14 de fevereiro de 2012

Assimilação e acomodação



Assimilação e acomodação são termos técnicos da pedagogia. O primeiro, a assimilação, se refere a capacidade do indivíduo compreender ou entender algo. O segundo, a acomodação, se refere a capacidade do indivíduo colocar o ensino em prática (explicação minha de forma bem sintética).

Fumei durante três anos e garanto que qualquer fumante sabe exatamente TODOS os males do tabagismo, entretanto poucos deixam de fumar. Especificamente neste caso existem implicações biológicas que interferem no comportamental. Chamamos de dependência química.

Se eu pudesse encontrar um sinônimo para aprender do ponto de vista pedagógico diria que aprender é o mesmo que mudar.  Podemos aprender (mudar) de comportamento tanto positivamente quanto negativamente. Eu, por exemplo, aprendi a fumar (algo negativo para mim) depois, aprendi a deixar de fumar. Não, não se trata de um artigo sobre tabagismo, mas sobre o conceito do que seja aprender.

Quais as implicações disso?

Quando eu era católico conhecia muitos conceitos bíblicos e como todo “bom católico” da época eu detestava os crentes. Eu os achava chatos, prepotentes e arrogantes. Mas uma coisa me incomodava de forma cabal: eles eram coerentes com a Bíblia e eu não. Confesso que isso me corroia a alma.

Não sou fundamentalista (no sentido comumente empregado ao termo), mas percebo os relativismos das nossas atitudes. Aos poucos fazemos pequenas concessões (não tem nada a ver) até o dia que não teremos nada mesmo. Negociamos valores fundamentais por pequenos favores e benefícios e fazemos isso com o dinheiro dos outros. Melhor, com o dinheiro do Senhor. E o fazemos sem a menor parcimônia. A desfaçatez vem travestida dos jargões mais estapafúrdios adotados pelos valores imorais do mundo (sei disso por eu os usava com frequência). Coisas como: não tem nada a ver; uma mão lava a outra; é preciso entrar na política; prefiro ser feliz a ter razão e por aí vai.

É verdade que o mundo mudou e os crentes também mudaram nestas últimas décadas. Mas duas coisas eu tenho certeza. Primeira, Jesus não mudou. Ele nunca negociou com os valores imorais dos homens; fossem eles, políticos ou não, poderosos ou não, inteligentes ou não. Segunda, se hoje sou uma nova criatura muito devo a ética cristã daqueles crentes “chatos” que insistiam em não colar na escola, não falar palavrões, não beber, não fumar etc. Eles eram autênticos e zelosos dos ensinos bíblicos. Aqueles “chatos” poderiam nem mesmo entender de pedagogia e seus termos técnicos. Agora, eles viviam o que pregavam e pregavam porque viviam.

Sem a teoria (a assimilação) não há ação (a prática). Por outro lado, sem mudança, não há aprendizado. No nosso caso não há testemunho, não há veracidade e não há unção (diria eu).

Hoje, desejo ser tão ou mais “chato” que eles porque Deus os usou para que um dia eu viesse a me converter. Sinceramente, Deus me livre de ser a palmatória do mundo (não é disso que falo), mas tenho vergonha do que tenho visto e ouvido. Por outro lado agradeço a Deus por estar acontecendo neste tempo. Se fosse naquele eu jamais aceitaria Jesus como meu salvador. Se fosse hoje sei bem o que eu diria a estes novos "crentes":

“Respondendo, porém, o espírito maligno, disse: Conheço a Jesus, e bem sei quem é Paulo; mas vós quem sois?” (Atos 19.15).

4 comentários:

  1. ah então enquanto vc era católico não aceitava JESUS como seu salvador????
    Desculpe mas seu texto é muito prepotente.

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    Respostas
    1. Desculpe,

      Mas NÃO estou falando de católicos ou protestantes. Estou escrevendo da minha vida pessoal. Acho que tenho o direito de dizer de mim o que eu sinto. Prepotente? De que?

      Veja que deixei o comentário em aberto. Se fosse prepotente teria feito moderação dos comentários no blog. Se fosse prepotente teria excluído seu comentário.
      Com certeza você não me conhece, por isso diz do meu texto (e de mim por tabela) ser prepotente.

      Deixou assim a porta do diálogo aberta e te convido para entrar (para um diálogo).

      Só para entender o texto: Minha crítica é exatamente oposta. Uma crítica aos evangélicos. Critico porque sou um deles. Não critico os outros, não tenho este direito nem acho que quem seja de fora tenha o direito de criticar a seara alheia.

      Peço que leia o texto sob estas duas óticas. 1 - Já fui católico (não posso mudar isso) e hoje sou evangélico. 2 - A meu ver temos muitos problemas e, talvez possa a ajuda a mudar/melhorar isso.
      É só disso que o texto fala e nada mais. Claro, todo texto é polissêmico e você tem todo o direito de interpretá-lo como quiser.

      Se tiver a curiosidade entender como eu penso sugiro a leitura de outros textos do blog: EU TENHO MEDO! e Que pastor que nada, eu quero é uma Hilux! Duas críticas duríssimas a algumas (não todas) práticas evangélicas.

      Agradeço sua contribuição sincera. Isso é muito bom (sinceridade).
      Se puder identificar-se seria ainda melhor.

      Fique na Paz de Cristo,

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  2. Digamos que sim. Sim, afirmar que um católico não tem capacidade de aceitar a Jesus Cristo como Salvador seja uma prepotência.
    Mas - na verdade - a prepotência estaria (se nesse texto ocorresse) em dizer que uma religião salva e outra não.
    E isso é verdade. É grosseria dizer que tal e tal igreja, organização religiosa, sociedade espiritual ou o que o valha é superior às outras em relação a apresentar o céu. Isso também é anti-bíblico!
    Como?
    A Bíblia não diz que, "Pela igreja sois salvos." O que o apóstolo Paulo escreveu aos Efésios que "Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus." (Efésios 2:8)
    Note que ele diz "pela graça sois salvos." E explica que é por meio da fé. Mas que fé? Fé que eu posso atravessar a rua sem ser atropelado? Não. É fé em Jesus Cristo como seu Salvador. Veja o que o mesmo apóstolo ensinou ao escrever aos Romanos: "A saber: Se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo." (Romanos 10: 9).
    Então a igreja não é o meio para salvação de ninguém.
    É a graça que salva. E a fé é o canal pelo qual essa graça opera a salvação.
    E quem não tem fé? Como faz?
    Primeiro, a falta de fé desagrada a Deus. O autor aos Hebreus mostra como a fé é necessária. "Ora, sem fé é impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, e que é galardoador dos que o buscam." (Hebreus 11: 6)
    Note que a fé que ele fala é em acreditar que Deus existe e que premia a quem O busca!
    Cada vez mais, a igreja vai perdendo sua função de salvar. E a pessoa vai tendo de se aproximar mais e mais de Deus!
    Aí resta o problema da falta de fé. Ou seja, você já conclui que nem igreja batista ou católica ou outro credo é o que pode te levar para o céu. O que fazer então? Especialmente se você não crê, mas também não gostaria de passar a eternidade no inferno?
    Agora é hora de aprender. Mais uma vez, vamos nos ater ao apóstolo Paulo que diz, "A saber: Se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo." (Romanos 10:9)
    Evidentemente que a Palavra de Deus indica a Jesus Cristo como o único meio para Salvação da alma de alguém. Os passos são: confessar a Jesus com seu Senhor e crer de coração que Deus ressuscitou Jesus de entre os mortos. A confissão é a afirmação pública de que você crê nestas coisas que a Bíblia diz.
    Se faltar coragem para isso, então é melhor buscar o conhecimento. E não há conhecimento mais importante do que a sabedoria. Se é isso que te impede de crer, e de ter fé e de fazer sua confissão para sua Salvação, então o problema deixa de existir no momento que você pede a Deus que te dê esta sabedoria. Quer saber como? "E, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente, e o não lança em rosto, e ser-lhe-á dada." (Tiago 1: 5)
    Daí tira-se o foco da igreja como meio de salvação e recoloca-se Jesus no lugar que é só dEle. E, com isso, você alcança a sua salvação que é o que mais importa agora.
    Para não ser leviano, onde é que se aprende isso? Bem. Honestamente, não conheço nenhum católico ou espírita ou budista que me explique isso melhor do que um estudioso da Bíblia. E estes são justamente crentes evangélicos.
    Se algum muçulmano, xintoísta, cientologista também tiver esse conhecimento e esta fé, então deve ter chegado à mesma conclusão e fez sua confissão conforme a Bíblia Sagrada orienta.
    E aí segue sua mudança.

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    Respostas
    1. João, obrigado pelo comentário. Acho que vou reescrever o texto.

      Ao que parece as pessoas não conseguem entender que ele fala da mim, da minha vida. De como me sentia, como me via, das perguntas que me fazia. O texto está o tempo todo em primeira pessoa. Mas, mesmo assim cada um lê segundo seu próprio "óculos".

      Dou um exemplo: Não está escrito que "um católico não tem capacidade de aceitar a Jesus Cristo como Salvador". Também, não está escrito eu não o havia aceitado como Salvador quando era católico.

      Isso só prova que eu preciso melhorar o texto. Porque se escrevo uma coisa e as pessoas leem outra o texto é sofrível. Dura constatação.

      Obrigado por gastar tempo comigo.

      Obs: Pena que você não estava na PIB no dia 03-outubro, quando falamos sobre a fé da reforma (Sola fide).

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