4 de novembro de 2015

O dia dos avós é muito mais do que isso

"A tigela de madeira" conta a história de um garoto que aprende como tratar seus pais quando eles ficarem velhos, isto é, do mesmo modo que eles tratavam o seu avô: "estou fabricando uma pequena tigela para você e a mamãe comerem sua comida quando eu crescer". Infelizmente, isso está longe de ser apenas uma história.

"Por um instante observo um casal com seus filhos e uma senhora idosa perambulando pelo supermercado. As crianças, com 5 e 7 anos de idade aproximadamente, brincam com um saco plástico ao mesmo tempo que seguem os pais. O entra e sai nervoso dos corredores e os olhares do casal não escondem o desagrado em acompanhar essa senhora cansada pelo peso da idade. Ela parece confusa diante de tanta gente com pressa, falando alto, e tantas gôndolas com promoções. .... em voz alta o homem diz àquela senhora: ‘Já não basta pagar as compras, eu ainda tenho que ficar acompanhando a senhora de um lado para o outro que nem barata tonta. Afinal, eu não tenho tanto tempo assim. Tudo isso porque esqueceu a lista de novo?’ A senhora responde: ‘Desculpa, meu filho, eu te amo. Não queria estragar o seu sábado.'"*

Dia 27 de julho, dia dos avós, é mais do que um dia para celebrar. É um dia para refletir. Recentes pesquisas afirmam que a partir de 2030 nossa população começa a diminuir e que em 2050 as pessoas com mais de 60 anos representará um terço dos brasileiros.

Ora, os avós de hoje estão longe de serem pessoas de cabelos brancos sentados em cadeiras de balanço na varanda. Entretanto, não há como negar o quanto os valores de nossa sociedade estão distantes daqueles quando essa eram as imagem da figura dos avós. O dia dos avós é mais do que saudosismo, é resgate. Resgate dos valores da família com pai, mãe, filhos e avós. Valores do "respeito aos mais velhos", do ceder o lugar no ônibus para um idoso antes de haver leis e bancos preferenciais para eles.

Celebrar o dia dos avós é mais do que olhar o passado, é construir o futuro, mesmo que seja por uma razão meio egoísta: "respeitar as pessoas idosas é tratar o próprio futuro com respeito". Respeito que começa na infância, no modo como tratamos nossos pais a vistas dos filhos, no nosso proceder diário nos supermercados da vida, na forma como lembramos das datas importantes, como o dia dos avós, por exemplo.

Sem o dia 15 de junho, Dia Mundial de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa, dificilmente saberíamos que "cerca de 10% dos idosos brasileiros morrem por homicídio" vítimas de violência visível e invisível. Sem o dia 23 do mesmo mês, Dia Mundial de Prevenção de Quedas, talvez esse assunto tão importante sequer fosse abordado. Por isso, celebrar o dia 26 de julho é tão importante. É construir na mente dos pequeninos, os netos, o valor de tê-los, os avós, no seio da família no modelo proposto por Deus. É perpetuar valores de respeito e dignidade tão raros em nossa sociedade. E, por último, é olhar para si mesmo com respeito. Porque se a estatística estiver correta a aritmética não deixa dúvida. No último censo (2010) as pessoas com mais de 60 anos somavam 23 milhões de brasileiros (12%). Em 2050 os netos de hoje serão os adultos e nós, os adultos, faremos parte dos cerca de 63 milhões de brasileiros acima dos 60 anos (33%). E aí, não vai adiantar olhar para traz ou reclamar. "Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará." (Gl 6.7)

Portanto, celebre esse dia em família, celebre com alegria, celebre dando honra a quem tem honra. Porque o dia dos avós é muito mais do que isso. – Leonardo Martins.

*Hercules e Nirvana Garcia – Professores na classe de Casais. Pensar nº 8: junho/2014 (pg. 04)

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