Assisti a um filme em que uma das personagens havia arriscado sua vida por pura diversão. Indagado se não tinha medo de morrer, respondeu que não tinha medo de nada. (Continua no final do artigo...)
Tenho medo de trair minha comunidade e de pregar aquilo que não creio. Medo de não ter a coragem de dizer que não creio mais, de não dizer que as palavras são só palavras de ordem que uso para controlar as pessoas que em mim resolveram confiar. Tenho medo de não confessar que me tornei um tirano, um aproveitador; E, como diria o professor Osvaldo no artigo “quando os pastores são leões”, meu medo é de um dia fazer parte da “alcatéia”1. Tenho medo de esquecer qual é o verdadeiro “Perfil de um homem de Deus”, conforme o artigo do professor Adalberto.
Eu tenho medo de esquecer meu passado; medo de não poder olhar nos olhos de minha mãe, cuja firmeza de caráter é inconteste. De ver em seu olhar a decepção ao descobrir no que me tornei. Que desculpa lhe darei? Logo a ela que passou tudo o que passou e nunca recuou? E minha filha? Com que autoridade lhe falarei? Sim, eu tenho medo de olhar nos olhos de ambas e não poder firmar meu olhar. Tenho medo de perder o único valor que me resta, o caráter. Tenho medo de aos poucos, ficar mais preocupado com meu salário no final do mês, com os cargos, com as nomeações, com as reuniões e gabinetes, do que com o povo a quem escolhi e deveria servir.
Tenho medo de ficar “surdo” a Jesus quando me diz: “Apascenta as minhas ovelhas”. Tenho medo de, no fim, achar que as decisões e os postos que venha a ocupar são todos méritos meus. E, portanto, estão todos a meu serviço. Tenho medo de perder o amor pelas almas perdidas, de me tornar insensível ao sofrimento do outro, de tomar como mais importante matar a minha fome mesmo que custe a vida de alguém.
Tenho muito medo de Osiris me seduzir e quando eu perceber, já ter passado para “o lado negro da força”, como um “Darth Vader”. Tenho medo de tudo querer, nem que para isso me torne um Davi capaz de matar seu amigo fiel (coisa que ele não foi) para atingir seus objetivos pessoais de cobiça e desejo. Tenho medo da cobiça, do poder, dos cargos “importantes”; medo dos “valores” das denominações e dos estatutos. Tenho medo de me vender e como um Iscariotes trair a Jesus pela segunda vez. O medo é positivo enquanto nos faz sobreviver e negativo enquanto nos paralisa.
Tenho medo de ficar “surdo” a Jesus quando me diz: “Apascenta as minhas ovelhas”. Tenho medo de, no fim, achar que as decisões e os postos que venha a ocupar são todos méritos meus. E, portanto, estão todos a meu serviço. Tenho medo de perder o amor pelas almas perdidas, de me tornar insensível ao sofrimento do outro, de tomar como mais importante matar a minha fome mesmo que custe a vida de alguém.
Tenho muito medo de Osiris me seduzir e quando eu perceber, já ter passado para “o lado negro da força”, como um “Darth Vader”. Tenho medo de tudo querer, nem que para isso me torne um Davi capaz de matar seu amigo fiel (coisa que ele não foi) para atingir seus objetivos pessoais de cobiça e desejo. Tenho medo da cobiça, do poder, dos cargos “importantes”; medo dos “valores” das denominações e dos estatutos. Tenho medo de me vender e como um Iscariotes trair a Jesus pela segunda vez. O medo é positivo enquanto nos faz sobreviver e negativo enquanto nos paralisa.
Mas de que medo estou falando? Do medo de ser pastor.
Porque todas as vezes que um colega de classe, um irmão ou dos professores me cumprimenta: Fala pastor! Me corre um frio de cima a baixo de puro medo. Medo de trair, de esquecer, de me envaidecer e de me vender. Sim, falhar é o meu maior medo! Seria esse um medo infundado ou sem razão? Será uma fantasia ou fruto da imaginação?
Peço ao Senhor todos os dias que afaste “de mim a vaidade e a palavra mentirosa” para que eu seja reto no meu proceder. Peço também, que “não me dês nem a pobreza nem a riqueza”, porque se tiver muito talvez um dia, venha a negá-lo e dizer: “Quem é o SENHOR?” Ou, sendo eu muito pobre, “não venha a furtar, e tome o nome de Deus em vão”. Senhor não me negue estas duas coisas porque, por tudo que eu tenho visto e ouvido, confesso; Eu tenho medo.
(...continuação da primeira parte)
Vendo que o homem não temia a nada disse a outra personagem: “Quem não tem medo de nada é porque não ama coisa alguma”.
Duas coisas te pedi; não mas negues, antes que morra: Afasta de mim a vaidade e a palavra mentirosa; não me dês nem a pobreza nem a riqueza; mantém-me do pão da minha porção de costume; Para que, porventura, estando farto não te negue, e venha a dizer: Quem é o SENHOR? ou que, empobrecendo, não venha a furtar, e tome o nome de Deus em vão. (Pv 30.7-9)
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1 alcatéia: 1 Bando de lobos. 2 Manada de quaisquer outros animais selvagens. 3 Quadrilha de malfeitores. Estar ou ficar de alcatéia: estar ou ficar de vigia, à espreita. (http://michaelis.uol.com.br/)
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1 alcatéia: 1 Bando de lobos. 2 Manada de quaisquer outros animais selvagens. 3 Quadrilha de malfeitores. Estar ou ficar de alcatéia: estar ou ficar de vigia, à espreita. (http://michaelis.uol.com.br/)
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Leo, creio que estes medos sào saudáveis, pois sào os receios que os perfeccionistas têm pela vontade de ser melhor e nunca decepcionarem. Só nào podemos deixar que os receios nos paralizem.
ResponderExcluirE principalmente, precisamos continuar temendo a Deus.
Olá, Leonardo. Havia esquecido seu endereço, mas fui ao Oráculo, postei "que pastor que nada, eu quero é uma Hilux", e tcham... cheguei aqui num pulo!
ResponderExcluirVim ler o que você disse ter escrito. Nossa! O seu tom me preparara para ler outra coisa. E... que maravilha...
Isso, meu amigo. Isso mesmo. Mas não tenha apenas medo - tenha pavor, horror. Ah, e tema, principalmente, as coisas pequenas, as dízimas periódicas, os restos de contas. Não são as grandes coisas que nos derrubam, as que não podem entrar na fórumula, de tão graves. São as coisas mínimas, que podem ser desconsideradas, que podemos deglutir. Não temos estômago de sapo, mas somos pequenas pererecas de lagoa: pequenas mordidas e, quando vemos, comemos um boi.
Não há cura para esse medo.
Só a abdicação, só a capitulação.
Mas, olha, se cair, não se mate. Levante, e tente outra vez. Faça como o sujeito da letra do Raul Seixas - tente outra vez. Por que o digo? Por que o pavor de errar não é antídoto para o erro. É, apenas, atenuante...
E, já que vai errar, quqando errar, não erre por razão que dilacere para sempre a sua carne. Consciências como a sua não se perdoam nunca, e não perdoar-se é um fogo do inferno, e quase o outro não tem mais serventia alguma.
Osvaldo Luiz Ribeiro
Isso é normal ter medo mas o que temos que buscar é nunca deixa nossa fé se abater drasticamente, medos sempre teremos faz parte da nossa natureza, mas uma coisa que eu morro de medo é perder a alegria de viver, tenho visto tanta gente embarcando na depressão que chego me segurar pra não chorar ao ver alguém assim,a depressão me assusta...
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