A questão é o que dizer numa hora destas? O que dizer aos parentes? O que dizer ao meu amigo que sofria a perda de sua querida mamãe?
Comecei um “passeio” por todas as coisas que estudei na teologia. E, no final, senti certo desapontamento. Nessa hora fiquei aliviado por não ser eu o pastor a conduzir a cerimônia fúnebre. Então entendi que nenhum livro CLÁSSICO de teologia poderia me ajudar.
Depois comecei a folhear a Bíblia para trazer uma palavra de conforto à família. E, embora conhecesse certo número deles, nenhum parecia adequado. Folheei, folheei, folheei ... até que:
Descobri que na Bíblia não encontraria um versículo que pudesse ESPECIFICAMENTE amenizar aquela dor, mas encontrei um grande valor contido nela: o silêncio.
Antes dos amigos começarem a falar bobagem, julgando a vida de Jó, eles foram de uma profunda sensibilidade/sabedoria. Eles simplesmente se calaram:

Foi o melhor que pude fazer. Abraçar meu amigo e dizer-lhe “Conte comigo”. Qualquer coisa além disso me pareceu insano. Preferi o silêncio. Por alguns instantes vivi uma pequena amostra da rotina do ministério pastoral, algo quase esquizofrênico: alegria e tristeza profundas. Foi uma dose cavalar de realidade numa pequena gota de tempo. Vivi algo que nenhuma teoria pode dar conta. Algo, aí, bem presente e muito real na vida das pessoas.