9 de abril de 2013

Fazendo "oiação"

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Todas as manhãs são parecidas. Levanto, acordo minha filha, preparo a mamadeira e vou orar. Vez por outra ela interrompe. – Papai o que você tá fazendo? Com carinho: –  Xii, fique quietinha! papai tá fazendo oração.

Novo dia tudo igual e ela pergunta: – Papai você tá fazendo oiação? – Tô sim, espera o papai terminar.

Hoje deixei-a na cama com a mamadeira e disse: – Espera aqui, papai vai fazer oração. Na volta ela iniciou a conversa. – Papai você fez oiação? Perguntou porque não me viu orar na sala, como de costume. – Fiz sim, respondi, e você já fez oração? – Ainda não!

Fiquei surpreso com a resposta e a atitude que tomou. Sem pestanejar desceu da cama dizendo. – Peia aí, vou fazer oiação. Dirigindo ao sofá da sala ajoelhou-se, ainda que seus joelhinhos não alcancem o chão, e ficou quietinha de cabeça baixa por alguns momentos.

Logo que levantou perguntei. – Você fez oração filha? – Fiz, papai, eu fiz oiação.

Existe uma fase na vida da criança que ela imita tudo o que os pais fazem, mesmo sem saber o porquê fazem. Duas coisas são verdades sobre esta afirmativa.

1 – Ao longo da vida a criança vai criar sua própria personalidade e fazer suas próprias escolhas. Isto é, nem sempre vão imitar seus pais.
2 – As lembranças desta primeira infância ficarão gravadas na memória da criança para sempre. Isto é, qualquer que seja o caminho que venha a seguir, estas lembranças serão sempre “despertadas” por uma ou outra razão.

Portanto, se não há garantias de que os valores dos pais serão os mesmos dos filhos, quando estes crescerem, por outro lado, estes valores nunca serão apagados das suas memórias. A questão é saber quais valores temos “imprimido” nas mentes de nossas crianças.
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