10 de maio de 2012

Síndrome de Elias


Elias havia enfrentado 450 profetas de Baal e derrotado a todos. Mesmo assim, logo a seguir, teve medo e fugiu. A questão, no entanto, é o seu lamento: “E ele disse: Eu tenho sido em extremo zeloso pelo SENHOR Deus dos Exércitos, porque os filhos de Israel deixaram a tua aliança, derrubaram os teus altares, e mataram os teus profetas à espada, e só eu fiquei; e buscam a minha vida para ma tirarem”. (1 Reis 19,14).

Olhando a realidade do Evangelho pregado no Brasil, de fato, a banalização deste pode dar a impressão que não há mais saída. Ou entramos na “onda” ou sermos vozes isoladas. Será?

Há que se pesarem duas coisas bem distintas: 1 – O Evangelho de Cristo precisa falar a língua das pessoas: não a língua dos teólogos, tão pouco os “dialetos igrejeiros” que nem nós entendemos mais o que significam. 2 – Não, não há que se dobrarem os joelhos à Baal. Não é a quantidade, mas a qualidade o que importa.

O Evangelho precisa ser simples sem ser pueril; profundo sem ser intangível; criativo sem ser vulgar. Há que se lamentar e chorar diante do que se têm apresentado como Evangelho. Mas isso, não significa que devemos entregar os pontos. Ainda há sete mil (com todo o simbolismo numérico judaico que isso significa) que não dobraram os joelhos diante de Baal.

Portanto, chega de síndrome de Elias! Não são pouco os que resistem: os que não se renderam. Ninguém está realmente só. Com o tempo essa onda passa. Depois, ela se institucionaliza, se cristaliza e, finalmente, morrem. Depois, então, virá outra onda e outra depois desta e outra depois ...

“Convém que eu faça as obras daquele que me enviou, enquanto é dia; a noite vem, quando ninguém pode trabalhar”. (João 9,4).

2 comentários:

  1. Caro amigo Leo,
    de tudo, adorei essa frase: "O Evangelho precisa ser simples sem ser pueril; profundo sem ser intangível; criativo sem ser vulgar." Leonardo Martins.
    O que poderia eu comentar a mais? Estragaria tudo. rsrs
    Delambre

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  2. Caro amigo,

    Este post nasceu de uma frase de nossas conversas. Você tem me inspirado.
    Penso que teologia sem reflexão não seja de fato teologia.
    E, nestes tempos muito mais ainda.
    O mundo vive uma crise de valores e teologia tem sua contribuição a dar.

    Obrigado,

    Leo.

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