29 de novembro de 2009

Benditos Sejam, Benditas Sejam!

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No segundo domingo de novembro comemoramos o dia da educação teológica. Neste, os seminaristas foram homenageados pelo seu dia. Como gratidão pelo carinho, pelo cuidado e pela visão da nossa (nossas) igreja me assisto o direito de agradecer.

Benditas sejam aquelas mãos que com dedicação, com fidelidade e com sinceridade contribuem com seus bens numa confiança de que o fazem para o reino de Deus. Benditas as viúvas que trazem as moedinhas de sua pensão no altar do Senhor. Porque é com elas que somos sustentados no seminário. Ao que digo: a vós honrarei. “Portanto, dai a cada um o que deveis: a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem temor, temor; a quem honra, honra.” (Romanos 13:7)

Benditos sejam aqueles joelhos que se dobram nas noites e madrugadas para orarem pelos seminaristas. Mesmo que alguns não nos sejam conhecidos podemos sentir sua cobertura de oração quando em tantas vezes somos desafiados ou nos sentimos desanimados. Bendito sejam os que assim oram porque sabem que a luta é espiritual (e sempre será). Ao que digo: a vossa fidelidade não está oculta ao Senhor. “Pedro, pois, era guardado na prisão; mas a igreja fazia contínua oração por ele a Deus.” (Atos 12:5)

Benditas sejam aquelas casas que nos recebem e nos acolhem, sejam para os almoços de finais de semana, sejam para moradia como a filhos adotivos. Que alegria é ser amado por pessoas que não conhecemos, mas se tornam verdadeiramente nossa família. Porque não só acolhem os seminaristas, mas demonstram sua misericórdia para com eles e essa lição aprendemos com os irmãos e não na faculdade. Ao que digo: guardaremos estes momentos em nossos corações por toda vida. “Não vos esqueçais da hospitalidade, porque por ela alguns, não o sabendo, hospedaram anjos.” (Hebreus 13:2)

Benditas sejam aquelas lideranças que nos acompanham, cobram e nos assistem em nossa caminhada no seminário. Às vezes é uma simples pergunta de corredor, às vezes um telefonema, um e-mail ou um recado. Porque estão preocupados não só com os nossos estudos, mas também com nossa conduta, nossas famílias e nossas dificuldades, sejam espirituais ou financeiras. Ao que digo: é bom saber que não estamos abandonados no seminário, mas que temos uma igreja que se importa conosco. “porque bem reconheço a vossa presteza, da qual me glorio junto aos macedônios, dizendo que a Acaia está preparada desde o ano passado; e o vosso zelo tem estimulado a muitíssimos.” (II Coríntios 9:2)

Finalmente, benditos sejam aqueles pastores que nos pastoreiam com alegria, sabedoria, e longanimidade. Que nos introduzem na realidade do ministério pastoral, para que não caiamos no “achismo” e cometamos menos erros quando ingressarmos nesse ministério tão difícil. Porque sei que o fazem como também lhes fizeram no início de caminhada. De graça dão o que de graça receberam. Ao que digo: obrigado por vossa paciência e dedicação. “Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também.” (João 13:15)

Mais do que receber homenagens, penso que somos privilegiados por tão grande cuidado e atenção que temos recebido. Penso que não somos merecedores de tais homenagens. Penso ainda que, o mínimo que podemos fazer é corresponder às expectativas daqueles que nos assistem. Devemos responder ao chamado do Senhor, mas também devemos corresponder (responder com) aos nossos irmãos pela confiança que têm em nós. Honestidade, moral, zelo e gratidão são as respostam que esperam de nós. “Vós e Deus sois testemunhas de quão santa, e justa, e irrepreensivelmente nos houvemos para convosco, os que crestes.” (I Tessalonicenses 2:10)

Com Carinho,

Leo.

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14 de novembro de 2009

Nossa Granja da Igualdade

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Uma paráfrase do conto de George OrwellNuma fazenda os porcos, olhando através da janela, perceberam que os fazendeiros gozavam de conforto as custas do trabalho, do sacrifício e da vida dos animais. Os porcos chamaram a atenção dos demais bichos e considerando a injusta situação deles, propuseram uma greve para o dia seguinte (continua ...)

Líderes deveriam ser capazes de pensar com autonomia e não confiar unicamente em seus representantes. O líder precisa ser capaz de discernir com clareza, ser comprometido com o objetivo e ainda que deva delegar tarefas, antes de tudo, precisa saber que a responsabilidade é sua!

Curiosamente, nós brasileiros temos, em nossa cultura, o hábito de aderimos como esponjas os modelos de outros países, que sequer falam nossa língua.  No entanto, nos esforçamos amargamente para falar a deles.  Isso não é por acaso.  Se por um lado estes países têm demonstrado suas competências, por outro temos que observar o quanto isso lhes custou.

Também não é por acaso que nós brasileiros não temos heróis, nem mesmo nos quadrinhos, a não ser uns poucos caricatos de historietas menos importantes. Nossa idéia está na eterna esperança de que alguém venha nos resgatar, que nos venha nos fazer justiça. Até mesmo nas igrejas é esse o nosso pensamento. 

Como futuros líderes deveríamos, antes de tudo, ser capazes de perceber, discernir e escolher. Perceber o que realmente acontece; discernir entre o que é bom e o que não é; para então, escolher o melhor caminho.

No dia seguinte os fazendeiros não entenderam por que não haviam ovos, nem por que animais não trabalhavam.  Então decidiram tentar saber o motivo do motim com os próprios animais da fazenda....

Para isso, o líder cristão precisa pagar o preço de sua liderança.  Receberá sobre si o ônus e o bônus dos resultados. O líder precisa ser antes de tudo comprometido com os objetivos e não pode, em hipótese nenhuma, abrir mão deles ou pior, não saber para onde vai. Se olhamos para O alvo não nos perdemos, mas temos olhado para a flecha e por isso temos errado. Se percebermos as verdadeiras razões do que se move a nossa volta saberemos facilmente para onde estão indo e quais as suas verdadeiras intenções.

Com “justiça” os porcos foram eleitos os porta-vozes dos bichos para negociar melhores condições de vida. Tinham uma carta de intenções que fora escrita com os animais anteriormente. O item 7 dizia: Todos os animais são iguais.....
Certamente o líder precisa saber delegar, delegar tarefas e não a liderança. A não ser no caso de estar preparando um substituto.  O líder precisa ter como pré-condição a capacidade de ser liderado enquanto está em fase de treinamento.  Precisa saber trabalhar em equipe, mas também precisa assumir o risco de não fazê-lo quando necessário. 

O líder, mesmo em treinamento, precisa discernir quando deve ser conduzido por Moisés e quando assumir o risco de ser Josué.  Mesmo que tenha que se voltar contra a maioria, “democraticamente” falando.  Não confundir insubordinação com atitude, nem submissão com subserviência, ou pior, com omissão, indolência, preguiça, conformismo etc. Não podemos delegar a outros a responsabilidade que é nossa!

Após serem atendidas algumas reinvidicações, os porcos foram eleitos representantes dos bichos para receberem os benefícios. Mas, aos poucos, as coisas foram se moldando....

A questão da liderança salta aos olhos porque temos confundido alguns desses preceitos, inclusive bíblicos, e temos delegado (ou relegado) a outros aquilo que o Senhor nos confiou para fazermos. Porque Ele nos chamou de forma especial para lideramos com discernimento, compromisso e responsabilidade.

O item 7 foi o último a ser “corrigido”: “Todos os animais são iguais, mas alguns são mais iguais que os outros”. No final, olhando através da janela, os animais felizes viam os porcos sentados à mesa com os fazendeiros.  E já não se podia discernir quem eram os homens e quem eram os porcos.


"Não deis aos cães as coisas santas, nem deiteis aos porcos as vossas pérolas, não aconteça que as pisem com os pés e, voltando-se, vos despedacem." (Mateus 7:6)

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