26 de março de 2016

O Nobel da paz: Porque todo mundo pode mudar

Alfred Bernhard Nobel nasceu em 21 de outubro de 1833, em Estocolmo, Suécia, em uma família de engenheiros. Ele foi químico, engenheiro e inventor. Nobel acumulou uma fortuna durante a sua vida, a maior parte dela como resultado das suas 355 invenções, das quais a dinamite é a mais famosa. Numa manhã de 1888 ele ficou surpreso ao ler o próprio obituário em um jornal francês intitulado: "O mercador da morte está morto". O jornal confundiu Nobel com seu irmão, Alfred Ludvig, que realmente havia falecido. O artigo desconcertado fê-lo refletir sobre como seria lembrado inspirando-o a mudar sua vontade.

Nobel deixou uma herança de 32 milhões de coroas e escreveu vários testamentos em vida. O último, em 1895, para o espanto generalizado, determinava a criação de uma instituição à qual caberia recompensar, a cada ano, aqueles que conferem "maior benefício à humanidade" nos campos da paz ou da diplomacia, literatura, química, fisiologia ou medicina e física. O testamento estabelecia também que a nacionalidade das pessoas não seria considerada na atribuição do prêmio. Nobel legou 94% de seus ativos totais, 31 milhões de coroas suecas, para estabelecer os cinco prêmios Nobel.

No Rio, os resultados dos exames feitos pelo governador, Luiz Fernando Pezão, mostraram que ele tem linfoma não-Hodgkin. O tipo de linfoma diagnosticado nos exames é o anaplásico de grandes células T-ALK positivo que, segundo os médicos, é um dos mais agressivos, mas totalmente curável. O governador não vai passar por nenhuma intervenção cirúrgica, a não ser a colocação de um cateter para receber a medicação. O oncologista Daniel Tabak explicou: “o dado mais importante é que não existe nenhum comprometimento volumoso de linfonodomegalias. Não atingiu nenhum órgão crítico. Por isso, temos uma perspectiva boa. Mais de 70% dos pacientes ficam curados com este tipo de tratamento.”

O governador também está otimista e afirmou durante a coletiva: "Tem coisas piores na vida. Tem coisas que Deus dá para a gente porque sabe que somos capazes de carregar. Eu sei que vou passar por isso daí e vou acabar mais forte."

Considerando a situação atual do país, em particular a do Estado do Rio de Janeiro, pode ser que Deus não esteja dando algo que ele “seja capaz de carregar”, mas, sim, uma segunda chance ao governador, assim como fez com Alfred Nobel. Quem sabe não seja o momento dele refletir sobre o legado que deixaria para história do povo fluminense, se a sua própria história se encerrasse de repente. Embora as perspectivas sejam favoráveis, sempre há o risco do insucesso. Diante da fragilidade da vida, o Pezão talvez possa ser mais Luiz com os Luizes, Joãos e Marias, que dependem da saúde pública (dever do Estado e cujo representante é ele), tornando-se mais sensível à dor do outro.

Que a saúde do governador do segundo maior estado do país se reestabeleça e que, com ela, haja uma mudança na sua forma de pensar. Que ele seja mais humano com os que sofrem, valorize o serviço público porque é prestado àqueles que não têm como pagar um tratamento como ele tem, e, finalmente, tenha a coragem de romper com os tentáculos inescrupulosos dos velhos aliados de campanha. Que ele possa, como Nobel, surpreender a todos e reescrever sua história, quem sabe mais bela, para posteridade. Porque Deus sempre dá a cada pessoa ao menos uma oportunidade de mudar.

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