26 de abril de 2015

Limites e limitações

0 Depoimento(s)
Segundo os dicionários a palavra limite está associada à ideia de fronteira, espaço e tempo, entre outros, que determinam o fim de algo ou alguma coisa. Mesmo subjetivamente há uma clara intenção de identificar até quando ou onde se pode ir. Neste sentido, é possível admitir ir além dos limites, porque limite é, em última análise, um acordo o qual pode ser quebrado. Ultrapassar fronteiras, avançar além do tempo determinado e até mesmo superar uma expectativa é ir além dos limites.

No 13º Congresso Vida Radiante o preletor, pastor João Melo da PIB em Vila da Penha, falou sobre limitações dando exemplo de Moisés. “eles não acreditarão em mim ... Eu nunca fui bom orador, nem antes, nem agora” (Êx 4.1-10). Há uma evidente diferença entre os dois termos: limite e limitação. Limitação aponta para imperfeição, insuficiência ou impossibilidade e, neste caso, não há como superá-la.

Ora, Moisés foi o grande líder na libertação de Israel e, embora pudesse superar alguns limites, não podia vencer suas limitações. Reconhecer isso foi a sua virtude. Quem não respeita limites pode, sim, ir além (ainda que venha pagar o preço), mas quem não percebe suas limitações sempre se vê em apuros.

Na gerontolescência* da vida não é mais possível correr, pular e plantar bananeiras como se fazia antes; não é mais possível lembrar tantas coisas, fazer tantos cálculos e decorar tantas informações como no passado; porque o tempo impõe limitações físicas e cognitivas. No entanto, Deus ajudou Moisés a superar suas limitações: “Arão, o levita, não é teu irmão? Eu sei que ele fala bem... Ele falará ao povo em teu lugar. Assim, ele será a tua boca ...  Portanto, levarás essa vara na tua mão e realizarás os sinais com ela” (Êx 4.14-17). Diante da incredulidade, uma simples vara é o instrumento de sinais poderosos. Diante da impossibilidade física, Arão é a boca de Moisés.

Se, por um lado, é possível ultrapassar os limites pelas próprias forças, por outro, Deus pode superar nossas limitações pelas forças Dele. E o melhor, neste caso, as consequências são sempre boas. É preciso respeitar os limites e deixar Deus superar as nossas limitações.

*Gerontolescente é aquele que reinventa o ato de envelhecer (Alexandre Kalache).

18 de abril de 2015

O “livro de miss”

0 Depoimento(s)
A obra do piloto francês Antoine de Saint-Exupéry, “O pequeno príncipe”, ficou conhecida no Brasil como o “livro de miss”, porque muitas candidatas o citavam como seu livro preferido. Na década de 1980 chegou a ser considerado um livro de autoajuda. Entre as muitas frases da obra, talvez a mais lembrada seja a da raposa: “Nous sommes responsables pour ceux qui nous avons apprivoise” (Nós somos responsáveis por aqueles que nós cativamos – tradução livre). – Na versão brasileira foi acrescentada a palavra “eternamente”. Longe de ser uma história para crianças, ela tem como tema principal, a meu ver, a amizade.

“O amigo dedica sincero amor em todos os momentos e é um irmão querido na hora da adversidade” (Pv 17.17).

Ao contrário da família, amigos nascem das escolhas que fazemos ao longo da vida e dos relacionamentos progressivos, assim como ressalta a raposa, numa aproximação maior a cada dia. O compromisso é fundamental à amizade porque demonstra a importância do outro. “Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde às três eu começarei a ser feliz”. Não obstante, amizades às vezes são incômodas ou frustrantes. Certo dia o Príncipe descobre que a sua flor, tão especial, era igual às tantas outras daquele belo jardim. Finalmente, ele compreendeu que o tempo e dedicação à sua rosa a tornava única no mundo inteiro. Escolhas, aproximação e dedicação é a receita do bom amigo, o qual, na adversidade, torna-se “um irmão querido”.

A atualidade nos impõe relacionamentos furtivos, virtuais ou, o mais comum, a indiferença. Ávidos pelo individualismo e impulsionados pela velocidade dos nossos dias, fazer amigos verdadeiros parece algo utópico ou adiável. Mas como diz o autor: “Num mundo que se faz deserto, temos sede de encontrar um amigo”.

Esse é o sentido da parábola de Jesus. “Que farei? Trabalhar na terra, não tenho força; quanto a viver esmolando, tenho vergonha. Já sei o que farei para que, quando perder o cargo de administrador, as pessoas continuem a me receber em suas casas’ ... Então, o senhor elogiou aquele administrador da injustiça, pois agiu com sabedoria” (Lc 16,3-8).

Permita-se fazer amigos sinceros. “Porquanto, se um cair, o outro levantará seu companheiro. Mas pobre do que estiver sozinho e cair, assim não haverá quem o ajude a se reerguer!” (Pv 4.10).

9 de abril de 2015

Tanto para se fazer

0 Depoimento(s)
A história de Lillian Weber, uma senhora de 99 anos do estado de Iowa, nos Estados Unidos, é inspiradora. Ela assumiu o desafio de “costurar um vestido por dia para a associação filantrópica Little Dresses for Africa (Pequenos Vestidos para África), uma instituição beneficente cristã que distribui vestidos para meninas carentes em todo o continente africano.” A meta de Weber é alcançar mil vestidos costurados até o seu aniversário de 100 anos, em 6 de maio de 2015. O mais impressionante é o zelo com que trabalha. Ela admite que poderia fazer dois vestidos por dia, mas “se limita a apenas um, já que prefere customizá-los com bordados e uma série de intrincados detalhes.”

No Brasil, a Segunda Igreja Batista do Plano Piloto (SIBPP), em Brasília, assumiu o compromisso de fazer os uniformes das crianças da Escola Batista de Bafatá, na Guiné-Bissau. A escola criada por missionários (onde não havia escola) despertou o desejo no coração daquelas mulheres de participar. Diariamente a equipe trabalha na confecção dos uniformes. O pastor, fundador da missão, relatou certa vez que as camisas precisam ser vigiadas quando são lavadas. Se forem deixadas secando sozinhas elas serão roubadas dada à importância da escola naquela comunidade. Curiosamente estes uniformes custam (para igreja) R$ 30,00 cada um.

O valor não está nos tecidos, sejam dos vestidos das meninas, sejam nos uniformes escolares. O valor está no trabalho e no significado para quem recebe as roupas.

O desejo de Lillian Weber “é que as meninas que recebem seus vestidos tenham orgulho de si próprias e se sintam bonitas”. Orgulho semelhante sentem as crianças da escola de Bafatá.

Costurar roupas; algo aparentemente simples, mas capaz de abençoar tantas pessoas. Juntar peças de tecidos de pouco valor, mas que trazem sentido à vida de pessoas conhecidas, como a senhora Lillian, lá do Iowa, e pessoas anônimas, como as mulheres, lá de Brasília.

Histórias assim me fazem pensar: há tanto para se fazer no Reino de Deus. E, me fazem perguntar: como posso usar meus talentos para abençoar vidas como fazem essas mulheres?

“Eu devo fazer as obras daquele que me enviou, enquanto é dia; a noite vem, quando ninguém pode trabalhar” (Jo 9.4).

Fontes: http://awebic.com/pessoas/senhora-99-anos-costura-um-vestido-por-dia http://www.sibpp.org.br/index.php/inicio/101-uniforme.html


6 de abril de 2015

A Páscoa, o coelho e os ovos de chocolate

0 Depoimento(s)
– Pra você o que é páscoa?

– Páscoa vem de pessach (heb): passar “por cima”/saltar. Porque naquela noite a morte visitou o Egito matando todos os primogênitos. Contudo, pelos hebreus ela passou direto pois estavam em suas casas protegidos pelo sangue do cordeiro que haviam pintado nas portas.

– Mas você não é cristão?

– Sim. Jesus se fez cordeiro de Deus derramando seu sangue sobre a cruz. É por isso a morte não tem poder sobre aquele que está protegido por seu sangue. Isso é a Páscoa cristã.

– E qual a importância do coelho de dos ovos de chocolate?

– Bem, não como carne de coelho, mas se me derem ovos de chocolate como sem a menor culpa. Estas coisas não podem me impedem de celebrar a Páscoa em Jesus.

Feliz páscoa (Pessach Sameach)! E sem culpa.

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...