9 de dezembro de 2009

Jesus, um discipulador!

Quando lemos sobre a vida de Jesus encontramos vários fatos curiosos e interessantes que nos remetem a inúmeras perguntas. Uma delas é por que Jesus não foi direto para Jerusalém? Jesus tinha total consciência de sua missão; “dar a sua vida em resgate de muitos” (Marcos 10:45) então, por que a demora?

Talvez por causa dos milagres. De fato, João diz que escreveu estes sinais “para que creiais” (João 20:30,31). Mas o mesmo João afirma que foram tantos que “(...) nem ainda o mundo todo poderia conter os livros que se escrevessem” (João 21:25). Portanto, não precisava demorar tanto tempo nos dando sinais para crermos, sinais que sequer foram registrados. Concluímos que Jesus tinha uma outra missão. Uma missão que demandava tempo e dedicação. Mas qual seria? Era algo que iria além dele (Jesus) porque dependeria de outros: Jesus precisava formar discípulos.

É interessante que Jesus escolheu pessoas simples e não doutores da lei. Qual a razão? Neste intrigante processo de recrutamento, Jesus vai à busca de pescadores, publicanos e gente sem grande “capacidade teológica”. E sua forma de recrutamento é igualmente simples: “vinde a mim” e eles simplesmente foram.  Simplesmente foram!  Porém, quando alguns descobriam quem era Jesus, avisavam a outros para o seguirem também (João 1:41). Porque mais que convidar, Jesus atraía as pessoas para si de tal modo que mesmo quando lhes perguntava se queriam ir embora, eles preferiam ficar: “Senhor, para quem iremos nós? Tu tens as palavras da vida eterna” (João 6:68).

Ensinar, esse era o segredo do ministério de Jesus com seus alunos. Sua “metodologia” e “pedagogia” eram diferentes porque ele ensinava com autoridade e não como os escribas e fariseus. Não se tratava de oratória ou homilética, Jesus falava do que sabia e do que vivia, falava direto ao coração das pessoas.

Seu ensino era tão profundo que até os doutores da lei se admiravam dele. E o que ele ensinava? Ensinava mansidão (Mateus 5:3-11); ensinava obediência (Mateus 5:17-42); ensinava o amor ao próximo (Mateus 5:43-48); ensinava misericórdia (Mateus 6:1-18); ensinava a orar e perseverar na oração. O que mais Jesus fez foi ensinar. Ensinava em tempo integral, com longanimidade, com sabedoria e, principalmente, respeitando as diferenças de cada um dos seus discípulos.

Mais que ensinar Jesus se dava aos alunos.  Só um mestre como Jesus para harmonizar um sujeito colérico como Pedro, do grupo dos zelotes, com Levi (Mateus), um publicano. Os zelotes eram um grupo que queria libertar o povo da opressão romana pela força, por isso Pedro cortou a orelha do soldado (João 18:10). Por outro lado, Mateus era um judeu que servia ao império romano cobrando impostos de seu próprio povo. Por isso os judeus não gostavam dos publicanos. “(...) Por que come o vosso Mestre com os publicanos e pecadores?” (Mateus 9:11). Fico imaginando aquele “seminário” e como devia era difícil administrar os temperamentos de Pedro e Mateus.  Mas, Jesus o fez.


Misericórdia. Não fossem outras qualidades essa já seria extraordinária. Jesus conviveu com um traidor durante três anos. Ao contrário do que faríamos normalmente, Jesus deu-lhe muitas oportunidades. E mesmo sabendo que furtava (João 12:6) confiou-lhe o ofício de “tesoureiro” do grupo. Definitivamente, Jesus acreditava nele, acreditava na sua mudança. Jesus sempre acredita nas pessoas.


Jesus orava. Orava muito por seus discípulos. (João 17:1-26) Ele orava de madrugada, orava antes de uma tarefa e orava depois dela. Na sua maior angústia Jesus chamou seus discípulos para orar com ele. Jesus se santificava para que também os discípulos o fossem “E por eles me santifico a mim mesmo, para que também eles sejam santificados na verdade”. (João 17:19) Jesus realmente se preocupava com a vida espiritual de seu discípulos, porque sabia quantas batalhas haveriam de enfrentar até chegarem ao ponto de morrerem pelo Evangelho. Mais não é só isso. Jesus tinha uma virtude ainda maior.


(continua...)

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