7 de agosto de 2010

Faça o que eu mando...

Faça o que eu mando, mas não faça o que eu faço.

Quando eu era criança ouvi muitas vezes esta frase de meus pais. Apesar da pouca idade nunca concordei muito com isso, mas foi na adolescência que rebelei contra ela. Durante muitos anos tive como certo que se alguém deseja ser líder tem, sim, que dar o exemplo.

De fato esse pensamento não está de todo errado. Como é possível líderes viverem de forma antagônica com suas próprias filosofias? No campo da ética as diferenças entre o discurso e a prática tornam-se ainda mais evidentes. Se observarmos o atual cristianismo fica difícil para os não crentes compreenderem qual é o verdadeiro exemplo de Cristo.

Entretanto não falo para este agora, falo para os crentes que vez por outra reclamam de seus líderes (reclamações justas). Pessoas que buscam justificar-se no comportamento errado ou até antibíblico de alguns líderes. A elas diz o Senhor Jesus: “Todas as coisas, pois, que vos disserem que observeis, observai-as e fazei-as; mas não procedais em conformidade com as suas obras, porque dizem e não fazem”. (Mateus 23.3).

Em primeiro lugar Jesus está falando para os irmãos Judeus e discípulos. (Mateus 3.1a). Pessoas que já conheciam a religião judaica. Portanto não está falando aos alheios as leis de Deus.

Em segundo lugar Jesus se refere aos escribas e fariseus que estão sentados “na cadeira de Moisés” (Mateus 23.1b). Portanto, estes escribas e fariseus, são legítimos representantes da lei (de Moisés).

Em terceiro lugar Jesus critica a prática errada dos mesmos, quando afirma: “...não procedais em conformidade com as suas obras...”. Logo Jesus está indo justamente ao cerne da questão. O exemplo deles está errado, por isso não façam assim.

Em quarto lugar Jesus mostra as coisas que são ensinadas devemos primeiro “observar” e só depois “fazei-as”. Isso significa que estes homens, apesar de seus maus testemunhos, ensinavam o que era correto. Mas mesmo assim devemos observar se de fato o ensino é bíblico. Se for, façamos conforme o ensino, se não for bíblico, não o façamos.

Portanto Jesus fala para pessoas maduras, não para infantis que “nunca concordam muito” por causa da sua pouca idade, e também não fala para adolescente na fé “que se rebela contra”. Seu ensino é para crentes que venceram a infância da incompreensão e a adolescência da rebeldia e, agora estão chegando à maturidade de saber observar e decidir o que seguir ou não. Porque desculpar-se pelo mau exemplo de um líder (ainda que não devesse ser assim) é sim sinal de pouca maturidade cristã.

Para ser bíblico ditado popular deveria ser assim: Faça o que eu mando [se estiver na Bíblia], mas não faça o que eu faço [se não estiver].

Ora, estes [os de Beréia] foram mais nobres ... porque de bom grado receberam a palavra, examinando cada dia nas Escrituras se estas coisas eram assim”. (Atos 17.11). [destaques nosso]
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