12 de agosto de 2010

Imitando quem?

No artigo anterior "Faça o que eu mando" falei para os crentes que se comportam de forma imatura “justificando” seus maus comportamentos e “rebeldia”, pelos maus exemplos de líderes que precisam, sim, dar o exemplo. Mas isso não justifica que eu, que vivo o cristianismo, deva ser prejudicado por estes “líderes”.  Hoje reflito sobre estes maus exemplos e seus efeitos sobre os crentes imaturos e recém-nascidos na fé e, principalmente, aos não crentes que não possuem um referencial de cristianismo a medida de Jesus Cristo.

Olhando as igrejas cristãs não é difícil perceber como são diferentes e diferentes um tudo. E o mais intrigante é que todas utilizam a mesma Bíblia, ou muito parecida. A pergunta que qualquer pessoa faz é: qual igreja está correta? ou qual a igreja verdadeira? Por trás dessa “simples” pergunta está uma ainda mais importante e relevante: onde está a verdade?

Apologias à parte, observemos o apóstolo Paulo (apóstolo mesmo). Ao escrever a primeira carta aos crentes de Corinto, ele nos ensina algo muito importante sobre o caráter que todo crente em Jesus deveria ter, tanto mais um líder cristão. “Sede meus imitadores, como também eu sou de Cristo”. (I Corintios 11.1).

Só para lembrar o contexto, esta comunidade de cristão não tem nenhuma relação com as tradições judaicas (na melhor das hipóteses muito pouca). São pessoas de cultura Helênica e filosofia grega. Corinto é uma cidade rica e influente que prestava culto a deusa Afrodite (deusa da fertilidade). Que relação existe, então, entre este povo e os patriarcas Abraão, Isaque e Jacó? Nenhuma.

Paulo, durante um ano e meio falou do amor de Jesus Cristo, fundou a igreja, discípulou os irmãos e foi embora. Uma igreja cheia de dons: “De maneira que nenhum dom vos falta...” (I Corintios 1.7b), mas com um problema. Ela estava dividida. Julgavam-se uns melhores que os outros, seja pela valorização de um dom sobre o outro, seja pelo saber mais que outro, seja pelo ter mais bens que o outro. Traduzindo: os mais “espirituais”, os mais inteligentes e os mais ricos.

Paulo os exorta falando de Jesus, pois é Ele o fundamento da fé e se alguém deseja gloriar-se que “glorie-se no Senhor”. (I Coríntios 1.31b).

Mas quem é esse Jesus? Um judeu, alguém que não conhecemos, alguém fora da nossa tradição, fora da nossa cultura? perguntariam àqueles irmãos de Corinto. E é aí, justamente na falta de referencial, que Paulo levanta sua voz e diz: - Olhem para mim! Se vocês não sabem o que é cristianismo e não conhecem o Jesus, então olhem o Cristo que há em mim. Paulo não teme ser referência porque ele é um imitador de Cristo. Não com vanglória, mas com humildade: “Está Cristo dividido? foi Paulo crucificado por vós? ou fostes vós batizados em nome de Paulo?” (I Coríntios 1.13b).

Ah, como seria bom se cada crente pudesse dizer como Paulo: - vocês não conhecem o Cristo? então, OLHEM PARA MIM, me tomem com referência, me imitem. Não por mim mesmo, mas porque eu imito a Cristo.

No dia que cada crente e cada líder cristão viver como Paulo, o mundo vai ver, pelo exemplo, o que é o verdadeiro cristianismo. Hoje, a contradição entre o discurso, principalmnete dos líderes (ainda que não sejam todos), e a prática é muito grande. Mas naquele dia, mesmo que muitos não O aceitem, todos dirão: - ali vai um cristão, sei disso porque ele é um imitador de Cristo.
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Um comentário:

  1. Que Cristo nos ajude a imitá-lo no amor, na verdade, na misericórdia, na bondade e graça do Pai.

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