não foi uma escolha fácil. Quando o ex-pastor batista Osmar Guerra decidiu que seu lugar não era mais o púlpito, logo foi fustigado por olhares de decepção das pessoas que estavam ao seu redor e acreditavam em seu trabalho espiritual. Afinal, desde menino ele era o “pastorzinho” de sua igreja em Piracicaba, no interior paulista. Desinibido e articulado, o garoto, bem ensinado pelos pais na fé cristã, apresentava uma natural vocação para o pastorado. Por isso, foi natural sua decisão de matricular-se Faculdade Teológica Batista de São Paulo e, após os anos de estudo, assumir a função de pastor de adolescentes da Igreja Batista da Água Branca (IBAB), na capital paulista.

Começava ali uma promissora carreira ministerial. Osmar dividia seu trabalho entre as funções na igreja e as aulas de educação cristã, lecionadas no tradicional Colégio Batista. Tempos depois, o pastor transferiu-se para outra grande e prestigiada congregação, a Igreja Batista do Morumbi. Mas algo estava fora de sintonia, e Osmar sabia disso. Toda sua desenvoltura na oratória, sua capacidade de mobilização e seu espírito de liderança poderiam não ser, necessariamente, características de uma vocação pastoral. E, como dizem os jovens que ele tanto pastoreou, pintou uma dúvida: seu lugar era mesmo diante do rebanho?  “Eu era um excelente animador. Mas me faltava vocação, e fui percebendo isso cada vez mais”.

O novo caminho, ele sabia, não seria compreendido com facilidade pela família, pelos amigos e pelas ovelhas. Mas ele decidiu voltar a estudar, e escolheu a área de rádio e TV. E, mesmo ali, não escapou do apelido de “pastor”, aplicado pela turma. Quando conseguiu um estágio na TV Record, percebeu que ficava totalmente à vontade entre os cenários, as produções e os auditórios. Com seu talento natural, Osmar deslanchou, e o artista acabou suplantando o pastor. Depois de pedir demissão da igreja, em 2005, ele galgou posições na emissora e hoje é o produtor de um dos programas de maior sucesso da casa, O melhor do Brasil, apresentado pelo Rodrigo Faro.

“Durante muito tempo, fiquei em crise”, reconhece hoje, aos 31 anos. “Tive medo de tomar a decisão de deixar de ser pastor. Mas, hoje, sinto-me mais confiante e honesto comigo mesmo e perante os outros”, garante. Longe do púlpito, mas não de Jesus, Osmar Guerra continua participativo na sua igreja, a IBAB, onde toca e canta no louvor. De sua experiência, ele se acha no direito de aconselhar os mais jovens. “Defendo que, antes do seminário, as pessoas busquem formação em outras áreas, ainda mais quando são novas”, diz. Isso, segundo ele, pode abrir novas possibilidades se o indivíduo, por um motivo qualquer, sentir-se desconfortável no púlpito. Contudo, ele não descarta o valor de um chamado genuíno: “Se, mesmo assim, a vontade de se tornar um pastor continuar, isso é sinal de que o caminho pode ser esse mesmo.”

Fonte: Cristianismo Hoje 03-mai-2012

10 de maio de 2012

Síndrome de Elias

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Elias havia enfrentado 450 profetas de Baal e derrotado a todos. Mesmo assim, logo a seguir, teve medo e fugiu. A questão, no entanto, é o seu lamento: “E ele disse: Eu tenho sido em extremo zeloso pelo SENHOR Deus dos Exércitos, porque os filhos de Israel deixaram a tua aliança, derrubaram os teus altares, e mataram os teus profetas à espada, e só eu fiquei; e buscam a minha vida para ma tirarem”. (1 Reis 19,14).

Olhando a realidade do Evangelho pregado no Brasil, de fato, a banalização deste pode dar a impressão que não há mais saída. Ou entramos na “onda” ou sermos vozes isoladas. Será?

Há que se pesarem duas coisas bem distintas: 1 – O Evangelho de Cristo precisa falar a língua das pessoas: não a língua dos teólogos, tão pouco os “dialetos igrejeiros” que nem nós entendemos mais o que significam. 2 – Não, não há que se dobrarem os joelhos à Baal. Não é a quantidade, mas a qualidade o que importa.

O Evangelho precisa ser simples sem ser pueril; profundo sem ser intangível; criativo sem ser vulgar. Há que se lamentar e chorar diante do que se têm apresentado como Evangelho. Mas isso, não significa que devemos entregar os pontos. Ainda há sete mil (com todo o simbolismo numérico judaico que isso significa) que não dobraram os joelhos diante de Baal.

Portanto, chega de síndrome de Elias! Não são pouco os que resistem: os que não se renderam. Ninguém está realmente só. Com o tempo essa onda passa. Depois, ela se institucionaliza, se cristaliza e, finalmente, morrem. Depois, então, virá outra onda e outra depois desta e outra depois ...

“Convém que eu faça as obras daquele que me enviou, enquanto é dia; a noite vem, quando ninguém pode trabalhar”. (João 9,4).

19 de abril de 2012

Pelo "direito" de errar

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Não se trata de uma apologia ao erro, contudo, quem nunca errou que atire a primeira pedra.

Antes de começar é preciso marcar alguns pontos. Primeiro, quando alguém comete um erro com alguém ou consigo, nada poderá mudar este fato. Nada! Segundo, alguns erros são irreparáveis outros não: pode-se restituir um bem, mas não a vida. Terceiro, pode-se passar a vida toda dizendo “não me arrependo de nada”. Ou seja, nunca erro. Quarto, pode-se passar a vida toda com a espada da culpa sobre a cabeça e isso cauda dor. A estes pergunto: como se livrar da culpa? Nestas últimas semanas esse foi o assunto. Culpa, culpa, culpa.

Estamos sempre procurando um culpado para as coisas, e não é de hoje. Adão culpou Deus por seu erro: “A mulher que [TU] me deste por companheira, ela me deu da árvore, e comi”. (Gênesis 3,12). Confrontar-se com o erro, normalmente, leva a uma atitude de fuga porque admiti-lo é sempre uma realidade indesejável. “Aqui, todos somos inocentes!” Esta declaração do filme Um sonho de liberdade, demonstra o quanto desejamos fugir da realidade de admitir: errei! A questão é conviver com a dor de saber: errei.

Por vezes, essa dor é tão intensa que criamos desculpas, mundos paralelos e justificativas. Enfrentar? Nunca! Como se livrar da culpa ou, como se livrar da dor? Sinceramente, eu não sei, mas sei como aconteceu comigo.

Durante logos anos nutri um grande ódio por meu pai. Isso só me fazia mal, e eu sabia, mesmo assim eu o alimentava. Por razões que carecem de longa explicação, um dia consegui perdoá-lo. Perdoei o imperdoável. Perdoei o irreparável. Perdoei-o, mesmo sendo ele já falecido. Que dia extraordinário foi aquele. Um peso gigantesco deixava meus ombros, para sempre, depois de longos anos de escravidão.

Mas como isso foi possível? Simples, naquele dia vi meu pai como um ser humano. Alguém humano, como eu. Alguém que, como eu, comete erros; alguns irreparáveis (embora não estejamos falando de matar ninguém). A imperfeição e a maldade faz parte de nós. Nós os seres humanos. Só “deuses” nunca erram. Não que desejemos tais coisas, ao contrário: “Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse faço” (Romanos 7,19). A questão é que não nos olhamos como somos, mas como desejávamos ser. Somos mais cruéis conosco do que o próprio Senhor: “Ele, porém, que é misericordioso, perdoou a sua iniqüidade; e não os destruiu, antes muitas vezes desviou deles o seu furor, e não despertou toda a sua ira. Porque se lembrou de que eram de carne, vento que passa e não volta”. (Salmos 78,38-39).

Portanto, não se trata de apologia ao erro, mas de sermos mais tolerantes; primeiro conosco depois com o próximo. “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”. (Mateus 22,39) Logo, ninguém ama o próximo se não se ama. De igual modo ninguém perdoa a próximo se não se perdoa. Neste sentido, se dê o “direito” de errar. Ou seja, aceito o fato de que você às vezes erra por mais que se esforce pra não fazê-lo, você erra. Admita. Admita, contudo, sem se torturar. Nisto, também poderá perdoar o seu irmão.

Funciona assim: se olho para mim como sou, com todas as minhas mazelas, percebo minhas falhas. É aí que vem um grande segredo chamado arrependimento. Se eu me arrependo, então, desejo ardentemente livrar-me da culpa e da dor. Desejo ser perdoado. Olhando sob este ponto de vista (admito errar, me arrependo e desejo o perdão) posso também perdoar o outro e voltar a ser livre. Livre da culpa: porque não posso mudar o passado, no máximo posso tentar reparar o mal que fiz. Livre da dor: porque entendo a minha fragilidade e passo a entender a dor de quem também me ofendeu. “E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores”. (Mateus 6,12).

Lembrar ... sim,

doer ...

nunca, nunca mais.

5 de março de 2012

Eu cresci, e agora?

2 Depoimento(s)

Nascer é traumático (1), crescer também dói (2), brincar é importante e questionar amadurece (3). Agora, contudo, chegou a hora de produzir.

A fase adulta começa com o “período de ouro” do ser humano; a juventude. Com ela, nascem também os sonhos e os medos. Sonho com a faculdade e o medo de não conseguir ingressar; sonho de encontrar uma esposa e medo de decepcioná-la; sonho da casa própria e o medo de não conseguir quitar a dívida; e assim por diante. A cada sonho um medo. “O medo é saudável quando não nos paralisa”, diria um amigo.

Mas, olhando para traz percebemos o quanto temos avançado: faculdade, casamento, casa, emprego, filhos etc. Temos progredido com acertos e erros, apesar das nossas incertezas.  E, quer coisa mais incerta do que criar filhos? A fase adulta é a mais longa e mais produtiva da nossa existência. No início, na juventude, temos muita energia e pouca experiência; no final, acontece o inverso.

Na vida cristã muitos estão paralisados pelo medo. Crentes incapazes de realizarem os seus sonhos e incapazes de realizarem os sonhos de Deus. São homens e mulheres desperdiçando, simplesmente, a fase mais produtiva da vida cristã: a maturidade. O apóstolo Paulo nos lembra: “Irmãos, não sejais meninos no entendimento, mas sede meninos na malícia, e adultos no entendimento” (I Coríntios 14.20). Cristãos com medo de enfrentar os desafios naturais da vida cristã. Gente que opta por fugir dos riscos e desafios da vida se escondendo nas fases mais fáceis da vida cristã: a infância e a adolescência. Agindo assim, eles deixam de experimentar aquilo que chamamos de "vida plena" com o Senhor.

Chega de meninice (sem ser mal humorado)! É tempo de sonhar. Sonhar com o ide, com os campos brancos, de sonhar com os “filhos na fé”. E o tempo é o hoje, e o momento é o agora. “Esta geração só pode evangelizar esta geração” já dizia Oswald Smith. Assim como vamos ao trabalho todos os dias também assim também façamos na vida cristã todos os dias. A oração é o café da manhã e a Palavra o almoço que refaz as nossas forças: todos os dias.

Nos tornemos mais sábios a cada dia e mais confiantes a cada desafio superado. Superemos os medos mantendo o foco no alvo que é Cristo. Cumpramos nossa missão seguindo sempre em frente e deixando para trás as tolices das fases passadas. Já é tempo de dar frutos, já tempo de ser sal e luz neste mundo que nos têm observado. Façamos, pois, a diferença. Ou como diria mamãe: "cresça e apareça!"

Portanto nós também, pois que estamos rodeados de uma tão grande nuvem de testemunhas, deixemos todo o embaraço, e o pecado que tão de perto nos rodeia, e corramos com paciência a carreira que nos está proposta,
Olhando para Jesus, autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à destra do trono de Deus”. (Hebreus 12.1,2)

Em que fase você está? É um bebezinho frágil? É uma criança que chora? Será que sua vida é uma eterna brincadeira ou ela é um eterno questionamento infundado? Em que fase você está? Todos passam por estas fases na vida cristã. Até mesmo o apóstolo Paulo.

"Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino". (Coríntios 13.11)

Como eu disse, passam!
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