22 de janeiro de 2010

Por que não fazemos nada?

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O poema de Maiakovski fala por si só.

E, porque não dissemos nada…

Na primeira noite, eles se aproximam
e colhem uma flor de nosso jardim.
E não dizemos nada.


Na segunda noite, já não se escondem,
pisam as flores, matam nosso cão.
E não dizemos nada.


Até que um dia, o mais frágil deles, entra
sozinho em nossa casa, rouba-nos a lua,
e, conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.


E porque não dissemos nada,
já não podemos dizer nada.

(Maiakovski)

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21 de janeiro de 2010

Seminário do Sul? Sim, Eu Defendo!

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Não tinha mais jeito, alguém precisava pará-Lo. Mas como fazer isso se o juízo não cabia, o império não permitia e a multidão não deixava? Mas eles tinham um plano: Primeiro, seduziram o traidor para o entregarem aos soldados romanos. Segundo, reuniram-se Caifás e seus sátrapas para o julgarem a noite quando os outros não estavam presentes. Terceiro, levaram-no a um governador medroso para que julgasse segundo a lei romana. Por último, manipularam a multidão para que o condenassem. Crucifica-o! Crucifica-o! Gritava a multidão.

O modo mais vil de destruir a memória dos batistas do Brasil e dos EUA é a venda do seminário, pois interrompe a formação de novos líderes, menospreza a linda história dos batistas e demonstra o nosso total abandono à instituição.

O seminário do Teológico Batista do Sul do Brasil é assim chamado por ter sido construído pelos batistas do sul dos EUA, segundo a vontade de Deus. Há mais de 100 anos vem cumprindo o seu objetivo: formar líderes conhecidos e reconhecidos na denominação batista e fora dela. Com a venda, ainda que parcial, o que estamos fazendo é interromper este processo. Nossas igrejas precisarão rever o perfil de seus futuros líderes “formados no seminário do sul”.  As dificuldades na busca de novos líderes só tendem a agravar-se. Se está difícil, se tornará ainda pior.

Na entrada do alojamento está escrito: “Este edifício foi construído graças à generosidade do povo batista dos Estados Unidos da América do Norte”. É “este edifício”, não qualquer outro.  Este edifício que abençoa tantos estudantes há tanto tempo (desde 1959).  Lugar onde os joelhos de muitos de nossos atuais líderes já se curvaram centenas de vezes. Um edifício construído “graças à generosidade”. Uma generosidade que parece nos faltar.  Falta de generosidade para com aqueles homens e mulheres que deixaram suas casas para nos abençoar. Falta de generosidade com a memória dos Batistas do Brasil e do mundo que estudaram (e estudam) nesta instituição.  Ingratidão... não é a primeira vez que a vemos.

E nós como igreja, o que temos feito?  Nós consentimos e deixamos que isso aconteça. Ou não nos interessamos pelo que acontece ou ficamos como espectadores olhando passivamente.  Alguns fecham os olhos, como se não fôssemos o mesmo corpo, como se o reino de Deus não tivesse nada a ver com isso. Outros nem se interessam por sua própria história e sua memória. Também foi assim que os hebreus ficaram exilados na Babilônia por setenta anos. Abandono, também não é a primeira vez.

A aparente derrota na cruz se tornou em vitória e nada do que foi feito impediu o plano de Deus. A história mostra que Ele estava o tempo todo no controle, entretanto um detalhe chama a atenção.  Não me lembro de ter lido na Bíblia os nomes dos defensores de Jesus, mas os nomes dos que o traíram estão registrados: Anás, Caifás, e seus sátrapas; Judas Iscariotes, o traidor; Pôncio Pilatos, o covarde; e a multidão, a ingrata. Seus nomes estarão para sempre marcados na história por seus feitos.

Neste ano de 2010 estão reunidos sacerdotes, homens e mulheres de Deus, para tomada de muitas decisões. Dentre elas a confirmação da venda do seminário. Se for realmente vendido, Deus está no controle. Se não, Deus está controle do mesmo modo.  A questão é como cada um será lembrado na história dos Batistas do Brasil (e do mundo).

Se é para repetir o erro, prefiro que meu nome nunca seja lembrado. Eu defendo, sim, o seminário do sul!


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2 de janeiro de 2010

QUEM AMA CUIDA OU...
TE PERDOO POR TE TRAIR!

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A letra da música de Chico Buarque narra o relacionamento de um que homem que gradativamente vai fustigando a mulher até que ela, finalmente, o trai.

Este é um apólogo; uma criação deste autor cujas personagens são: o esposo, a sociedade, a esposa “amada”, a amante, os filhos desta e os filhos daquela.  Esta estória é uma ficção e não se baseia na vida particular de ninguém.

Ele a viu crescer e logo que floresceu casou-se com ela. E do casamento vieram os belos filhos. Ela era a amada de seu esposo, o valor da sociedade e o orgulho dos seus filhos. E ele não cansava de declarar-lha seu amor.

No entanto, aos poucos, ele a foi esquecendo até que um dia oficializou a sua amante. A sociedade não estranhou, ao contrário achou natural, afinal ele era um esposo dedicado e sempre declarava seu amor a esposa de quem tinha o maior orgulho. De fato, a sociedade sempre se referia à “esposa eleita” com toda formalidade e respeito.

E seus filhos? Eram sempre os preferidos. Os filhos da amante não tinham os mesmos privilégios nem o mesmo reconhecimento. Portanto a sociedade entendia que a esposa não estava perdendo seu status. E foi assim, que dia após dia o relacionamento foi se esfriando.

Logo, a esposa começou a padecer necessidades. Não tinha mais a atenção do esposo e seus filhos não tinham mais a atenção do pai. Ainda assim, na sociedade, ela figurava como a titular e os filhos como “legítimos herdeiros”.

Então, também o dinheiro começou a faltar e ela procurou o esposo. Mas todo que ele fazia e dizer que a amava. Ela procurou ajuda na sociedade e esta, apenas dizia que a admirava. A ajuda do esposo e da sociedade mal dava para sustentar os filhos apesar de serem motivo de orgulho de ambos. E foi assim, que sem saída, ela começou a se vender.

O mais incrível é que ninguém achou ruim, exceto por um resmungo aqui e ali. Ela foi padecendo pouco a pouco e deixando de ser admirada.  Mantinham-se ainda de pé, a pose da esposa amada e de filhos virtuosos.  A verdade é que a amante e seus filhos tinham mais atenção do esposo e mesmo assim ninguém disse nada, ninguém viu nada, ninguém ouviu nada.  Ninguém ouviu o seu choro, no início muito alto, depois sofrido e calado.

Qual será o fim da esposa e seu “reino de glória”? O que será de seus filhos?

No último estágio de decadência, um dos filhos escreve a seu pai um alerta como um último suspiro de quem vê a mãe morrendo pelo esquecimento do pai e da sociedade. Mas ainda não seria o fim. Antes de se entregar a morte ela ainda se entregará a maior das vergonhas. Ela se entregará ao terrível inimigo (do esposo e da sociedade) não por revolta ou dor, mas por pura necessidade de sobreviver. 

Neste dia a sociedade não mais falará dela com orgulho, mas com desprezo. Seus filhos não serão mais desejados porque a marca da mãe passará para eles. Então se levantará primeiro o esposo indignado a dizer: como foste capaz de tamanha traição se sempre te amei? Depois a sociedade irá perguntar-se: como foi ela capaz de tamanha ingratidão se sempre teve de tudo?

Tragédia é perceber que ambos sabem a resposta. Deveria o esposo pedir perdão porque QUEM AMA CUIDA.  Deveria a sociedade pedir perdão porque sabe muito bem consentiu na amante a despeito da esposa. Tragédia é saber que neste dia será tarde demais.  Ela já terá vendido sua alma. Seus filhos ficarão órfãos e estigmatizados. Tragédia é saber que, muito provavelmente, culparão a esposa e seus filhos e ainda irão dizer: vamos apoiar à amante e aos seus porque esta foi sempre fiel ao esposo. Afinal, seus filhos (ilegítimos) também são descendência do pobre esposo traído.

A letra da música mostra a visão da mulher e tudo que a levou a tomar àquela atitude. E nos últimos versos está escrito: “Te perdôo...Por te trair”.

“Assim devem os maridos amar as suas próprias mulheres, como a seus próprios corpos. Quem ama a sua mulher, ama-se a si mesmo”. (Efésios 5:28)

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