29 de março de 2015

Conversando com Jesus - amar quem te odeia

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“Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem ...”
– Jesus, Jesus!
– Sim.
– Esse negócio de amar os inimigos é sério?
– É, por quê?
– Amar até os corruptos coletores de impostos?
– Claro! “Porque se amardes os que vos amam, que recompensa tendes? Não fazem os publicanos (coletores de impostos corruptos) igualmente assim?”
– Mas, mas eles não merecem. São ladrões e roubam até mesmo os mais pobres.
– Eu sei. Acontece que o Pai “faz raiar o seu sol sobre maus e bons e derrama chuva sobre justos e injustos”
– Assim fica difícil. Mas, tudo bem, vou tentar.
– Faça isso.
– Mas pelo menos tenho meus amigos da igreja.
– Sei, e daí?
– Daí que não preciso me misturar. Nem é bom eu ser visto falando gente pecadora.
– Acho que você não entendeu.
– O que?
– Ora, “se saudardes somente os vossos irmãos, que fazeis de notável? Não agem os gentios (os não crentes) também dessa maneira?”
– Assim não dá! Amar os inimigos e ainda falar com gente que não gosta de mim.
– Isso mesmo.
– E se eu não quiser? Se eu recusar estes conselhos?
– É o que eu ia dizer quando você me interrompeu “Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem ... para que vos torneis filhos do vosso Pai que está nos céus”.
– Hummm!
– Bem, a escolha é sua. Ainda assim Eu afirmo: “sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai que está nos céus.” (Mateus 5.43-48)

*Dedicado a um amigo com quem tomo café vez por por outra. A partir da conversa com ele sobre esse assunto é que nasceu a ideia.

26 de março de 2015

Valorize seus pais

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Um jovem candidatou-se a uma posição sênior em uma grande empresa. Ele passou na entrevista inicial e foi ao encontro do diretor para a entrevista final. Após observar o excelente currículo do rapaz o diretor perguntou:

– Você recebeu alguma bolsa na escola?
– Não, – respondeu o jovem.
– Foi o seu pai que pagou pela sua educação?
– Sim, – afirmou.
– Onde é que seu pai trabalha?
– Meu pai faz trabalhos de serralheria.
O diretor, então, pediu que o rapaz lhe mostrasse as mãos. Eram mãos macias e perfeitas.

– Alguma vez você já ajudou seu pai no seu trabalho?
– Nunca, meus pais sempre quiseram que eu estudasse e lesse muitos livros. Além disso, ele pode fazer essas tarefas melhor do que eu.

Então o diretor lhe disse:
– Eu tenho um pedido. Quando chegar a casa, vá e lave as mãos de seu pai, e venha me ver amanhã de manhã.

O jovem sentiu que havia uma chance muito grande de conseguir o emprego. Quando voltou para casa, ele pediu a seu pai que o deixasse lavar suas mãos. O pai achou pedido estranho. Feliz e com sentimentos misturados estendeu as mãos para o filho.

O rapaz passou a lavar as mãos de seu pai lentamente. Foi a primeira vez que ele percebeu que elas estavam enrugadas e tinham muitas cicatrizes. Algumas contusões eram tão doloridas que sua pele se arrepiava quando ele as tocava. Só então ele se deu conta do significado deste par de mãos: trabalhando todos os dias para pagar os seus estudos. As contusões nas mãos de seu pai eram o preço que ele pagou por sua educação, suas atividades escolares e seu futuro.

Depois de limpar as mãos do pai, o jovem, em silêncio, passou a arrumar e a limpar a oficina. Naquela noite, pai e filho conversaram por um longo tempo.

Na manhã seguinte, o rapaz foi encontrar-se com o Diretor. Percebendo as lágrimas nos olhos do moço ele perguntou:
– Você pode me dizer o que você fez e o que você aprendeu em sua casa ontem?

O rapaz respondeu:
– Lavei as mãos de meu pai e também terminei de limpar e organizar sua oficina. Agora eu sei o que é valorizar e reconhecer. Sem meus pais, eu não seria quem eu sou hoje. Por ajudar o meu pai, agora eu percebo o quão difícil e duro é conseguir fazer algo por conta própria. Eu aprendi o que é apreciar, dar importância e o valor de se ajudar a família.

Então o diretor disse:
– Isso é o que eu procuro no meu pessoal. Quero contratar uma pessoa que possa apreciar a ajuda dos outros, uma pessoa que conheça os sofrimentos dos outros para fazer as coisas, e que não coloque o dinheiro como seu único objetivo na vida. Você está contratado.

Uma criança que tenha sido protegida e habitualmente dado a ela tudo o que quer, desenvolve uma mentalidade do “eu tenho direito”, e sempre se coloca em primeiro lugar, ignorando os esforços de seus pais. Se somos esse tipo de pais protetores, estamos realmente demonstrando amor ou estamos destruindo nossos filhos?

Você pode dar ao seu filho uma casa grande, boa comida, as melhores escolas e uma TV de tela grande. Mas quando você está lavando o chão ou pintando uma parede, por favor, que ele também experimente essas coisas. Depois do almoço, que lave os seus pratos com os seus irmãos e irmãs. Não é porque você não tem dinheiro para contratar alguém que possa fazer este trabalho; mas porque deseja amá-lo da maneira correta. Não importa o quão rico você seja, o que quero que entenda é: um dia você vai ter cabelos brancos como a mãe ou o pai deste rapaz.

O mais importante é que a criança aprenda a apreciar o esforço e a ter a experiência da dificuldade, aprendendo a capacidade de trabalhar com os outros para fazer as coisas.

Texto baseado em: vigiai.net/artigos/licao-de-vida

Adaptação e tradução livre – Leonardo Martins

18 de março de 2015

Respeite os mais velhos!

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Quando criança aprendi com meus pais: “respeite os mais velhos”. Ao longo dos anos a mídia e a sociedade ocidental passaram a enaltecer cada vez mais a juventude. Em 1984 o grupo alemão Alphaville gravou a música Forever Young (para sempre jovem), do álbum de mesmo nome, alcançando grande sucesso nos Estados Unidos e no Brasil. Com uma bela melodia e uma letra forte tornou-se uma espécie de hino à juventude. “Deixem-nos morrer jovens ou deixem-nos viver para sempre”, dizia um dos trechos da música. O refrão era ainda mais direto. “Para sempre jovem / Eu quero ser para sempre jovem / Você realmente quer viver para sempre? / Para sempre ou nunca”.

A música é apenas uma referência ao espírito da época. Aos poucos “velho” passou a significar obsoleto, ultrapassado ou, no mínimo, o que menos se deseja ser. Hoje, chamar alguém de velho é “deselegante”, por isso há tantos codinomes mais palatáveis. Aos poucos as rugas e os cabelos brancos – de grande valor nas comunidades indígenas, por exemplo –, tornaram-se símbolos de vergonha ou enfado.

Onde ficou o ensino de meus pais? Que valores tem uma sociedade que não respeita os mais velhos? Afinal, “Você realmente quer viver para sempre? Para sempre ou nunca?”

Pesquisando sobre o assunto deparei-me com um cartaz que dizia: “Respeitar as pessoas mais velhas é tratar o próprio futuro com respeito”. Mesmo sem conhecer a Bíblia, o ensino de meus pais estava correto. “... Deus não se permite zombar. Portanto, tudo o que o ser humano semear, isso também colherá!” (Gl 6.7b). O texto refere-se a outro assunto, mas se aplica perfeitamente a este caso. “E não nos desfaleçamos de fazer o bem, pois, se não desistirmos, colheremos no tempo certo. Sendo assim, enquanto temos oportunidade, façamos o bem a todos, principalmente aos da família da fé” (Gl 6.9-10).

Não, eu não quero ser para sempre jovem, e, ainda que quisesse, sei que não poderia. Portanto, vale ainda o velho conselho: Respeite os mais velhos!  Ensinaram-me meus pais e me ensina a Palavra.

15 de março de 2015

Por que Tomé duvidou?

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Estigmatizar: “Condenar; marcar uma pessoa negativamente ou de modo desagradável”.

Com frequência estigmatizamos as pessoas. Tomé é marcado como aquele que não creu. Uma marca capaz de adjetivar as pessoas até os dias de hoje. Mas será mesmo que Tomé é aquele que duvidou? Ou melhor, é justa essa marca?

Preâmbulo: Logo pela manhã Maria Madalena vai ao túmulo onde Jesus foi enterrado, vê que a pedra foi removida e corre para avisar a Pedro dizendo: “Eles tiraram o Senhor do sepulcro, e não sabemos onde o colocaram!” (Jo 20.3). Pedro e João correm até o local. Pedro entra, vê as faixas, mas o corpo não estava mais lá. Quando João entrou “viu e creu.” (Jo 20.8). Maria continuou do lado de fora chorando até que o próprio Jesus lhe apareceu. Então ele disse: “... vai, e ao encontrar meus irmãos, dize-lhes assim: ‘estou ascendendo ao meu Pai e vosso Pai, para meu Deus e vosso Deus’” (Jo 20.17). Ela foi e fez conforme Jesus lhe havia dito.

É nesse contexto que encontramos a história que estigmatizou Tomé como aquele que precisa ver para crer.

No Evangelho de Mateus não encontramos detalhes do que sucedeu depois. Mas, segundo Evangelho de Marcos, “ela foi e comunicou aos que com Ele tinham estado. Eles, porém ... Quando receberam a notícia de que Jesus estava vivo e fora visto por ela, não conseguiram acreditar” (Mc 16.9-11). O Evangelho de Lucas é ainda mais enfático. “Entretanto, eles não acreditaram nelas, as palavras daquelas mulheres lhes pareciam um delírio” (Lc 24.11).

A bem da integridade do texto, no Evangelho de João não há uma referência clara a esse respeito: se eles creram ou não nas palavras de Maria Madalena. Contudo escapa um comportamento, no mínimo estranho, quando Jesus aparece aos discípulos. “Enquanto falava aos discípulos, mostrou-lhes as mãos e o lado. Então os discípulos ficaram muito alegres ao verem o Senhor” (Jo 20.20).

Dois detalhes chamam a atenção. Primeiro, sobre o que os discípulos falavam quando Jesus mostra as mãos e o lado? Segundo o texto, somente após este ato – então – eles “ficaram muito alegres”. O detalhe mais forte desta frase está em “ao verem ao Senhor”. Ora, o Senhor já não estava entre eles? Por que “ao verem”? Já não o estavam vendo?

Segundo, por que Jesus mostra as mãos e o lado aos seus discípulos? Não é essa atitude que vai estigmatizar Tomé como quem precisa ver para crer?

Ato contínuo, os discípulos anunciam a Tomé que estiveram com o Jesus, porquanto ele não estava com eles naquele dia. A resposta de Tomé é conhecida. “Se eu não vir as marcas dos pregos nas suas mãos, não colocar o meu dedo onde estavam os pregos e não puser a minha mão no seu lado, não acreditarei” (Jo 20.25). Aqui fica claro que as provas que Tomé precisa para crer na ressurreição são as mesmas protagonizadas por Jesus no encontro anterior.

Pensando neste contexto onde os discípulos passaram de um grande momento de dor para uma alegria extasiante, e considerando a ausência de Tomé no primeiro encontro, eu ousaria acrescenta a afirma de Tomé a palavra “também” sem muitas dúvidas. Caberia perfeitamente começar a frase com: “Se eu [também] não vir as marcas dos pregos nas suas mãos ...”. De todo modo tocar as mãos e o lado é a forma de Jesus provar que está vivo.


Finalmente o texto o qual estigmatiza Tomé. Depois de oito dias Jesus faz tudo igual: chega, anuncia a Paz e mostra as mãos e o lado para Tomé porque ele não cria. Então Jesus diz: “Tomé, porque me viste, acreditaste? Bem-aventurados os que não viram e creram!” (Jo 20.29).

Numa análise muito severa podemos afirmar que Jesus se refere claramente somente a Tomé. E isso pesa contra ele. Se, contudo, usarmos a mesma severidade que pese a seu favor que ele foi o único a reconhecer Jesus como Senhor e Deus. “E Tomé confessou a Jesus: ‘Meu Senhor e meu Deus!’” (Jo 20.28).

Numa análise menos rigorosa a partir da natureza humana – limitada à razão, aos sentidos e com grande dificuldade em compreender a grandeza de Deus –, não seria absurdo pensar que Tomé foi apenas isso, humano. Como os outros, ele não creu nas mulheres. Talvez o seu diferencial seja não ter crido no testemunho dos amigos. Mas será que eu e você teríamos crido estando neste mesmo contexto? Será que isso justifica a “marca” de Tomé?

O Evangelho de João é o mais teológico dos quatro. E, a frase que encerra essa narrativa é absolutamente clara:
“Verdadeiramente Jesus realizou, na presença dos seus discípulos, muitos outros milagres, que não estão escritos neste livro. Estes, entretanto, foram escritos para que possais acreditar que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em Seu Nome” (Jo 20.30-31).

Portanto, Tomé sou eu, Tomé somos nós quando precisamos ver para crer e quando duvidamos da Escritura, a qual foi registrada pelo Apóstolo João para que pudéssemos crer que Jesus é o Cristo, nosso Senhor e nosso Deus.
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