18 de agosto de 2010

Crise dos sentidos

Certa vez um colega me perguntou: – Qual é o Deus dos cristãos? Isso virou um artigo com o consentimento dele, é claro. A pergunta era mais histórico-filosófica, mas como não a entendi respondi-lha teologicamente. Hoje quero pensar nesta pergunta sob uma perspectiva mais prática: O que é o Cristo para o mundo de hoje?

Não é preciso recorrer a tudo que temos visto e ouvido das diversas correntes doutrinárias e dogmática. Liga-se a televisão e está tudo lá. Milagres, curas, dons “especiais”, barganhas com Deus etc. Como dito no artigo do Joed, existe todo tipo de culto “ao gosto do cliente”.

Minha pergunta é outra. O que faz sentido neste cristianismo moderno? Preocupa-me que o Cristo morreu por nós, mas nos parece em vão este ato de amor. Porque não vejo muito sentido em como reagimos (ou como devemos AGIR) nestes tempos de tanta pluralidade, de tanta informação, de tantos questionamentos.

Por um lado nosso cristianismo está arraigado na tradição (nas tradições) que nos são herdadas ou impostas. Se não, de onde vêm tantos conceitos sobre igreja e práticas religiosas? da Bíblia? Isso é que não. Temos distorcido o texto bíblico dizendo ser esta a “Palavra de Deus”.

Por outro lado temos nos amoldado ao mundo e secularizado nossas igrejas a ponto de não sabermos mais a diferença entre uma igreja e um clube, ou um show. Temos até discutido os milagres sob perspectivas psíquico-somáticas. – Milagre? isso é coisa do passado, a ciência explica – é o que se ouve.

Mas será que existe um Deus para os nossos dias sem que sejamos fundamentalistas a ponto de negarmos a ciência? Existe um Jesus que não se amolde as práticas modernas e seja de fato o Cristo, aquele que é o filho de Deus? Alguém que veio salvar o rico e o pobre, o branco e o negro, a mulher e o homem? É possível haver ainda um Cristo que dê sentido a vida?

Certamente o cristianismo deste século, em particular no Brasil, grita por uma nova reforma, mas sem Luteros e sem “verdades absolutas”. Um cristianismo que faça sentido na vida das pessoas, de qualquer pessoa. Não o cristianismo utilitários que prega-se aos pobres ou o cristianismo efêmero que panfletamos aos ricos.

Penso num cristianismo aos moldes de Jesus, que resgatou Nicodemos, Barnabé e Zaqueu, homens ricos. Mas que também resgatou a mulher adúltera, que apesar de seu pouco valor social e seu pecado foi perdoada por Jesus. Penso num Jesus que fale aos corações dos nossos filhos de forma profunda nesta geração da Internet.

Penso num Cristo que dê sentido a vida. Num Cristo que olhe para o homem como só Ele pode olhar e diga ainda hoje: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem”. (Lucas 23.34).

Porque, não se engane, onde ainda há gente pregando daquilo viu e ouviu com propriedade, daquilo que vive e crê e, principalmente, com humildade de saber que se é um simples pecador, ali sempre haverá gente “bebendo” desta fonte.

O cristianismo vive em crise, uma crise de sentido, mas o Cristo não. Precisamos conectar novamente o cristianismo a sua verdadeira fonte, Jesus, o Cristo, o filho de Deus.

"Há duas formas para viver sua vida: Uma é acreditar que não existe milagre, a outra é acreditar que todas as coisas são um milagreAlbert Einstein
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