12 de fevereiro de 2012

Buá! Pai, meu dentinho tá doendo


Se o nascimento é um processo traumático para o bebê, crescer é por vezes dolorido.

Muitos bebês têm cólicas nos primeiros meses. O leite materno, tão saudável para a criança, não impede as dores causadas pelo novo modo de alimentar-se. O surgimento dos dentes também trazem dor ao romperem as gengivas. Conquanto, são eles que permitem ao corpo nutrir-se com alimentos sólidos igualmente importantes ao seu crescimento saudável.

Crescer também dói! Por isso alguns não querem crescer. O apóstolo Paulo mostra-se desapontado com os crentes de Corinto. “Com leite vos criei, e não com carne, porque ainda não podíeis, nem tampouco ainda agora podeis,” (1 Coríntios 3.2). Recusar-se a ter dentes é, na verdade, condenar o Corpo (de Cristo) a ser sempre um bebezinho frágil e dependente.

Na busca da autonomia a criança começa a engatinhar e é comum ralar os joelhos durante o processo. Ao engatinhar a criança aprende os seus limites e a utilizar as mães e os pés de modo coordenado.

Crescer também dói! Crentes que não aprendem a engatinhar têm dificuldade de coordenar sua vida, não aprende os seus limites e tornam-se confusos e inseguros.











Para criança andar é uma conquista e um aprendizado importante para toda vida. Lembro-me do filho de um vizinho que tinha a mesma idade da minha filha. Sua mãe resolveu ajudá-lo colocando-o num andador. Enquanto ele corria pela casa minha filha tateava os móveis apoiando-se para andar. E foi correndo que um dia ele tropeçou e caiu. Na queda quebrou o dente, levou pontos na boca e chorou muito. Pior, o menino temia andar outra vez. Minha filha, ao contrário, tornava-se mais confiante a cada dia.

Crescer também dói! Para o crente andar significa equilíbrio, segurança e autonomia. Quando alguém “bonzinho” antecipa este aprendizado se ele cair terá medo de levantar-se outra vez. É por isso que existem tantos crentes dependentes nas igrejas. Uma coisa é ser suporte para o irmão a outra é ser muleta. Mas assim é a vida cristã: aprender a cair sem se esborrachar, aprender a levantar-se e continuar a caminhada.

Portanto, crentes maduros vencem as dores do crescimento permitindo o crescimento do Corpo de Cristo. Quem serve ao Senhor por tradição, por medo ou por seu líder, por melhor que ele seja, ainda é um bebê na fé. “Porque ... havendo entre vós inveja, contendas e dissensões, ... dizendo um: Eu sou de Paulo; e outro: Eu de Apolo; porventura não sois carnais?” (1 Coríntios 3.3-4). Ou o crente cresce ou será sempre um bebê. Nas palavras do apóstolo Paulo, será sempre um crente carnal.

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