Sem pretender esboçar uma suma teológica a respeito alguns pontos podem ser destacados.
Justiça enquanto igualdade.
No livro de Mateus lemos a história de um homem que devia dez mil talentos ao seu senhor. Implorando por misericórdia para que tivesse mais tempo para pagar, o senhor fez o inesperado: perdoou-lhe a dívida. Entretanto, o homem não usou da mesma misericórdia que pedira (tempo para pagar a dívida) tão pouco foi capaz de fazer ao outro como lhe haviam sido feito (o perdão da dívida).
Ao saber da história o senhor censura aquele servo pela falta de tratamento igual com o seu conservo: “Não devias tu, igualmente, ter compaixão do teu companheiro, como eu também tive misericórdia de ti?” (Mateus 18.33).
Como tem sido nossa justiça? Segundo a Bíblia não se trata de valores, mesmo porque o conservo devia 600.000 vezes menos que o servo devia ao seu senhor. O que deixou o senhor bravo foi a falta de compaixão. Ambos pediram que tivesse compaixão e lhes dessem tempo para pagar a dívida. O servo obteve mais que isso, recebeu o perdão dela. Mas o conservo não recebeu nem mesmo o que pediu: tempo. Ao contrário, foi-lhe imputada a lei: “antes foi encerrá-lo na prisão, até que pagasse a dívida”. (Mateus 18.30b).
Ao cumprir a lei o servo foi injusto com seu conservo. O nosso Senhor espera que pratiquemos a justiça, nem sempre a lei. Neste caso, espera de nós que façamos o mesmo que Ele faz conosco. Ou seja, que tratemos os outros do mesmo modo, com igualdade. Justiça aqui é igualdade. Igualdade no tratamento que recebemos, cujo referencial não são os homens e suas leis, mas o tratamento do Senhor e a Sua justiça. Foi por essa razão que o senhor se zangou com seu servo “Servo malvado, perdoei-te toda aquela dívida, porque me suplicaste” (Mateus 18.32b).
Afinal, qual a justiça havemos de praticar: a justiça dos homens, e suas leis, ou e a justiça de Deus, muito maior que a destes?
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